Entre Funk e Espinhas

(18) O Jantar Especial

A Ligação:

Ao ver o nome de Diego na tela, meu coração deu um salto.

- Oi, Mayla, tudo bem? O jantar hoje está confirmado?

- Oi, Diego, tudo sim... C-claro, está confirmado.

- Eu estava pensando, você vai de Uber, né? Não é muito seguro. Deixe-me te buscar.

- Diego, não precisa se preocupar, eu posso ir de Uber. Não quero criar problemas com a MC Drika.

- Mayla, Drika é uma amiga.

- Achei que estivessem namorando - respondi, aliviada.

- Isso é invenção do meu pai. Depois te explico com detalhes essas loucuras dele. Deixa eu te buscar, por favor?

- Ah, se você insiste... eu aceito então. Obrigada, Diego.

Desliguei o telefone, o coração ainda acelerado de emoção. Fui até o quarto e comecei a me arrumar, pulando de alegria. Vesti um vestido preto justo, coloquei um colar com um brilhante no meio, que minha tia me emprestou, e brincos pequenos de pérolas. Minha tia fez um coque solto e aplicou um batom vermelho vibrante. Eu estava me sentindo radiante, talvez a mulher mais bonita do mundo naquele momento. Coloquei uma sandália de salto alto e fui até o quarto de tia Adriana contar que Diego viria me buscar. Ela estava animada e me elogiou, quase como uma fada madrinha.

A campainha tocou e pedi para meu pai atender, já que eu ainda estava terminando os detalhes finais. Meu pai, com seu jeito protetor, conversou com Diego na sala, lhe dando um aviso típico de pai: que não demorasse a me trazer de volta. Diego confirmou que iria me trazer antes das 21:00. E meu pai confiou nele, e começaram a conversar sobre outros assuntos aleatórios.

Enquanto eles conversavam, eu desci as escadas lentamente, e tanto meu pai quanto Diego ficaram sem palavras ao me ver, esqueceram até o assunto. Meu pai, nervoso porque eu estou crescendo, demonstrava aquele ciúme típico de pai, enquanto Diego me olhava com desejo e admiração. Diego estava impecável, vestindo uma camisa azul marinho e uma calça bege claro de alfaiataria que destacava seus olhos e realçava seu estilo. Ele me olhou com um sorriso de admiração, e a forma como seus olhos brilharam me fez sentir um frio na barriga. Ele estendeu a mão para me guiar até o carro, o gesto tão natural e carinhoso.

- Você está linda, Mayla - disse ele, com um olhar sincero e caloroso.

- Obrigada, Diego - respondi, sentindo minhas bochechas esquentarem e um sorriso tímido se formar.

Meu pai e minha tia se despediram de nós. Meu pai, com seu jeito típico, falou: "Cuide bem da minha dragãozinha, hein?" Minha tia deu um beliscão no braço dele, rindo, e fez um sinal para que ele parasse de ser tão protetor na frente de Diego.

Diego riu do apelido e perguntou, sorrindo: "Qual é a do apelido, Mayla?"

Respondi: "É uma longa história," com as bochechas coradas e falei: "Thaw, pai."

No caminho para o restaurante, Diego e eu conversamos descontraidamente. Ele fez perguntas sobre meus interesses, e eu falei sobre o carinho que tenho por minha família e como eles são especiais para mim. Ele comentou o quanto meu pai e minha tia pareciam ser pessoas adoráveis e cheias de vida. Sua atenção genuína só fez crescer a admiração que eu já sentia por ele. Ele perguntou sobre minhas comidas favoritas e eu disse que amava risoto de camarão. Ele sorriu, dizendo que nossos gostos são parecidos.

Ao chegarmos ao restaurante - um lugar sofisticado com luzes suaves e uma decoração elegante, com velas acesas nas mesas e uma banda ao fundo tocando jazz, um lugar muito agradável - Caio já estava lá, sentado em uma mesa reservada. Ele parecia um pouco nervoso, mas seu sorriso ao nos ver foi acolhedor.

Logo que chegamos, Drika também chegou. Estava bem-humorada, diferente de como estava no shopping. Cumprimentou todos e se sentou.

O jantar foi descontraído e divertido. Diego e Drika contaram histórias engraçadas de shows e viagens, e a atmosfera leve ajudou a relaxar todos. Eu percebi que Diego me olhava de um jeito especial, atento e carinhoso. Ele se certificava de que eu estava confortável, trazendo-me o prato favorito que eu havia mencionado anteriormente no carro. Caio, embora um pouco intimidado no início, começou a se soltar e a participar das conversas com mais confiança.

Depois do jantar, Diego sugeriu que fôssemos para uma área ao ar livre do restaurante, que oferecia uma vista deslumbrante da cidade iluminada. Fomos na frente, deixando Drika e Caio para trás, eles estavam distraídos olhando para os cantores de jazz e eu fiquei a sós com Diego por um momento.

- Mayla, eu sei que pode parecer repentino, mas eu realmente gosto de você - disse Diego, olhando profundamente nos meus olhos, com uma expressão sincera.

- Diego, eu... não sei o que dizer - respondi, meu coração batendo forte e a mente confusa.

- Não precisa dizer nada agora. Só queria que você soubesse - ele disse, segurando minha mão com um toque suave e protetor.

Antes que eu pudesse responder, Drika e Caio chegaram, rindo e conversando. A noite continuou cheia de risadas e boas conversas, e logo chegou a hora de ir embora.

No carro, Diego ligou o rádio suavemente, e o ambiente ficou íntimo e tranquilo. Ele olhou para mim com um sorriso encantador, e eu senti um calor gostoso no peito. O silêncio entre nós foi carregado de expectativa.

Diego puxou levemente meu rosto para perto do dele, e seu olhar era tão intenso que parecia que o mundo ao nosso redor havia desaparecido. Ele sussurrou, com uma voz suave e cheia de emoção:

- Você estava incrível esta noite, Mayla.

Com um gesto delicado, ele segurou meu rosto e me beijou. Foi um beijo suave e cheio de sentimentos, que parecia durar uma eternidade. As mãos de Diego acariciaram meu rosto, e eu me perdi naquele momento, sentindo um calor e uma intimidade que nunca havia experimentado antes.

Finalmente, ele se afastou um pouco e, com um sorriso satisfeito, disse:

- Bom, eu prometi ao seu pai que te entregaria cedo em casa, e vou cumprir minha palavra. Não quero perder pontos com meu sogro.

Fiquei vermelha e sorri, sentindo uma felicidade imensa.

Chegamos em casa, e Diego me acompanhou até a porta. Meu pai já nos esperava, e Diego apertou a mão dele com firmeza, prometendo que me traria de volta em segurança sempre que saíssemos juntos.

- Boa noite, Mayla - disse Diego, com um tom suave e um olhar que parecia prometer mais.

- Boa noite, Diego - respondi, observando-o enquanto ele se afastava, o coração ainda acelerado.

Entrei em casa e fui direto para o meu quarto, tentando processar tudo o que aconteceu naquela noite. Tia Adriana estava lá, animada para ouvir os detalhes.

- E então, como foi o jantar? - ela perguntou, com os olhos brilhando de curiosidade.

- Foi... incrível. E Diego me disse que gosta de mim, e eu o beijei - respondi, ainda incrédula e emocionada.

- Eu sabia! Está escrito na cara dele, minha dragãozinha beijouuu! - disse Tia Adriana, rindo e me abraçando.

Eu, envergonhada, pedi para ela parar, mas não consegui conter o riso com a sua alegria.

Fui dormir com um sorriso no rosto, ansiosa para ver o que o futuro me reservava. Apesar de todas as mudanças desde que me mudei para Belo Horizonte, eu sentia que estava finalmente encontrando meu lugar e talvez até mesmo o amor.