(12) Revelações e desafios

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Ele se aproximou ainda mais, e por um momento, tudo ao nosso redor desapareceu. Nossos rostos estavam tão próximos que eu podia sentir a respiração quente e suave dele. Seus olhos castanhos me encaravam intensamente, refletindo uma mistura de curiosidade e desejo. O aroma amadeirado do perfume de Diego, com notas de cedro e um leve toque cítrico, envolvia-me, deixando-me ainda mais atordoada.

Meu coração batia acelerado, e eu senti um calor se espalhar pelo meu rosto. As mãos de Diego, grandes e firmes, tocaram delicadamente meu rosto, afastando uma mecha de cabelo que caía sobre meus olhos. Meu corpo todo se arrepiou ao sentir o toque leve e quente de seus dedos.

Mas antes que qualquer coisa acontecesse, a porta se abriu bruscamente e Rodrigo entrou na sala. O som da porta batendo ecoou pelo ambiente, quebrando a magia do momento.

— Diego, precisamos conversar sobre a live — disse ele, ignorando completamente minha presença.

Diego recuou, parecendo frustrado, seus olhos perderam o brilho momentâneo e ele soltou um suspiro pesado.

— Pai, podemos falar disso depois? Estou no meio de algo — respondeu Diego, tentando manter a calma, mas era visível que a interrupção o irritara.

Rodrigo olhou para mim com desdém, seus olhos avaliando-me de cima a baixo, como se eu fosse insignificante.

— Você é a auxiliar da Carmem, né? A faxineira me disse que estava aqui para deixar uns documentos. Você já entregou os documentos. Não há mais nada que precise fazer aqui — disse ele, dispensando-me friamente, sua voz carregada de autoridade.

Saí da mansão sentindo-me pequena e humilhada. O caminho de volta para casa foi silencioso, e minha mente estava um caos de emoções. O perfume de Diego ainda estava presente em minha memória, misturado com a sensação de frustração e desapontamento.

Quando cheguei em casa, minha tia Adriana percebeu que algo estava errado. A sala de estar estava iluminada apenas pela luz fraca de uma lâmpada de mesa, criando sombras suaves nas paredes decoradas com fotos de família.

— O que aconteceu, querida? — perguntou ela, preocupada, enquanto se aproximava e sentava-se ao meu lado no sofá.

— É complicado, tia. Parece que estou sempre no lugar errado, na hora errada — desabafei, minha voz embargada pela frustração.

— Às vezes, as coisas parecem confusas, mas você vai encontrar seu caminho. Confie em si mesma — disse ela, me abraçando, sua presença calorosa e reconfortante ajudando a aliviar a tensão que eu sentia.

Entre Funk e EspinhasOnde histórias criam vida. Descubra agora