Quando desci para o café da manhã, Tia Adriana já estava na cozinha, preparando ovos mexidos. - Bom dia, querida! E então, já processou tudo que aconteceu ontem? - perguntou ela, com um sorriso maroto. - Bom dia, tia. Ainda estou tentando - respondi, sentando à mesa e dei uma risadinha. - E o Diego? Ele já te mandou mensagem hoje? - perguntou ela, curiosa. Peguei meu telefone para checar. Para minha surpresa, tinha uma mensagem dele.
"Bom dia, Mayla! Espero que tenha dormido bem. Vamos nos ver hoje?"
Meu coração acelerou. Mostrei a mensagem para Tia Adriana, que imediatamente começou a fazer mil suposições sobre o que ele poderia querer. - Responde logo, menina! Não deixa ele esperando - disse ela, impaciente. Escrevi uma resposta rápida e nervosa: "Bom dia, Diego! Dormi bem, obrigada. Podemos nos ver sim." Poucos minutos depois, ele respondeu: "Ótimo! Que tal nos encontrarmos em um lugar mais tranquilo? Tem um pesque-pague aqui perto, acho que seria bacana."
Concordei, e passamos o resto da manhã planejando o que eu ia vestir. Decidi por um look casual, mas arrumado: uma saia jeans, uma blusa leve e um tênis confortável.
À tarde, fui para o local. Meu pai decidiu me levar, sempre cuidadoso. O lugar estava cheio de gente aproveitando o dia ensolarado. Vi Diego de longe, sentado em um banco sob uma árvore. O pesque-pague era um lugar pitoresco, com árvores altas fornecendo sombra e uma brisa suave que tornava o dia ensolarado mais agradável. O som dos pássaros cantando e das folhas balançando ao vento criava uma melodia tranquila. Diego estava de óculos escuros e uma camisa despojada, mas ainda assim parecia um astro.
- Oi, Mayla! - disse ele, levantando-se e me dando um abraço caloroso. - Oi, Diego! - respondi, tentando não corar.
- Vamos caminhar? - sugeriu ele, apontando para o caminho ao redor do lago.
Enquanto caminhávamos, cada palavra de Diego parecia trazer um novo brilho aos seus olhos. Eu, por outro lado, sentia um misto de ansiedade e felicidade. Minha mente oscilava entre a alegria de estar com ele e a insegurança do que estava por vir. Ele fez perguntas sobre meus interesses, e eu falei sobre o carinho que tenho por minha família e como eles são especiais para mim. Diego parecia genuinamente interessado em tudo o que eu dizia, e eu começava a me sentir cada vez mais confortável ao seu lado.
- Você sabia que aqui também tem uma trilha bem bonita? Podemos dar uma volta por lá depois - disse Diego, com um sorriso encantador. - Seria ótimo. Adoro estar em contato com a natureza - respondi, sorrindo.
Tiramos algumas fotos no lago. Quando eu finalmente peguei um peixe, ele sorriu e ficamos fazendo apostas em quem pegava mais peixes. Depois de um tempo, sentamos em um banco perto do lago. O sol estava começando a se pôr, e a luz dourada criava um ambiente romântico ao nosso redor. Diego olhou para mim com uma expressão suave e pensativa.
- Mayla, eu preciso te dizer algo - começou ele, segurando minha mão com delicadeza. - Sei que tudo isso está acontecendo rápido, mas eu gosto de você de verdade. Desde o primeiro dia que te vi, quando te atropelei, senti algo especial. E ontem, no jantar, tive certeza disso.
Meu coração estava disparado, e uma mistura de alegria e medo tomava conta de mim. Olhei nos olhos de Diego e vi sinceridade e carinho.
- Diego, eu... eu gosto de você também. Mas tudo isso é tão novo para mim. Não sei como lidar com esses sentimentos - respondi honestamente. - E seu pai já deixou claro que não quer nos ver juntos.
Ele sorriu e aproximou-se mais, seu olhar cheio de ternura. Com um gesto delicado, Diego segurou meu rosto com as mãos e me beijou. Foi um beijo suave e cheio de sentimentos, que parecia durar uma eternidade. As suas mãos acariciavam meu rosto, e eu me perdi naquele momento, sentindo um calor e uma intimidade que nunca havia experimentado antes. O beijo foi um abraço de emoções, uma troca de sentimentos sem palavras, e eu me senti completamente envolvida por ele.
Finalmente, ele se afastou um pouco, ainda mantendo suas mãos ao redor do meu rosto. Com um sorriso satisfeito, ele disse: - Bom, eu prometi ao seu pai que te entregaria sempre cedo em casa, e vou cumprir minha palavra.
Fiquei vermelha e sorri, sentindo uma felicidade imensa.
No entanto, ao começarmos a caminhar de volta, vi um paparazzo entre as árvores, tentando tirar fotos discretamente. Diego viu também e ficou visivelmente irritado. - Você contou para alguém, né? Que estamos juntos. Bem que meu pai me disse que pessoas comuns não podem entrar no meu mundo, sempre querem um pouco de fama - disse ele, enfurecido.
Fiquei assustada e ofendida. - Diego, eu não tenho nada a ver com isso. Você está sendo injusto! - respondi, sentindo lágrimas nos olhos. Sem esperar mais, saí andando rapidamente, tentando segurar o choro. - Ei, Mayla, espere! - Diego gritou. - Me dê seu celular. Quero apagar todas as fotos. Fiquei tão irritada que peguei meu celular e o joguei para ele. - Tome, apague essas fotos e me esqueça. - Calma, Mayla, não precisa ficar tão brava. - Você é um imbecil! - falei, caminhando com raiva.
Diego correu para o carro e, em poucos minutos, parou ao meu lado. - Deixe que eu te leve para casa. Eu sou um cavalheiro. - Diego, você é um imbecil. Posso me cuidar muito bem sozinha. - Mayla, deixe de ser teimosa. Vamos conversar. - Não tenho nada para conversar com você.
Diego devolveu meu celular e eu pedi um Uber. Ele ficou esperando no seu carro até o meu Uber chegar e se certificou de que eu cheguei bem em casa, seguindo o Uber.
Chegando em casa, me tranquei no meu quarto, tentando processar tudo o que havia acontecido. Mais tarde, ouvi meu pai batendo na porta. - Dragãozinho, abra a porta. Abri, e ele entrou, me abraçando forte. - Vi que você chegou chorando. Filha, não sei o que está acontecendo, mas quero lhe dizer que você é incrível. O Diego é muito famoso, e isso pode afetar as coisas. Mas, se for para ser, será. Abracei ele de volta, sentindo o conforto que só um pai pode dar. - Te amo, pai. - Também te amo, dragãozinho. Vai ficar tudo bem.
Fui dormir com o coração apertado, mas as palavras do meu pai me deram um pouco de esperança. O futuro ainda era incerto, mas eu estava disposta a descobrir onde essa jornada me levaria.
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Entre Funk e Espinhas
RomanceMayla acaba de se mudar para Belo Horizonte após a separação dos pais, e a nova vida na escola é um desafio. Ela nunca imaginou que a música funk, que sempre desprezou, pudesse mudar sua perspectiva. Mas quando conhece Diego, um cantor de funk com u...