APITO FINAL (Camren)

Capítulo 23

23 de Dezembro de 1995

Pov Clara

Eu estava em direção a uma feira de gestante e Taylor me acompanhava como uma bela mocinha. Sempre foi tão comportada e quietinha, nunca foi aquelas crianças que davam trabalho nos lugares, sempre muito obediente.
Mike ficou com medo de eu sair pois o médico disse que minha gravidez era de risco e qualquer esforço iria colocar minha bebê em risco. Mas como uma mãe teimosa, fui.
Cheguei ao local e aquilo estava muito cheio, pensei em voltar para casa, mas já estava ali. Peguei um carrinho e coloquei Taylor dentro dele.
Já estava terminando de comprar todas as coisas. E fui pegar um macacão lindo que vi todo rosa. Quando virei para colocar em meu carrinho e ir para o caixa, Taylor não estava mais lá.

- Taylor? - Olhei para o lado, procurando minha filha, meu coração já estava acelerado. - Taylor??? FILHAA!!! Alguém me ajuda!!

Uma moça parou do meu lado.

- Senhora, posso ajudar? - Ela disse preocupada.

- Minha filha pequena, ela sumiu, estava aqui no carrinho, eu me distraí apenas por um momento, ela tem 2 aninhos. - Falei em desespero.

A moça informou os seguranças do local e chamaram a polícia.

Liguei para o Mike que em menos de 15 minutos estava em uma sala comigo aguardando informações.

- A culpa é minha! Mike, a culpa é toda minha! - Eu chorava sem parar.

- Calma meu amor, vai dar tudo certo.

Depois de alguns dias.

- Dona Clara, nós achamos uma imagem que tudo indica ser sua filha. - Um policial falava enquanto um video estava pausado.

As imagens começaram de um homem indo para a saída com minha pequena dormindo em seu ombro.

Comecei a chorar em desespero e senti minhas pernas fraquejarem, e minhas vistas escurecerem.
Os policiais conversaram com Mike explicando que buscas estavam sendo feitas e que estavam dando total atenção ao caso. O que era uma tremenda mentira.
Nunca vi uma imagem na televisão sendo mostrada, nunca vi um folheto de desaparecimento, a não ser o que nós mesmo estavamos indo atrás.

Flashback Off

Pov Lauren

- Meu Deus - Disse extremamente chocada depois de ouvir toda a história.

- Me perdoe por nunca te contar nada filha - Minha mãe disse ainda chorando.

- Não precisa pedir perdão nenhum - Abracei ela - Mãe, - Eu disse novamente depois de abraça-la. - Será que ela é minha irmã então? Você precisa vê-la.

Pov Taylor

Não era possível! Eu fiquei a minha vida toda em um orfanato com um nome de Taylor Jauregui, achava que minha mãe estava morta, e que fui deixada lá por algum motivo trágico, mas na verdade ela está viva e eu tenho uma irmã? Tudo ficava muito confuso e assustador.

- Taylor? - A voz rouca de Lauren entrou no quarto.

Sorri vendo ela se sentar ao meu lado.

- Taylor acho que nós já entendemos o que está acontecendo e... - Interrompi ela sem conseguir esperar todo discurso.

- Lauren se minha mãe está morta, por que a foto da sua mãe foi deixada em minhas coisas?

Ela arregalou os olhos como se não entendesse minha pergunta.

- Taylor o que você sabe sobre sua mãe? - Lauren perguntou me encarando séria.

- Ela morreu! Eu nunca soube como pra falar a verdade. Quando fui deixada no orfanato com 3 anos, essa foto estava em minhas coisas. Um dia uma moça que trabalhava lá me disse que não foi aquela moça da foto que me deixou no orfanato.

- Taylor - Ela me interrompeu e eu assenti - Preciso que você converse com minha mãe e ela te explique tudo pode ser?

Minhas mãos estavam geladas e frias. Acenei com a cabeça e ela saiu. Depois de uns minutos a mulher da foto e mãe da Lauren entrou no quarto, aparentemente abatida e com sinais que haviam chorado. Havia um homem junto com ela.

- Oi Taylor - Ela disse e me abraçou chorando. Eu abracei ela de volta mesmo não sabendo o motivo. O homem também chorava. - Você sabe meu nome? - Eu neguei com a cabeça em silêncio ainda. Ela sorriu e continuou - Meu nome é Clara, e esse é o meu marido Mike - Sorri para o homem ao meu lado.

- Taylor, eu preciso te contar uma história que irá responder muita coisa. Mas antes eu preciso que você me fale como sua mãe é. - Eu a encarei confusa e comecei a falar mesmo não tendo muitas lembranças de minha mãe.

- Eu tinha uma foto dela no orfanato. Uma foto que me deram por que não lembro muito de como ela era. Ela tinha cabelos curtos, preto, os olhos eram castanhos, era gordinha, e pelo o que me lembro tinha uma tatuagem de um coração em seu braço.

O marido de Clara saiu do quarto e começou chamar pelo policial que até então eu não sabia que estavam do lado de fora.

- Clara o que está acontecendo? - Perguntei assustada.

Ela me estendeu algumas fotos.

- Taylor essa sou eu grávida pela primeira vez - Ela sorriu e eu fiz o mesmo analisando a foto. Ela me passou outra. - Essa é minha filha mais velha quando nasceu, e essa aqui é a última foto que eu tenho dela. - Ela segurava a mão de uma menina de uns 2 anos de cabelos preto e esperava um bebê.

- O que aconteceu com sua filha ?

- Ela foi roubada de mim, tudo indica ser pela minha prima mais velha que se suicidou sem nenhum motivo aparente.

- Vocês nunca acharam a sua filha, sendo que sabiam quem roubou ? - Perguntei a encarando assustada.

- Não, eu acabei de descobrir quem a roubou agora. - Me encarou e as coisas começaram a encaixar. Não podia ser!

- Taylor! Eu preciso que você confie em mim. E saiba que pra mim as coisas também não foram nada fáceis.

- Você é minha mãe? - Comecei a chorar e ela concordou com a cabeça - Oh meu Deus!

Ela me abraçou forte, e pela primeira vez me senti segura.
Tive alta do hospital e minha vida mudou completamente, sempre fui sozinha, e agora eu tenho mãe, pai, irmã e um sobrinho lindo, que é a coisa mais linda desse mundo.
Todo vazio se preencheu, e tudo começou a ter sentido.