paixão e caos

CAPÍTULO 21



Eu acordei ainda sonolenta, me levantei, espreguicei e me olhei no espelho. Fui diretamente para o banheiro, abri a porta, entrei, tirei a toalha branca do meu ombro e a pendurei no suporte. Fui até o registro e liguei-o, vendo a água fria cair, fazendo um barulho no chão. Coloquei minha mão embaixo d'água, sentindo um frio tremendo. Fiquei assim por alguns minutos até tomar coragem e mergulhei meu corpo inteiro debaixo d'água. Meu corpo tremeu em contato com a água fria, mas tentei relaxar, passando minha mão nos meus cabelos e desembaraçando-os. Peguei o shampoo, coloquei na mão e passei no cabelo, fazendo círculos no couro cabeludo.



Já vestida com um macacão amarelo e com o cabelo penteado, fui abrir a porta do quarto e desci as escadas, pegando no corrimão.

- Bom dia! - disse ao descer o último degrau e indo para a cozinha, empurrando a cadeira para trás e me sentando, colocando café na minha xícara.

- Bom dia, princesa! - sorriu minha mãe, vestindo uma blusa vermelha e um short branco.

- Onde está o Gui? - perguntei, pegando o pão e dando uma mordida generosa, bebendo meu café com leite.

- Ele foi para o trabalho! - disse mamãe, levando a xícara até a boca e tomando o café.

- Mas ele não está de férias? - perguntei, confusa.

- Teve um probleminha no serviço e ele foi resolver. Você sabe que seu irmão é o chefe da obra. - ela disse, com ar de orgulho, sorrindo.

- Ah, entendi - respondi, bebendo meu café.

- Dormiu bem, filha? - ela perguntou, sorrindo.

- Dormi sim, e a senhora? - disse, engolindo o café e o pão.

- Que bom, dormi bem também - ela respondeu, se levantando e limpando a xícara.

Eu me levantei e coloquei a minha xícara na pia.

- Terminou? - ela perguntou.

- Sim! - disse, indo para o andar de cima. Cheguei no último degrau e fui diretamente para o meu quarto. Entrei e deixei a porta encostada.

Deitei na cama, fechando os olhos e respirando fundo, lembrando do meu vizinho cantando a música "Pray for Me". Tenho certeza de que ele estava me olhando e cantando aquele refrão. Peguei meu celular e comecei a mexer no Instagram, onde ele havia postado uma foto de uma bateria e ele segurando as baquetas.

- Ficou Tumblr! - sussurrei.

- Quem será que é esse stalker? - sussurrei para mim mesma, suspirando frustrada com o mistério e a dúvida que ele plantou em mim.

- Que droga, quem é esse cara misterioso! - disse, ainda mais frustrada com tudo isso que estava acontecendo na minha vida.

Comecei a cantarolar uma música de Isabel Isadore, "Old".

"Think I need someone older
Think I need someone older
Just a little bit colder
Take the weight off of his shoulders
Think I need someone older"

Cantei baixinho e caí no sono ali mesmo.

Acordei vendo a claridade bater no meu rosto, bocejei e me levantei, vendo um papel cair. Peguei do chão e vi que era um envelope branco com uma rosa preta. Congelei ao ver a rosa sem espinhos. Meu coração acelerou, quase saindo do peito. Tive medo de abrir e ler o que havia na carta. Segurei a rosa na outra mão e tentei não tremer, mas era impossível não estremecer quando seu stalker invade sua casa e marca presença como se fosse um animal selvagem.

Abri o envelope, sentindo o medo e a adrenalina correndo no meu cérebro. Tremia de medo ao abrir e ler o texto. Tentei tomar coragem, mas estava cada vez mais difícil. Estremecendo e com a respiração pesada, contei em voz alta até dez para abrir.

- Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez - disse, abrindo de uma vez e respirando profundamente. Abri meus olhos, vendo a letra perfeita do meu stalker. Respirei fundo, tentando criar mais coragem para ler, mas foi em vão. Cada vez mais nervosa, continuei.

Ainda não acreditava que ele esteve em minha casa, no meu quarto, quando estava só de baby doll branco. Ele marcou presença como um lobo atrás de uma presa, e eu sou a presa indefesa e inocente, enquanto ele é o lobo selvagem que me persegue em uma floresta escura. Sinto-me como um animal indefeso, uma presa que corre para sobreviver, mas que acaba gostando de ser perseguida pelo lobo selvagem que é meu stalker.

Tomei coragem e abri o envelope, lendo a carta com a boca aberta, olhando para um ponto aleatório no quarto.

"Você é tão linda quando está dormindo profundamente, só de baby doll, totalmente vulnerável.
Você é minha perdição, minha obsessão, minha ruína e meu desespero. Você é minha ruína e não tenho medo de cair do precipício que é você; você é minha! Meu pecado, minha tentação, minha perdição e meu tudo!
Meu mundo desaba sem você por perto. Você é o ar que eu respiro, o sangue que corre nas minhas veias. Quero ter você até a morte.
Eu mato e morro por você, minha deusa Alex.
Você foi a luz na minha escuridão, você é o sol da minha noite.
Você é o sol e eu a lua.
Você é o céu estrelado e eu sou o mar que reflete sua luz.
Eu sou o rei do caos e você é minha rainha do vento.
Eu sou rei e você é minha rainha.
Eu sou o caos e você é a tranquilidade.
Eu sou o deus do meu mundo e você reina comigo no meu submundo.
Você é minha e sempre será, e eu sou seu de corpo, alma e espírito.

Tenha isso em mente e escreva para nunca esquecer essas minhas palavras, minha deusa: você é minha desde que pus os olhos em você, você é minha e ninguém vai tirar você de mim, você vai ser minha e é minha."

A.Set

Terminei de ler e suspirei fortemente, sentada, não acreditando no que havia acabado de ler.

Já era noite e eu ainda pensava na carta, nas palavras "você é minha desde que pus os olhos em você". Será que conheço ele e não estou conseguindo lembrar? - me perguntei.

Troquei de roupa, coloquei o mesmo baby doll branco e tranquei a porta, caso o maluco stalker tentasse entrar de novo no meu quarto. Deitei na cama e fui dormir.



Oi, meus amores da Ravena. Espero que gostem deste capítulo. Era para eu postar ontem, mas não deu tempo e acabei de terminar às 01:54 da madrugada. Quando falei que ficava a madrugada escrevendo, eu não estava brincando (risos).

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