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Harry teve a liberdade de conversar com Gemma por horas. Ela contou tudo sobre seu romance proíbido com Lottie e eles riram, mas Harry não poderia estar mais preocupado. Ele não contou para ela o risco de tudo isso, –ainda que ela estivesse ciente– pois não queria tirar o sorriso de seu rosto. Também não falou para ela que Louis e ele estavam longe de serem melhores amigos e que aquilo não passava do que ela já sabia; uma farsa.

Depois de muito tempo Lexia trouxe seu almoço. Harry não havia tomado café e certamente já passava do meio dia, mas esperaram o suficiente para que eles tivessem tempo a sós. Quando Gemma precisou se despedir ela prometeu que agora teriam mais contato antes de sua viagem e que aquilo também era uma promessa do rei. Harry não estava totalmente à favor de nada que ouviu e nem da lealdade que sua irmã depositava na dinastia de Peskbeach. Gemma sempre fora mais ingênua que ele, mesmo quando foram obrigados a crescer ainda tão novos.

— Ela está se jogando de cabeça como uma menininha apaixonada. — Harry cuspiu as palavras para Louis quando ele retornou ao quarto. Sua comida estava intocada na cômoda ao lado da cama.

— Sobre isso eu não posso fazer nada. — Ele jogou as mãos para o alto como se realmente se defendesse de Harry. — Isso é entre elas. Se eu pudesse, até mesmo colocaria um fim nisso.

— E você acha que eu não?! — Harry agarrou o cabelo como se de alguma forma aquilo pudesse fazê-lo pensar melhor.

— A Lottie não está diferente. — Ele grunhiu. — Eu pensei que ela não fosse capaz de se apaixonar algum dia.

— Todo mundo é capaz de se apaixonar. — Ele o olhou com estranheza estampada.

— Ela nunca conheceu o amor. — Tentou se explicar.

— O amor não se conhece, o amor se sente. — Harry disse.

— E você, — Louis arqueou as sobrancelhas para ele. — já sentiu o amor?


— Não. — Disse sem hesitação. — Mas...


— Então por que fala como se soubesse do que está falando? — Ele cruzou os braços.


— Você também não sabe do que está falando. — Harry revirou os olhos.


— Enfim. — Louis suspirou e foi sentar na cama, enquanto Harry passava por si para olhar a janela e o fim de tarde que já se aproximava. — Pare de implicar comigo. Eu também não sei o que fazer. Na verdade... não há o que fazer.

— Não estou implicando, só... estou com medo. — Confessou. — Ela vai pra muito longe e eu não poderei fazer nada para ajudá-la caso se meta em confusão.

— Ela já é uma adulta. Você precisa entender que não estarão juntos para sempre. É a vida como ela é. — Louis disse e Harry ouviu seu suspiro alto. Quando se virou, fitou Louis encarando o teto deitado de costas na cama.

— Você não está tão diferente de mim. — Harry disse escorando o ombro na quina da janela. — Está tão preocupado quanto eu.

— É inevitável. — Ele mordiscou os lábios, virando a cabeça para olhá-lo. — Você não comeu nada hoje.

— Estou sem fome. — Disse. — Eu vou para o meu quarto. Obrigado por... tudo.

— Você não precisa ir, — Harry parou e talvez Louis tenha notado a rigidez em seus ombros quando adicionou ao que falava numa voz quase inaudível: — se não quiser.


— Eu não...


— Podemos trocar por hoje. — Ele rolou na cama. — Você dorme aqui e eu no seu quarto.


The Last Great King {lwt+hes}Onde histórias criam vida. Descubra agora