The Last Great King {lwt+hes}

22.0

O show público levou apenas alguns minutos, mas a satisfação se espalhou por horas. O corpo de Logan permaneceu no chão até que o sangue seguiu caminhos diferentes pelo calçadão. Comerciantes estavam duplamente animados e ofereciam o que podiam como presente para Louis. Marlon riu quando o alvoroço se transformou na organização inicial e bateu no ombro de Louis como se mais uma vez estivesse o admirando. Gemma não olhou para Harry e talvez sua falta de coragem de erguer o olhar tenha influenciado diretamente nisso, já que ainda sentia um misto de raiva e constrangimento. Supresa e descrença. A morte de outra pessoa em sua frente não o chocou, mas a forma que aquilo aconteceu e como aconteceu. Quem causou. Harry queria ir embora, mas ainda existia um trato e Louis cumpriu com a própria parte antes do prometido. Harry não tinha o direito de quebrar um acordo.

Louis não tentou segurar sua mão e nem entrelaçar seus braços e Harry ficou grato por isso. Não estava certo do quanto poderia aguentar. Mas Louis não parecia especialmente preocupado com nada, ele apenas seguia o mesmo roteiro de antes onde dava uma olhada em tudo e não se interessava por nada. Algumas crianças tentavam uma aproximação, mas a guarda havia sido reforçada e Louis não parecia pessoalmente confortável. Harry, por outro lado, segurava suas mãos pequenas quando chamavam seu nome e perguntavam por suas coroas. Nem mesmo ele saberia responder essa pergunta, mas numa resposta divertida e improvisada ele dizia que haviam esquecido no castelo.

Quando o fim do meio dia chegou e as princesas reclamaram do cansaço, Marlon finalmente sugeriu que retornassem. Harry subiu no próprio cavalo sem ajuda, recusando a mão que Louis o ofereceu. O caminho de volta foi resumido em conversas entre os dois reis. Vez ou outra Harry ouvia os assuntos das princesas que estavam tentando incluir uma Charlotte totalmente fechada, mas que com um esforço claro tentava ser interativa. Styles queria ficar sozinho, porém as circunstâncias tornavam seus pensamentos ridículos e Zayn pareceu perceber seu desconforto quando ergueu as sobrancelhas em sua direção, e então Harry só fora capaz de desviar o olhar.

Harry tomou um banho frio e sua estratégia de passar despercebido por Lexia pareceu funcionar, já que ela não apareceu em seu quarto se oferecendo para mornar a água. A temperatura estava quase insuportável e mesmo quando se vestiu e se cobriu até o queixo nada pareceu mudar. Seu quarto não era como o de Louis. Ali não havia uma lareira, ainda que seus lençóis fossem grossos e incomparáveis aos que teve por anos no bordel. Ele estava ciente de que logo o almoço seria servido com um atraso compreensível e que talvez viessem procurá-lo, mas o sono o buscou sem rodeios. Talvez sua vontade gritante de estar longe de todos tenha influenciado em seu isolamento, mesmo quando sabia que tinha um trato à cumprir.

^^^^^

Harry acordou com batidas na porta. Ele olhou ao redor meio perdido e levando em conta o sentimento de descanso, provavelmente havia dormido por um bom tempo. Harry nem se deu ao trabalho de se sentar na cama, apenas gritou um "entre" e esperou quem quer que fosse, crente de que ainda poderia dispensar-lhe e voltar a dormir.

Era Louis. O homem passou pela porta e a fechou logo atrás de si. Harry queria mandá-lo embora, mas ele não se sentia no direito.

— Me diga se quiser que eu vá embora. — Louis disse e Harry imediatamente abriu a boca com um único objetivo, mas então notou um prato de comida nas mãos de Louis. Ele não sentia fome, queria apenas dormir o resto do dia. Mas algo naquele ato o deixou atordoado. Tomlinson esperou um pouco, de pé e estático. Quando não recebeu uma resposta, ele apenas caminhou até a cômoda de Harry e deixou a comida ali, logo em seguida se aproximou e sentou na beirada da cama. — Você precisa aprender a se defender.

— Eu não quero matar ninguém! — Harry respondeu com uma raiva que desconhecia.

— Matar é diferente de se defender. — Ele reforçou. — Por favor, não aja dessa forma.