The Last Great King {lwt+hes}

20.0

Quando o almoço finalmente chegou ao fim Harry pôde finalmente respirar devidamente. Marlon disse que amanhã Louis poderia mostrá-lo mais do reino, pois no momento precisava descansar da longa viagem. Sua família também se retirou, assim como o restante dos homens e criados que ocupavam a sala. Quando se despediram devidamente Harry pôde notar os ombros de Louis relaxarem imediatamente, o homem suspirou alto e caiu sentado na cadeira.

— Você realmente iria casar com a Ophelia? — Lottie quebrou o silêncio numa voz aguda e estridente. Logo em seguida franziu o cenho totalmente incrédula. — Sua feiúra é irrelevante comparada a educação.

— Não por vontade própria. — Ele formou uma careta e massageou o vão entre as sobrancelhas, então girou o tronco na cadeira e olhou para Styles. — Harry a colocou em seu lugar. — Ele soltou um riso fraco.

— Ela não gostou de mim. — Harry disse.

— Está com inveja porque você está no lugar que ela deveria estar ocupando por anos. — Lottie disse e deu de ombros, se colocando de pé logo em seguida. — Eu vou indo.

— Em algum momento você terá que deixar de viver escondida. — Louis disse sem olhá-la. Por outro lado Harry ergueu o olhar na direção da menina e ela havia parado no instante em que deu o primeiro passo. — Eles já se foram, não há do que ter medo.

Harry percebeu o momento em que a mão dela se fechou em um punho. Seu corpo pareceu cheio de tensão e mesmo quando ela abriu a boca, nada saiu. Charlotte se virou para o irmão, mas ele estava sentado de costas para ela. Louis não viu o momento em que a menina socou a barriga como se estivesse tentando machucar a si mesma e Harry só entendeu aquilo porque conhecia todo tipo de punição e sabia exatamente como aguentar, porém o choque e a supresa fora inevitável. Styles ficou de pé tão rápido que sua cadeira –ainda que tão pesada– rangeu para trás quando correu no chão.

— Você me disse isso por 10 anos, — Ela disse com a voz embargada. — mas os fantasmas ainda estão aqui.

Só depois daquelas palavras Harry se deu conta de que eles não estavam falando das pessoas de Cartys, falavam dos pais mortos. Louis finalmente ficou de pé e se virou para a menina que respirava pesadamente. Harry queria saber o rumo daquela conversa como qualquer outra pessoa em seu lugar, mas simplesmente passou entre eles e deixou aquela sala como todos haviam feito antes. Suas vidas pessoais não eram de sua conta e mesmo que eles sequer estivessem se importando com sua presença, não parecia certo. Não era sua história. E desde que não seja Louis a pedir que dividissem uma história com sinceridade, Harry não tinha o direito de se meter.

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Harry passou o resto do dia do lado de fora com Gemma e Cliff, mas a menina ainda precisava agir como uma soldada, por essa razão estava se contendo quando Harry fazia alguma palhaçada que pudesse fazê-la parecer uma idiota ou quando se via correndo atrás de Cliff como se não estivesse com roupas da guarda e uma espada na cintura. Lexia também estava lá e Harry já estava lentamente aceitando o fato da empregada ser sua criada particular. Quando o dia estava indo embora e o frio parecia redobrar ele pediu que Lexia entrasse, se agasalhasse e comesse alguma coisa.

— Mas senhor...

— É uma ordem. — Ele disse porque sabia que só dessa forma ela o ouviria.

— Sim, senhor.

Gemma disse que teriam um treino noturno e que já devia ir se preparar, por essa razão ele finalmente entrou, mas dessa vez levou o cachorro consigo. Harry não precisou de muito, apenas chamou seu nome e Cliff estava o seguindo pelos corredores do castelo. O frio parecia insuportável e ele tinha certeza que o celeiro não seria o suficiente para aquecer o animal. Os rostos surpresos dos criados e de alguns soldados não passaram despercebidos, mas eles obviamente não falavam nada, afinal de contas, Harry era rei. Ele estava começando a gostar do faz de conta e de tudo que aquilo o proporcionava, mas então a pontada de culpa. Ainda haviam pontas soltas da conversa que teve com Louis naquela manhã e aquilo o corroeu por dentro sempre que lembrava e fechava os olhos numa tentativa falha de não ser atingido por um sentimento ao mesmo tempo desagradável e constrangedor.