Capítulo 17 🌻

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Han SiWoo

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Han SiWoo

Ser um fantasma ainda é algo confuso para mim...mesmo estando morto e tendo consciência disso, ainda sim era como se nada tivesse mudado... Quer dizer, eu ainda me sentia bem físico; podia sentir o vento passar por mim, tocando meus cabelos; sentia medo, alegria, raiva e todos os tipos de emoções...também podia sentir meu coração bater vividamente toda vez que Nami e eu estávamos juntos...sua mão tocou meu rosto e seus dedos deslizaram pelo corte em minha sobrancelha,no momento que nossos olhos se encontraram, foi como se meu coração batesse lentamente, mas cada batida tinha tanta força que poderia rasgar meu peito. Meus ouvidos ficaram abafados naquele momento, como se só existisse nós dois ali...
Por isso e por vários outros motivos eu me sentia tão confuso, por ter experiências tão vívidas... Acabava me iludindo cada vez mais.

Puxei bastante ar para meus pulmões, sentindo-os encher, e soltei lentamente quando um vento passou, fazendo as mechas do meu cabelo levantarem voo.
Em uma tentativa de não me encher de falsas esperanças, dedici matar o tempo no terraço; ainda teria de continuar com meus exercícios de energia mas, pelo menos, não ficaria perto da Nami e andando naqueles corredores que me trazem memórias de uma vida já encerrada.
Olhei ao meu redor e avistei um canto com umas coisas que não eram mais usadas pela escola; normalmente o terraço serve para guardar mesas e armários com defeito, e eu me lembro de vir aqui sempre que queria um pouco de paz para escrever, mesmo sendo proibido.

Caminhei em direção a uma carteira, que possuía vários rabiscos na mesa, onde era apoiado o caderno; levei a palma da mão até a superfície lisa, traçando meu nome escrito com caneta permanente... Era aqui que eu me sentava. Foi nessa carteira toda danificada pelo tempo onde eu escrevi meu primeiro conto de romance, que eu apresentei para minha turma no oitavo ano. Não me lembro bem o que escrevi, só sei que, dois anos depois, o queimei porque não me agradava mais. Era uma história romântica que falava bastante sobre o amor, o qual eu nunca tinha experimentado, e lembro-me que isso me incomodou porque não eram sentimentos reais, não foi uma experiência minha e, mesmo que tenha recebido um prêmio por aquilo...ainda sim o odiei a ponto de queimá-lo, porque eu não sabia o que era o amor. Porque não entendia o quão mágico era se apaixonar... porque não era sobre Nami.
A garota que eu descrevera na história fora baseada em livros e dramas, não era real, nunca existiu...e eu me senti incomodado porque não era sobre meu primeiro amor. Uma vez que eu me apaixonei, queria descrever com perfeição como eu me sentia, para que a minha experiência refletisse muito bem na história, queria escrever sobre alguém que realmente alcançou meu coração, e essa pessoa se chamava Im Nami.

Senti um sorriso se alastrar pelos meus lábios, e logo em seguida uma lágrima agridoce os tocou também, porque eu desejei voltar, eu quero tudo de volta... Quero viver.
Respirei fundo, evitando que mais lágrimas viessem, afastando desejos impossíveis para longe de mim. Não tinha direito de pedir que as coisas voltassem a ser como eram, porque, mesmo não querendo aceitar, a situação que me encontro nesse momento é culpa minha...bom, é isso o que todos estão dizendo; que, no fim das contas, eu sou o responsável por estar tão infeliz agora.

Faíscas Espectrais - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora