Capítulo 30 🌻

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Han SiWoo

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Han SiWoo

Quando as portas daquele porão abafado se fecharam, a luz artificial que passava pela pequena janela iluminou minhas memórias, trazendo todas de volta...uma por uma, como se fosse natural. Em um momento eu era só Han SiWoo, um fantasma suicida com nada mais que memórias românticas, mas, como em um piscar de olhos, eu já me lembrava de tudo.

Toda minha vida eu soube que não era um filho amado, mesmo que estivesse sempre estudando e me esforçando para estar em primeiro em qualquer coisa que eu me dispusesse a fazer, eu ainda era ofuscado pelos sentimentos de aversão guardados de mim. Mesmo nunca tendo sido reconhecido como um filho bem-vindo, só me tornei consciente de que eu era alguém verdadeiramente indesejado quando SiWan se mudou para a Austrália com promessas de entrar em uma boa escola de Esgrima, um esporte que meu irmão deixara claro que não passava de um hobby, mas nosso pai insistira que ele devia se agarrar a qualquer pingo de sonhos que tivesse enquanto novo. E assim ele partiu rumo a Austrália, e eu passara a ser condenado a me contentar com o escuro do porão empoeirado de casa.

Era impossível manter os meus batimentos estáveis, principalmente quando Nami mantinha seus olhos tão concentrados naquele caderno cheio de marcas, feridas que eu escondera durante muito tempo. De todas as pessoas no mundo, jamais pensei que Nami seria a primeira que colocaria as mãos em meu passado tão doloroso.
Enquanto Nami lia, tudo que eu podia fazer era esperar...nada mais. Cada página que ela virava era como afundar mais no iceberg escuro e assustador que minha vida era. Mesmo odiando a ideia de que seus olhos visualizassem algo tão terrível, eu sabia que era preciso.

Senti meu coração partir quando suas sobrancelhas se curvaram de forma instável, cheias de emoção, como se estivesse a um passo de chorar, e eu me levantei no mesmo instante para ir até a garota que estava sentada em sua cama, ainda concentrada nas fotos, nas palavras relatadas e nas datas específicas.
Me sentei ao lado de Nami de forma cautelosa, e ela me olhou pela primeira vez desde que eu lhe entregara aquele caderno, mas seus olhos transmitiam tristeza e, talvez, lá no fundo, sentisse raiva. Repousei minha mão delicadamente em seu ombro, esticando os lábios como uma forma de fazê-la não sentir tanto pelo que havia lido. Com cuidado, peguei o caderno de capa preta de sua mão - a cor combinava bem com a obscuridade do conteúdo -, fechando-o em seguida, rápido suficiente para que meus olhos não tivessem a oportunidade de visualizar aquelas fotos horríveis e assombrosas novamente; uma vez havia sido suficiente para manter minha mente longe de mim por alguns minutos.

Fiz carinho em movimentos repetitivos no ombro da garota, que ainda me fitava com dor e preocupação, buscando as palavras certas para me dizer, mas não parecia obter muito sucesso, e eu entendo...nem eu soube muito bem como me confortar.

- Nami...está tudo bem - disse em um tom de sussurro, calmo para não explodir os sentimentos conflituosos que provavelmente estavam criando dentro de Nami, chamando-a aos poucos para a realidade.

Faíscas Espectrais - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora