Han SiWoo
Nunca imaginaria que palavras tão simples seriam capaz de tirar uma porcentagem da aflição que sentia em meu peito:"Eu estou morto, Nami". Consegui me sentir mais leve depois de dizer tão pouco, mas havia mais, muito mais.
Coloquei a mão sobre meu peito, no rumo do coração, surpreso com o batimento vívido dele, sentindo um sorriso fino e esperançoso se formar em meus lábios... Como uma vela acessa perto da janela aberta em um vendaval.— Às vezes eu realmente me sinto vivo, e isso dói... — balbuciei, sentindo a esperança se apagar.
Subi a cabeça para olhar nos globos escuros de Nami, só para ver um semblante confuso e perdido em seus olhos.
Sorri nasalado, quebrando nosso contato visual por alguns segundos só para que pudesse me preparar para aquilo; respirei e inspirei.
Quando estava prestes a dizer mais, Nami se apressou:— Ok, você está morto. E o que você espera que eu faça? — disse simplesmente, dando de ombros; como sempre, não se importando com como suas palavras podem machucar os outros.
Soltei um ar impacientemente forte pelas narinas, seguido de um sorriso desacreditado. Encarei Nami com aquele seu semblante indiferente por alguns segundos, vendo-a permanecer intacta, realmente sem se importar.
Cruzei os braços, meu pé batendo repetidas vezes contra o chão de madeira marrom enquanto meu dedo indicador fazia o mesmo em meu braço esquerdo, a irritação que começara a percorrer meu corpo só aumentando; tentei me acalmar, começando pela respiração, que estava muito pesada. Não queria acabar me descontrolando como antes.—Não sei, Nami. — disse, fazendo uma pausa para me acalmar mais.— Não me abandonar na sala de Arte seria um bom começo.
Ela sorriu com desdém, dizendo em seguida:
— Não se preocupe, as chances de ficarmos sozinhos na sala de Arte ou em qualquer outra novamente são iguais à zero! — Afirmou em plenos pulmões, pegando em seguida sua mochila, se direcionando ao quarto.Não estava disposto a encerrar tão facilmente aquela discussão, então a segui, ignorando suas ordens para me afastar. Atravessei quando ela bateu a porta de madeira branca na minha cara, vendo-a me olhar irritada.
— Sai. — mandou, apontando para a porta com o dedo indicador.
— Por que você está agindo assim? É tão difícil conversar pacificamente? — insisti.
— Você já disse o que tinha para dizer, eu imagino. — retrucou, ainda na defensiva, continuando a ordenar com seu dedo que eu saísse.
— Não. Eu não terminei. — Afirmei, batendo o pé no chão com firmeza.
Se Nami me conhecia pelo menos um pouco depois desses quatro anos, sabia muito bem que eu não era de desistir tão facilmente.
Ela agarrou os cabelos com impaciência, virando-se de costas para mim, abafando um grito de raiva. Depois de contar até três, talvez dez, se virou para me olhar, gesticulando com os olhos e sobrancelhas que agora iria me escutar...— mesmo não estando tão disposta para tal.
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Faíscas Espectrais - Livro 1
EspiritualO que você faria se recebesse a notícia que seu maior rival da escola cometeu suicídio? Pior: o que faria se o mesmo aparecesse em sua casa no meio da madrugada...como um fantasma?. Essa é a história de Im Nami e Han SiWoo, dois jovens que tiver...