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Durante a semana seguinte, Atsumu não saiu do seu quarto para fazer absolutamente nada.
Se dependesse dele, ele nem comeria mas Komori não permitiu que ele chegasse a esse extremo e o levava as três refeições do dia.

O plano do Miya era simplesmente se matar mas ele não tinha coragem para tal então tentou morrer de fome, o que também não deu certo.

Ele não teve nenhum contato com o Sakusa, graças a Deus, mas parece que ele agradeceu cedo demais.

— Tsumu. - era Komori. O loiro sabia que o outro tinha a chave mas ele sempre batia a porta e esperava pela resposta do Miya.

— Sim.

— Como você está? Comeu tudo? - como resposta, Atsumu apenas apontou para o tabuleiro vazio fazendo o outro sorrir. — Que bom. Mas eu não vim com boas notícias.

— Oh... - Komori + Más notícias = Sakusa. — Eu estou com problemas?...

— Não exatamente. - o de cabelos marrons disse. — Você vai precisar sair com o Kiyo e, mesmo que ele não me diga o que foi, eu sei que ele fez alguma merda com você.

O silêncio do Miya foi como se ele confirmasse, alto e em bom som, a teoria de Komori.

— Eu preciso mesmo ir?...

— Eu sinto muito. Se ajuda alguma coisa, eu também vou. - sorriu torto. — É um jantar de negócios importante e o Kiyo precisa de um acompanhante.

— Você não é o acompanhante dele?

— Não esse tipo de acompanhante, bobinho. - riu.

— Ele quer um brinquedo, então. Ele só deve querer me torturar mais. - falou cabisbaixo. Quando ele estava triste assim sentia ainda mais falta do seu irmão.

— Tsumu, eu já disse que o Kiyo não te considera um brinquedo. Ele só não sabe como tratar pessoas no geral. O problema não é você!

— Ele não trata você assim tão mal.

— Tsumu, eu estou do lado dele há vinte anos. Eu vi ele crescendo e construindo tudo que ele tem hoje e ainda assim eu sou a pessoa que ele trata pior. - Komori riu. — Eu simplesmente aprendi a lidar com ele ao longo dos anos.

— Eu não acredito nisso...

— Você não precisa. Com o tempo vai perceber isso. Agora você tem mesmo que se preparar para a gente sair.

— Certo.

Atsumu foi tomar banho enquanto seu amigo preparava a roupa que ele iria vestir.
Ele não queria mesmo ver o Sakusa depois da sua última interação mas depois de um tempo, lá estava ele.
Na sua frente.

— Não saia do meu lado a não ser que o Komori esteja com você e se comporte. Sabe como deve me chamar em público, não é?

— Sim, Omi.

— Ótimo. Quero que saiba que eu odiei essa birra que você fez essa semana. - Kiyoomi apertou o rosto alheio com força. — Se voltar a fazer algo assim, eu te dou um real motivo pra ficar triste.

— Kiyo! - Komori chamou.

— Não se meta, Komori. - grunhiu para o amigo e voltou sua atenção para o Miya, levando sua mão ao pescoço alheio mas mantendo o aperto. — Eu não sou tão mau quando você pensa. Tenho uma surpresa pra você em algum lugar da casa.

Atsumu precisou se segurar para não revirar os olhos quando o outro disse que não era mau mas ele ficou curioso com a última fala.

De qualquer forma, seu corpo traiçoeiro estava ficando quente com todos aqueles estímulos.
O aperto, o tom de voz, a situação.
Atsumu tem certeza absoluta que se tivesse conhecido aquele homem em outra ocasião, já estaria de joelhos pra ele faz tempo.

𝗠𝗶𝗻𝗲 | 𝗦𝗮𝗸𝘂𝗔𝘁𝘀𝘂Onde histórias criam vida. Descubra agora