𝟚𝟚

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No dia seguinte, quando Atsumu acordou, Kiyoomi não estava do seu lado.
Não que ele estivesse esperando acordar com o outro mas ele queria mesmo ter dito qualquer coisa para ele. Assim como ele queria descobrir o motivo do Sakusa odiar o seu dia especial.

O loiro fez as suas higienes normalmente e desceu afim de arrumar alguma coisa pra comer. Ao chegar na cozinha viu Osamu e Rintarou conversando.

— Oi, Tsumu. - Rin cumprimentou. —  O Ki pediu pra avisar que o seu médico vem as três e vendo a hora que você levantou, entendo o motivo de ele estar chamando um médico aqui.

O Miya loiro olhou para o relógio de parede, vendo que era uma e meia e suspirou acenando com a cabeça.
Ele não entende o motivo para tanta coisa sendo que pra ele, dormir esse tanto sempre foi normal. E ele até se levantou cedo hoje.

— Dormiu bem, Tsumu? - seu irmão perguntou e ele acenou com a cabeça concordando. — Que bom. O Sakusa me pediu pra ficar com você a consulta toda pra não ter chance de acontecer a mesma coisa da última vez. O que aconteceu?

— Oh... - suspirou. — O Omi chamou um homem para tirar as minhas medidas pra fazer as minhas roupas. Ele pensou que eu era uma puta e tentou abusar de mim.

— Quê?! - o casal perguntou desacreditado. — Deve ser por isso que eu nunca mais ouvi falar no Alfred. - o Sakusa concluiu.

— Agora mesmo que eu não vou sair do seu lado! - Osamu grunhiu fazendo os outros dois rirem.

— Rin, - Atsumu chamou com a boca cheia de pão. — Onde o Omi foi? Eu sei que hoje é o aniversário dele e que ele, por algum motivo, odeia essa data mas eu queria saber por quê.

— Nossos pais morreram no aniversário dele de dezoito anos. - Rintarou murmurou. — Eles tinham viajado e estavam voltando pra casa pra comemorar o dia do Ki mas o avião deles caiu e os seus corpos nunca foram encontrados.

— Eu sinto muito... - Atsumu disse se arrependendo no mesmo momento de ter perguntado.

— Não se preocupe, já fazem dez anos. O Ki se culpa e diz que se ele não fizesse anos nesse dia, a gente ainda teria nossos pais. Por isso ele odeia o aniversário dele e soca qualquer um que diga um 'Feliz aniversário' pra ele.

— Eu entendo...

— Não fique triste, Tsumu. Você perguntou onde ele estava, certo? Ele deve estar na academia. É lá onde ele se fecha o dia todo.

— Por que não leva alguma coisa pra ele comer? - o Miya platinado sugeriu.

Atsumu preparou alguns sanduiches para o Sakusa, e foi para a academia, encontrando Kiyoomi socando um boneco como se fosse seu pior inimigo.
Por alguns momentos, ele até sentiu medo do outro mas no fundo ele sabia que Kiyoomi não iria machucá-lo, por isso seguiu em frente.

— Omi.

— O que você está fazendo aqui? - foi seco e Atsumu definitivamente não sentiu falta de ter Kiyoomi o tratando assim.

— O Rin disse que você não comeu nada o dia todo então ou trouxe isso daqui. - se referiu aos sanduiches.

— Eu não preciso comer. Pode ir.

— Não fale comigo assim. - murmurou.

— O que você disse? - arqueou a sobrancelha e finalmente encarou o Miya.

— Eu disse pra você não falar comigo assim. - foi mais firme e pousou o tabuleiro. — Eu não gosto disso, desse tom.

Kiyoomi suspirou, limpou o suor em uma toalha e se aproximou do loiro.

𝗠𝗶𝗻𝗲 | 𝗦𝗮𝗸𝘂𝗔𝘁𝘀𝘂Onde histórias criam vida. Descubra agora