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5 DE DEZEMBRO DE 1996

Já era tempo.

A lareira na sala de estar ganhou vida com chamas verdes brilhantes, assustando Sirius de um cochilo no sofá. Ele estava esperando desde que recebeu a mensagem do Patrono de Dumbledore, e parecia que agora era a hora. Seus joelhos tremeram quando ele se levantou, bem a tempo de ver o próprio Dumbledore passar pela lareira subitamente aberta.

"Boa noite, Sirius," disse o velho diretor. Ele parecia tão doente quanto estivera o ano todo, mas havia uma leveza em sua voz que Sirius não ouvia há muito tempo. O animago o observou por apenas um momento antes de olhar ansiosamente para o fogo.

Dumbledore pareceu entender. "Eles chegarão em breve," ele disse. "Severus estava tendo alguns problemas-"

"Problemas?" A voz de Sirius estava tensa.

"Só um pouco de trabalho pisar na grade," Dumbledore disse com um calor reconfortante em seu tom. "Poppy está ajudando ele. Ah, aqui estão eles..."

Mais duas pessoas se materializaram na lareira. Elas saíram com cuidado, uma guiando a outra com um braço firme. "Cuidado", disse Poppy Pomfrey. "É isso, cuidado agora..."

Severus parecia prestes a vomitar. Sirius não podia culpá-lo. Viajar por Flu poderia pegar alguém desprevenido, mesmo que não estivessem prestes a dar à luz.

Ao perceber Sirius o encarando, as costas de Severus se endireitaram. Ele soltou o braço de Poppy e se sacudiu. Sirius podia ver a máscara deslizando para o lugar. "Onde faremos isso?", ele perguntou com a voz tensa. O diretor olhou para Sirius com uma inclinação inquisitiva da cabeça.

"Primeiro quarto de hóspedes, suponho," Sirius disse entorpecido. Ele observou os três saírem do quarto, a mão boa de Dumbledore colocada na parte superior das costas de Severus. Severus não olhou para Sirius nem uma vez.

Ele esperou por algum tempo, nervoso demais para se sentar. Finalmente, Dumbledore apareceu novamente, sozinho. "Lamento ter que retornar a Hogwarts", ele disse. "Poppy concordou em me mandar uma mensagem quando a criança chegar. Tentarei visitá-la o mais breve possível."

Sirius não sabia o que dizer, então apenas assentiu. Ele pulou quando uma mão firme deu um tapinha em seu ombro. "Tente relaxar, meu garoto. Você parece bem pior do que Severus no momento."

Foi dito com gentileza, e Sirius encontrou sua voz. "Ele é... Ele será...?"

"Poppy cuidará bem deles", disse Dumbledore.

"Sim, ok."

Após a saída de Dumbledore, Sirius foi deixado andando de um lado para o outro. Mas isso só o ocupava por um tempo. Logo ele estava vagando até a escada, ouvindo, tentando discernir o que estava acontecendo. Ele se sentiu quase envergonhado quando Poppy apareceu de repente no patamar acima, suas saias balançando e seus passos quase silenciosos.

"Ainda dá tempo", ela disse bruscamente enquanto descia a escada. "Tenho que pegar algumas coisas. Volto já."

"Certo," Sirius disse vagamente enquanto ela passava por ele. Ainda havia tempo, então. Não estava acontecendo ainda.

Como se estivesse atordoado, Sirius começou a subir as escadas. Ele ouviu a lareira rugindo e Poppy dizendo, "Ala Hospitalar de Hogwarts!" Ele não olhou para trás. Seu olhar estava fixo no patamar à frente, então no corredor, e então na maçaneta da porta do quarto de hóspedes.

Ele engoliu em seco, sua mão tremendo enquanto ele agarrava a maçaneta. Ele empurrou.

Severus não estava deitado como Sirius esperava. Ele estava sentado na cama, de costas para a porta, de frente para a janela suja e suas cortinas empoeiradas. Sirius não se incomodara em limpar aqui desde que Harry partira para a escola meses atrás.

Um morcego e seus cães ( TRADUÇÃO )Onde histórias criam vida. Descubra agora