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1 DE SETEMBRO DE 2012

Estar de volta à Plataforma 9 ¾ depois de todos esses anos foi uma sensação surreal para Sirius. O vapor saindo da locomotiva do Expresso de Hogwarts obscurecia sua visão da plataforma de vez em quando, pais e alunos e carrinhos e gaiolas de corujas, todos indo e vindo como fantasmas entrando e saindo de vista. A cacofonia era exatamente a mesma de sempre desde sua primeira visita, há mais de 40 anos.

Talvez fosse por isso que pisar nessa plataforma todo ano o fazia voltar à infância, em vez das várias vezes que ele tinha pisado lá desde que se tornou adulto. Por mais antigas que fossem as memórias, elas eram mais nítidas de alguma forma. Mais bem definidas. Era enervante sentir que ele poderia se virar a qualquer momento para ver seu pai parado ali, franzindo a testa para seu relógio de bolso, ou sua mãe fazendo um gesto de desaprovação para algum nascido trouxa e sua família.

Ele agarrou a mão de Asterion, deu um pequeno aperto, para se assegurar de que estava aqui no presente. Seus pais estavam mortos há muito tempo. Seu irmão, morto. James, morto.

É melhor não seguir esse caminho.

"Chara!" A dura reprimenda de Severus foi o que finalmente o trouxe de volta. Sirius sorriu para seu marido, que estava espiando através da multidão em busca de sua filha perdida.

"O quê?!" veio a resposta, em algum lugar na plataforma.

"Eu disse para esperar conosco!"

"Bethany e Sarah estão me esperando!"

"Não me importa se o maldito Ministro da Magia está esperando por você! Volte aqui em-E lá vai ela..." Ele franziu o cenho, e Sirius olhou para ver um vislumbre de um rabo de cavalo preto chicoteando por uma das portas abertas do trem.

Ao lado de Sirius, Asterion se inquietou. "Ela vai embora sem mim?"

"Vocês todos vão embora ao mesmo tempo, amor", disse Sirius.

"Mas mamãe disse a ela para encontrar um compartimento onde pudéssemos sentar juntos..." Naquela manhã, Asterion insistiu que não precisava de tal consideração. Ele tinha onze anos e era mais do que maduro o suficiente para andar de trem sozinho, ele afirmou. Mas conforme a manhã passava e a hora da partida se aproximava, ele ficou mais nervoso. Agora ele estava segurando a mão de Sirius com as duas mãos, uma energia ansiosa fazendo seu corpo inteiro tremer.

"Ela vai encontrar um assento para você," Severus disse, seus olhos afiados examinando as janelas do trem. "Se eu tiver que ir a bordo e arrastá-la de volta para fora..."

"Não precisa disso," Sirius disse. "Tenho certeza de que Teddy ficará feliz em ajudar você, Asterion."

"Ele vai?"

"Ele vai o quê?" Com essa nova voz, Sirius se virou, já sorrindo ao ver seu velho amigo. Remus saiu de uma das muitas lareiras fornecidas para viagens de Flu, pisoteando as cinzas de suas roupas. Um momento depois, seu filho o seguiu, o cabelo bagunçado do garoto em um tom brilhante de turquesa hoje.

"Ei!" O garoto acenou para eles, e Asterion rapidamente soltou a mão de Sirius.

"Olá, Teddy," Sirius cumprimentou. "Pronto para mais um ano?"

"Você sabe que sim!" Ele se virou para Asterion. "Wotcher, Asterion. Você está pronto para seu primeiro ano em Hogwarts?"

Asterion assentiu, suas costas retas e ombros quadrados, tentando colocar uma fachada corajosa. "Fiquei acordado a noite toda para ter certeza de que tinha tudo embalado", ele disse. "Chara me disse que os calouros passam por muitas roupas por causa de todas as agressões dos colegas mais velhos..."

Um morcego e seus cães ( TRADUÇÃO )Onde histórias criam vida. Descubra agora