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JULHO DE 2016

"Não se preocupe tanto."

Marvin Merryweather não estava preocupado. Ele era um grifinório, não era? Ele era corajoso e verdadeiro de coração, forte de corpo, firme de mente. Estufando o peito, reunindo coragem, ele olhou para Asterion e disse: "Mmnhngh!"

Bem, isso não era nem um pouco másculo, não era? Mais como um guincho, tinha sido. Ele pensou que tinha acabado com toda aquela bobagem com sua voz falhando o tempo todo. Ele tinha quinze anos, pelo amor de Merlin. Ele não tinha passado do ponto de soar como um adolescente desajeitado e desajeitado? Ele era um homem agora! Homens não gritam!

Toda a sua trepidação se dissipou com o sorriso de Asterion. Pelas botas de Godric, ele era adorável. Rosto suave em formato de coração, olhos grandes e escuros e um sorriso de partir o coração de qualquer um... Marvin nunca se considerou atraído por garotos, mas nenhum garoto era como Asterion. Sua beleza ia além do gênero, além de convenções como sexualidade. Ele era perfeito andando sobre duas pernas. Ele poderia ter ido com qualquer um, e ainda assim aceitou o convite de Marvin para hoje. Marvin, com seu rosto infantilmente gordinho e seu cabelo loiro bagunçado empoleirado no topo da cabeça como o de um espantalho.

Endireitando os ombros, Marvin se virou de volta para a casa. Por Asterion, ele enfrentaria o próprio Inferno.

Era uma pequena moradia de aparência inocente, pitoresca e charmosa e todas as coisas que ele não esperava. Ele esperava que a dupla notória vivesse em uma mansão gótica nas profundezas de uma floresta mal-assombrada. Ele esperava gárgulas e cercas de ferro forjado e torres altas perfurando o céu tempestuoso, não begônias e malmequeres crescendo em baldes ao longo de um pequeno e fofo caminho de paralelepípedos. O telhado era de palha, pendendo sobre as paredes de pedra, como algo saído de um conto de fadas. Tudo o que precisava eram duendes voando no velho carvalho que pairava acima do portão, e talvez um unicórnio trotando pela ampla extensão do quintal.

"Você está pronto?" Asterion perguntou, e Marvin assentiu.

Eles passaram pelo portão de ferro, atentos aos tentáculos de hera que subiam em suas barras. Marvin notou o jardim de ervas parcialmente escondido atrás de uma cerca viva de buxo, um galpão ao lado da casa e um varal visível atrás. Era tranquilo, normal. Não havia nenhuma indicação de que um ex-Comensal da Morte e um assassino condenado morassem ali.

Então, novamente, Asterion era filho deles. Eles não poderiam ser tão ruins quanto todos diziam, poderiam? Marvin olhou novamente para o garoto mais baixo, e aquele sorriso o tranquilizou e encorajou seu passo. Asterion era como um querubim, um anjo em forma humana. Ele não poderia ter se tornado assim se seus pais fossem maus, certo?

A porta se abriu antes mesmo que eles a alcançassem, e a bravata de Marvin recuou para as profundezas de sua alma, levando consigo toda a sua compostura e coragem.

O homem ali parado era, em uma palavra, assustador. Embora não excessivamente alto, ele estava orgulhoso e imponente, vestido com uma túnica preta esvoaçante, rosto fantasmagoricamente branco, olhos negros como a noite e um brilho digno de um basilisco. O ar ao redor dele pareceu esfriar alguns graus, o sol se escondendo atrás de uma nuvem como se não suportasse olhar para ele.

Marvin se perguntou se esse era o fim para ele. Porque certamente, Asterion o havia enganado e o levado direto para um vampiro para que sua vida fosse drenada. Ah, cuidado com um rosto bonito!

Então aqueles olhos negros se voltaram para Asterion, e a sobrancelha do homem arqueou-se delicadamente, inquisitivamente. A voz de Asterion trouxe Marvin de volta das profundezas do medo. "Mãe, este é Marvin Merryweather!" Quão docemente ele apresentou a próxima refeição do homem. Marvin sentiu seus joelhos cederem.

Um morcego e seus cães ( TRADUÇÃO )Onde histórias criam vida. Descubra agora