Beatrice Castellani enfrentava uma perda repentina e buscava por justiça desde então. Traçava uma linha direta em seu dia a dia, vivendo um dia após o outro, deixando que seu ódio e rancor tomasse conta da mesma, disposta a descobrir o culpado pela...
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Beatrice estava há três dias enclausurada na casa de sua mãe, sem vontade de ver ou falar com ninguém. O que descobrira no galpão sobre Felipe e Jungkook a havia deixado devastada. As revelações dançavam em sua mente, incessantemente, como uma tempestade que se recusava a cessar.
Ela estava no quarto que um dia fora seu, sentada na beira da cama. As paredes ainda tinham as marcas de sua infância, com posters desbotados e prateleiras repletas de livros antigos. O quarto, que antes lhe trazia conforto, agora parecia uma prisão.
A luz do sol se infiltrava pelas cortinas semiabertas, lançando um brilho opaco sobre o ambiente. Beatrice não tinha forças para abrir as janelas ou mesmo sair de seu quarto. O ar estava pesado, carregado com a tensão de seus pensamentos.
Beatrice apertava uma foto de Angelina entre os dedos, a imagem de sua irmã sorridente agora era um doloroso lembrete de tudo o que havia sido perdido. "Como isso pôde acontecer?" Ela sussurrava para si mesma, a voz rouca e trêmula. Suas lágrimas haviam secado há muito tempo, deixando apenas uma sensação árida de desespero.
As lembranças daquele galpão voltavam em flashbacks implacáveis. A morena podia ver Felipe rindo, o rosto distorcido pela crueldade, e Jungkook, com seus olhos sombrios, uma sombra de culpa e arrependimento. "Eu deveria ter visto os sinais..." pensou ela, a culpa esmagando seu coração. "Como pude ser tão cega?"
A cada minuto que passava, a dor se tornava mais insuportável. Beatrice sentia como se estivesse se afogando em um mar de tristeza e confusão. Sua mãe tentara falar com ela várias vezes, batendo suavemente na porta, perguntando se estava tudo bem, mas Beatrice não conseguia responder. Não sabia como explicar a avalanche de emoções que a sufocava.
A enfermeira se levantou e caminhou até a janela, afastando levemente as cortinas para olhar para fora. A rua estava deserta, as árvores balançando suavemente ao vento. O mundo lá fora continuava indiferente à sua dor, seguindo seu curso implacável.
Beatrice se afastou da janela, sentindo-se ainda mais isolada. Cada passo pelo quarto ecoava o vazio em seu coração. Ela se deitou na cama, encolhendo-se em posição fetal, desejando desaparecer. As vozes em sua cabeça continuavam a sussurrar, lembrando-a de cada detalhe horrível que descobrira.
A todo momento sabia que não podia fugir para sempre, mas a ideia de enfrentar o mundo parecia insuportável. Beatrice fechou os olhos, tentando encontrar algum vestígio de paz em meio ao caos interno. Mas a escuridão a envolvia, e ela se sentia perdida, sem saber como ou quando encontraria um caminho de volta para a luz.
O som de passos leves se aproximando pela casa ecoou pelo corredor. Beatrice ouviu a batida suave na porta e, pela terceira vez naquele dia, a voz suave de sua mãe atravessou a madeira.
ㅡ Beatrice, querida, posso entrar? Só quero conversar um pouco.
Beatrice permaneceu em silêncio, esperando que sua mãe desistisse como das outras vezes. Mas a porta se abriu devagar, e sua mãe entrou, a preocupação estampada no rosto. Ela fechou a porta atrás de si e se aproximou da cama, onde Beatrice estava deitada.