Beatrice Castellani enfrentava uma perda repentina e buscava por justiça desde então. Traçava uma linha direta em seu dia a dia, vivendo um dia após o outro, deixando que seu ódio e rancor tomasse conta da mesma, disposta a descobrir o culpado pela...
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A porta pesada deslizou lentamente para o lado, revelando o interior luxuoso da cobertura como se o espaço tivesse sido criado apenas para eles. O ar era denso, envolto pelo silêncio que parecia amplificar cada respiração. Beatrice deu o primeiro passo, seus saltos afundando no chão de mármore frio, o som ecoando suavemente na imensidão do lugar. A luz dourada do fim de tarde inundava o ambiente, refletida pelas janelas de vidro do chão ao teto, banhando tudo em um brilho quase etéreo.
Os olhos de Beatrice deslizaram pelo ambiente, mas era difícil focar nos detalhes. Cada peça de mobília de couro e madeira parecia intocada, como uma obra de arte que ela não podia apreciar por completo, pois seu corpo já estava em alerta, todos os sentidos sintonizados na presença que se aproximava logo atrás. Ela sabia que ele estava ali, mas o peso do ar entre eles tornava isso mais do que uma certeza – era uma corrente invisível que os atraía um ao outro.
Jungkook fechou a porta com um movimento deliberado, o clique suave do metal soando como um gatilho. O som reverberou pelo espaço vazio, mas a verdadeira tensão estava em seus corpos. Ele não precisava tocar nela ainda, mas o calor da sua presença era palpável, envolvendo-a lentamente, como uma onda que ameaça submergi-la. A respiração de Beatrice acelerava imperceptivelmente, os dedos se apertando levemente nas laterais do vestido, enquanto seus olhos capturavam a vista à sua frente – o céu queimando em tons de vermelho e laranja ao pôr do sol. Um cenário que deveria ser pacífico, mas que só servia para intensificar o caos interno.
Beatrice deu mais alguns passos, aproximando-se das enormes janelas. O vidro refletia levemente a figura de Jungkook atrás dela – alto, imponente, como uma sombra que ela sentia, mesmo sem vê-lo diretamente. O reflexo capturava os contornos dele, sua expressão dominada pela intensidade que sempre fazia com que o ambiente ao redor parecesse insignificante. Havia uma força bruta em sua presença, uma tensão contida que preenchia o espaço de forma quase sufocante.
A cada movimento que ele fazia, o ar parecia vibrar ao redor dela. A proximidade entre os dois diminuía lentamente, sem que palavras fossem necessárias. Beatrice sentia os arrepios correndo por sua pele, o calor subindo pelo corpo como uma corrente que a puxava inexoravelmente para ele. Seus olhos estavam fixos no horizonte, mas sua mente já estava perdida na expectativa. O toque dele ainda não havia chegado, mas ela podia senti-lo como uma promessa inevitável.
Jungkook parou a poucos centímetros dela. O calor irradiava de seu corpo, penetrando através do fino tecido que cobria o dela. A mão dele subiu lentamente, os dedos quase roçando a lateral do seu braço, sem jamais tocá-la de verdade.
Beatrice fechou os olhos por um segundo, a respiração presa em sua garganta, o mundo exterior desaparecendo completamente, até que tudo o que restava fosse ele. Só havia o som de suas respirações, o silêncio denso entre eles gritando com a energia não liberada.
O vento lá fora pressionava contra as janelas, mas dentro daquele ambiente o calor que eles geravam era incendiário, uma chama prestes a explodir. Beatrice inclinou levemente a cabeça para o lado, seu corpo respondendo antes que ela pudesse racionalizar o que estava fazendo. A pele dela estava quente, os lábios entreabertos, esperando por um toque que parecia inevitável.
