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MINI FANFIC.

Normalmente se espera que a certa idade saibamos o quanto está ruim o suficiente para abandonarmos o barco, mas e quando nos damos conta disso depois de naufragados?

O que nos resta são dois caminhos, pedir ajuda ou nadar sozinho até a costa. A escolha da maioria sempre será pedir ajuda, porém se adicionarmos o medo e a frustração a essa equação, escolhemos nadar a costa sozinhos.

Eu sou Sina Deinert, secretária pessoal de um dos mais cobiçados homem de negócios, Noah Urrea.

Meu chefe como de se esperar é o pior que um classe alta pode ser. Com sua beleza e inteligência de berço, ele espera que todos os demais se comportem sem falhas e com ele não há segundas chances.

Nunca imaginei que acabaria presa a ele por tanto tempo, pois tão logo entrei na empresa, cometi tantos erros de uma vez só no primeiro dia, que mal pude olhá-lo nos olhos por um ano todo.

Bem, talvez eu tenha sido a exceção - lembro-me de ter pensado. Hoje imploro aos céus que ele me demita.

Há um segredo e um erro do qual não posso permitir que ele saiba e também não posso me arriscar pedindo demissão.

Então devo lhes dizer que esta história se inicia aqui. No trabalho, sete da manhã da segunda-feira.

- Srta. Deinert... - sua voz chamou-me pelo interfone ao lado de meu cotovelo apoiado na escrivaninha.

- Sim senhor, em que sou útil? - exibi a mesma prontidão de sempre, mas devo dizê-los, é apenas na frente do chefe.

- Traga os informes sobre o progresso do projeto Aurora. - ordenou secamente.

As palavrinhas mágicas eram um mundo estranho para ele, não existiam "por favor" ou "obrigada".

- Sim, senhor.

Deixei o que fazia antes de lado, agarrei todas as pastas sobre minha mesa e repassei-as antes de levantar-me para entregá-las a ele.

Bati fracamente na porta, apenas por costume.

- Entre. - a voz fria e desconfortável de sempre.

- Senhor, aqui estão. - deixei-as sobre o espaço vazio no canto esquerdo da mesa de meu chefe. - Ordenadas dos dias mais recentes para os mais antigos.

- Pode se retirar.

- Descerei para pegar as correspondências, o senhor gostaria de mais alguma coisa? - perguntei por cortesia.

- Traga dois cafés negros sem açúcar e mande Emily Smith subir. - o incomodo em dizer o nome da mulher era nítido para mim que já completava dois anos trabalhando ao seu lado.

Como eu lhes disse antes, os classe altas costumam a conseguir tudo o que quer, mas e quando lhes dizem Não?

- Trarei uma torta para o café da manhã com a Sra. Smith, ela ficará mais a vontade.

- Como queira. - respondeu-me como se pouco importasse.

Já estava de saída da sala, dois passos e minhas pernas falham. Tudo o que não podia acontecer na frente dele, naquele momento aconteceu.

- Sina. - mesmo com meus sentidos atordoados ainda pude ouvi-lo dizer meu nome. - Você... - sua boca e seus olhos focados em mim daquela forma pareciam mentira ou imaginação.

- Eu... e-eu... - as palavras não saíam e as minhas forças também não voltavam.

Senti os braços dele me pegarem.

- Se-senhor, me coloque... - antes que pudesse dizer algo ele me olhou tão de perto, fazendo-me perder a fala novamente.

Colocou-me cuidadosamente no sofá do escritório, e encarou-me antes de dizer:

𝑺𝒆𝒄𝒓𝒆𝒕𝒔Onde histórias criam vida. Descubra agora