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Noah Urrea.

Era no mínimo estranho dividir a cama com alguém, mas com Sina foi mais confortável do que eu pensava.

Quando acordamos pela manhã, fui o primeiro e por alguns minutos não pude evitar acariciar sua cabeça.

Vê-la dormir ali, tão serena e calma, não parecia a mesma secretária que eu tinha no escritório.

Em certo momento ela já não dormia mais tão pesado e achei melhor parar de mexer com o cabelo dela.

Seus olhos se abriam aos pouquinhos e ela me surpreendeu com um "bom dia" acompanhado de um meigo sorriso, mas logo voltou a si e se afastou.

Desci da cama e me espreguicei de pé.

De repente Sina tampou a boca com a mão e se curvou para frente.

Preocupado atravessei a cama e me coloquei ao seu lado.

- O que foi?

- Nada, apenas enjoos matinais. - sorriu amarga.

- Vem, o banheiro está aqui do lado. - digo a apoiando pela cintura.

Enquanto a deixei no banheiro colocando o pouco que havia em seu estômago para fora, parei para refletir.

Não poderia estar certo, nunca fui do tipo que me importava com terceiros se não fosse me beneficiar. E agora a secretária praticamente me tinha como dama de companhia.

- Não tenho que cuidar dela... - digo a mim mesmo.

- Noah... pode me trazer a toalha? - ela pediu e eu imediatamente lhe levei.

Parecia uma espécie de controle, mas eu não estava bem e não ficaria enquanto estivesse comendo na mão de Sina.

Ela saiu de perto do vaso e vendo a palidez que exibia achei que o melhor para ela seria deixá-la descansar até a hora da partida.

Não conseguia deixar de ser complacente com ela e isso de algum modo me irritava ainda mais.

Voltamos para o quarto e tratei de organizar os travesseiros confortavelmente atrás dela.

- Esta bom assim?

Ela levantou a cabeça e uma lágrima escorreu de seu rosto.

- Obrigada, Noah.

Eu era tão bom assim a ponto de emocioná-la?

- Por que está chorando? - tive que perguntar.

- Por que você está sendo legal? - ela desabou em lágrimas.

- Ei, ei... - sentei na cama e sem saber o que fazer para consolá-la lhe abracei.

Seu rosto se afundou em meus ombros e pescoço, suas mãos passavam por minhas costas e seu choro foi se reduzindo pouco aos poucos.

- Melhor? - digo depois de todos os ruídos cessarem.

A afasto para ver seu rosto e Sina está dormindo de novo.

- Como consegue mexer tanto comigo assim? - perguntei-me porque sabia que dela não teria uma resposta.

𝑺𝒆𝒄𝒓𝒆𝒕𝒔Onde histórias criam vida. Descubra agora