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Nunca consegui dormir por tanto tempo e tão bem em toda a minha vida. Sem embargo, naquele dia foi diferente e acordei pela tarde abraçada com meu chefe que me encarava sem expressão alguma em seu rosto.

- Descansou bem?

Eu não conseguia acreditar na pergunta dele.

Saltei da cama, não devia estar tão próximo de meu chefe, não devia esquecer de me proteger dele.

- Sim. Obrigada. - respondi.

Abri minha mala no canto do quarto, retirei algumas peças de roupas para tomar um banho e percebi uma sacola com peças minhas dentro.

- Eu... eu estava vestindo essas daqui ontem, agora me lembro.

- A Sra. Smith disse que era melhor dar um banho em você para abaixar a febre, por isso não está usando as mesmas. - ele respondeu saindo da cama.

- Pobre senhora, como ela conseguiu me dar banho sozinha?

- Não foi ela que te deu banho, fui eu... - disse ele pouco antes de cruzar a porta do quarto e me deixar em choque.

O quê?!

Passei um tempo só, e quando terminei minha higiene o Sr. Urrea apareceu no quarto.

- Se estiver pronta, vamos. - ele disse frio, o mesmo de antes eu diria.

E pensar que já começava a vê-lo de forma diferente.

- Sim, estou. - digo fechando a mala sobre a cama. - Mas e a Sra. Smith?

- Ela já assinou a venda da propriedade, então já podemos ir.

Então por isso ele já não era o cara atencioso, porque já não tínhamos que mostrar nenhuma gentileza entre nós. Ο que ele queria, já havia conseguido.

Torci os lábios, como sempre fazia quando me sentia irada.

- Claro, já não tenho mais o senhor bonzinho ao meu lado... - murmurei lamentando.

Ele agarrou a minha mala e antes que eu pudesse dizer algo segurou-me ao redor da cintura.

- Para, não preciso disso. - digo me afastando dele.

- Quer cair? - perguntou ele voltando a me apoiar pela cintura.

- Eu não sou um saco de batatas, posso andar.

- Claro.. - ele pareceu duvidar. - Você ainda não parece nada bem, quer arriscar a saúde do bebê?

De pronto me senti mal, era como se ele tivesse razão e eu fosse a idiota da história toda.

- Você se importa? - deixei ele no quarto e sai andando sozinha.

Percebi que não conhecia a casa, não conhecia a saída. No tempo que passei ali, foi do quarto para sala e da sala para o quarto, o banheiro também ficava no quarto e sendo assim não sai muito.

- Droga... - murmurei sentando em um banco no corredor.

- E aí está ela. - a Sra. Smith parou frente a mim. - O que faz aqui desacompanhada minha filha?

- Eu...

- Ela precisava de um copo d'água, falei para ela esperar, mas ela saiu na frente. - ele surgiu atrás de nós, tinha o dom para atuar.

- Ah, claro. - a senhorinha disparou mais a frente e um minuto depois voltou com o copo d'água.

- Obrigado, Sra. Smith. - ele a agradeceu.

Voltou sua atenção para mim do nada e ajoelhou.

- Tome isso, é para o enjoo.

Boquiaberta aceitei o copo d'água e o comprimido. Não conseguia acreditar em tamanha atuação, ele merecia o Oscar, nenhum marido de verdade chegava aos pés dele naquele momento.

𝑺𝒆𝒄𝒓𝒆𝒕𝒔Onde histórias criam vida. Descubra agora