thirty-two

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Ayala on

Ayala: o que você está fazendo aqui? — pergunto andando para atrás

Xxx: não gostou de ver o seu papai — pergunta ironicamente

Ayala: você estava preso, o que faz na minha casa! — pergunto, pegando a primeira coisa que vejo na minha frente

Carlos: sua casa? Achei que era do Pietro. — passa a mão pela faça

Ayala: nós somos noivos. — falo

Carlos: eu sei. — olho com dúvida para ele

Ayala: c- como? — pergunto

Carlos: eu sei tudo sobre você, tudo que aconteceu e deixou de acontecer — franzo o cenho em negação

Ayala: como você sa- — não consigo terminar de falar, sinto um forte cheiro de álcool no meu nariz, perco o sentido e desmaio... [...]

Acordo depois de um tempo, de início não consigo identificar o lugar que estou, mas depois de alguns minutos eu consigo identificar

Estou sentada em uma cadeira, com os pés e braços amarrados, tem uma fita na minha boca, o lugar onde estou é escuro, mas eu ainda consigo ver algumas coisas

Tem uma mesa com alguns utensílios de tortura em cima, o que me faz arregalar os olhos, uma corda amarrada ao teto, o lugar fede a mofo, eu estou com fome e com sede

Enquanto penso em uma forma de sair desse lugar, um barulho vindo de algum lugar me chama atenção

Tento ver quem é a pessoa mas não consigo pois a amarração está muito forte, me impedindo de virar para ver o rosto do indivíduo

Depois de alguns segundos em silêncio, só andando a pessoa aparece em minha frente

A única coisa que consigo ver na pessoa à minha frente é que ela ou ele é alto, diria que do mesmo tamanho do Pietro

Droga o Pietro, argh, será que ele ainda está no restaurante com a tal Kassandra?

Pensar nessa possibilidade faz subir um amargor pelas minhas mandíbulas

Ouço novamente o barulho da porta, outra pessoa entra

Carlos: Que maravilha, você já está aqui! — a voz de Douglas ecoa pelo galpão, o homem à minha frente olha para ele

Xxx: eu nunca perderia esse momento! — o homem fala, essa voz não me é estranha, mas não consigo identificar de imediato

Carlos: filhinha — vem em minha direção fazendo eu me encolher — pelo visto não reconheceu o homem ao meu lado, certo? — pergunta ironico olho com nojo para ele — esse é o Sérgio, não lembra dele? — quando ouço esse nome sair de sua boca, eu engulo em seco

Sérgio é um amigo de Douglas que frequentava minha casa desde que eu era pequena, ele vivia passando a mão em mim, falando coisas do tipo "nossa mais você é tão delicinha" e "se você falar isso para alguém eu mato você, seu irmão e sua mãe"

Não só ele mas também o meu "pai" fazia isso, e eu só tive coragem de falar com minha mãe quando ela viu com os seus próprios olhos, os dois passando a mão em mim enquanto eu estava despida em cima da cama me contorcendo e pedindo para parar.

Sérgio: que foi bebezinha, não sentiu minha falta? — me chama pelo "apelido" que ele me chamava desde que eu tinha apenas cinco anos de idade — se com cinco anos já era gostoso te tocar, imaginei agora. — fico com nojo de suas palavras — passar a mão por todo seu corpo — começo a tremer de medo — apertar seus seios e bundas, nossa mas eu não vou ter pena — suas palavras tem o mesmo efeito que facadas, ouço a risada dos dois pelo lugar — vamos ouvir um pouco da voz dela? — pergunta para Douglas.que concorda, ele dá um passo a frente e tira a fita, esperando que eu fale, não falo nada, apesar de querer gritar, cuspir, bater, matar eles.

Carlos: o que foi meu amorzinho — suas mãos vão para as minhas coxas fazendo eu me mexer em uma tentativa falha de tirar suas mãos de mim — nem adianta ficar se mechendo, isso não me impede de te tocar — suas mãos vão subindo cada vez mais, quando estava chegando na minha intimidade eu grito:

Ayala: PARAAAAA — grito com todo o ódio que havia em minha garganta, Douglas se assusta e tira a mão, mas como se fosse automático ele bate no meu rosto fazendo com que ele fosse para o outro lado, assim que a palma de sua mão vai em contra a minha bochecha, sinto um ardor no meu rosto

Sérgio: olha, pelo visto a bonequinha ainda fala — ele chega mais perto de mim, viro o rosto para não olhar em sua cara — olha para mim! — fala com autoridade e segura meu queixo puxando para frente para que eu olhe-o, junto toda saliva da minha boca e custo em seu rosto — VADIA — grita, recebo outro tapa no rosto dessa vez do outro lado, fecho os olhos e respiro fundo, cansei de ser fraca, cansei de obedecer, cansei de ser brinquedo — você quer morrer? Puta. — segura meu rosto forte, olho para ele com todo o ódio que há no meu coração, ele me encara por algum segundos até que solta meu rosto fazendo com que eu soltasse a respiração que eu nem sabia que segurava

Ele chega perto de Douglas e sussurra algo em seu ouvido o mesmo concorda e os dois saem andando, ouço um barulho de chave fechando e imediatamente começo a pensar em uma forma de fugir, agora eu tinha uma luz ligada, o que me permitia observar melhor o lugar, tinha uma janela em uma das paredes, pelo visto eu consigo passar, sem muita dificuldade, não é tão alta consigo alcançar subindo na cadeira, só preciso me soltar

Olho para mesa de tortura e vejo várias facas, não estou muito longe da mesa, menos de um metro de distância, vou arrastando a cadeira aos poucos, a cadeira passava na cerâmica no chão fazendo um barulho irritante, não demorou muito para alcançar a mesa, agora o difícil era pegar a faca, pois estava com os pé e as mão amarradas

Viro a cadeira de costas e tento palpar a mesa até achar a faca, passo o dedo em alguma ferramenta, sinto um ardor no dedo e suponho que tenha cortado com uma faca, pego-a e vou cortando a corda que para a minha filicidade não era grossa e cortava fácilmente

Com as mãos livres não penso muito e já corto as cordas dos meus pés que por algum motivo eram grossas mas eu consigo cortar facilmente, corro até a janela e vejo que está trancada, o que me deixa um pouco nervosa vou até a mesa de tortura e procuro algo que pode me ajudar a abrir ouço um barulho de carro o que só piora meu nevorsismo, volto para a janela para ver o quê que me esperava, respiro em paz quando vejo que é um carro saindo e não chegando, pelo que vi tem duas pessoas, mais especificamente dois homens no carro, corro de volta para a mesa e procuro alguma coisa que me ajude, enquanto procuro ouço um barulho de telefone tocando

Ayala: de onde está vindo esse barulho? — pergunto para mim mesma procurando o celular

Sérgio: daqui! — dou um grito de susto e vejo Sérgio me olhando da porta

Ayala: filha da puta — falo

Sérgio: achou mesmo que nós íamos deixar você sozinha aqui? Não, não somos burros! — ele fala me deixando com raiva — que foi? Perdeu o dom da fala? — silêncio — porque você não tá falando? Gosto tanto de ouvir sua voz — diz vindo em minha direção, pego uma das facas maiores e aponto em sua direção — você acha que eu tenho medo de faca? — mantenho a faca apontada para ele enquanto ele vem em minha direção

Ayala: se afasta. — falo áspera

Sérgio: se você não abaixar essa faca agora- — interrompo ele

Ayala: você vai fazer oque? Me matar? Mata. Me bater? Bate. Eu não tenho medo de você, eu não sou mais a garotinha que você podia fazer tudo que queria, sou uma mulher, que sei me defender, não tenho medo de você, e outra eu e Pietro estamos noivos, ele já deve ter acionado políciais para me procurar — falo ainda com a faca apontada para ele que ainda se aproxima

Sérgio: que noivo? Esse aqui — me mostra o celular, e o que eu vejo faz minha boca ir ao chão, meus olhos enchem d'água







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🤧

O melhor amigo do meu irmãoOnde histórias criam vida. Descubra agora