10. Practice room - Kwon Hoshi

787 26 6
                                    

Ter aulas de dança na faculdade de artes mais concorrida do país era osso. Várias pessoas com egos enormes dançando no mesmo lugar, competindo excessivamente para ser os melhores em tudo.

Larguei minha faculdade de jornalismo para seguir meus sonhos,  o que, obviamente,  não agradou meus pais. Então estava trabalhando duro, para não decepciona-los ainda mais.

Não bastava ter que lidar com esses maníacos por perfeição ainda tinha que lidar com ele. Kwon Hoshi.

Ele era um dos professores de dança,  porém, o viam mais como um amigo do que um professor,  pela aparência jovial.

Além de um dançarino excepcional também tinha um boa personalidade e um belo rosto.

Hoshi sempre trabalhou com minha turma, o que fez a maioria se aproximar muito dele, todos com exceção de mim.

Ele nunca parecia sequer notar minha presença, era estranho e desconfortável. Eu tentava me aproximar  pedindo ajuda ou algo do tipo, ele nunca cedeu. Então parei de tentar. Só que isso me trouxe um certo descontentamento, me fez sentir raiva dele. Até hoje sinto raiva dele. Comecei a ignorar completamente ele. E isso já fazem alguns meses.

Agora estava no estúdio criando uma coreografia para uma apresentação que faríamos,  e queria dar o meu melhor, então fiquei até tarde no estúdio, pensando no que faria.

--- Não está ficando legal... --- suspiro frustada. Decido deitar no chão do estúdio e  deixar o sangue circular.

Percebo, pelo reflexo, que alguém me encarava confuso perto da porta. Esse alguém era ninguém menos que Hoshi. Que me olhava curiosamente. Levanto rapidamente do chão, sem graça.

--- Desculpe, posso voltar outra hora --- ele fala.

--- Não! Quero dizer não precisa, eu já estava terminando --- respondo rápida, não podia acreditar que havíamos trocado mais de uma frase.

--- Ahn... tudo bem, trabalhando numa coreografia? --- pergunta interessado.
Suspiro um sim. --- Parece não estar gostando, precisa de ajuda?

--- Não!! Quer dizer, não precisa --- tento falar o mais educadamente dizer.

Ele parecia confuso.

--- Não quer a minha ajuda? Tem algum motivo específico? --- dá de ombros.

--- Eu não... quer saber, eu não preciso da sua ajuda, apenas isso! --- bufo irritada.

--- Se acha tão superior assim? --- arqueia as sobrancelhas, com um sorriso debochado no rosto.

--- O quê? Não é verdade --- faço uma cara chocada.

Ele vem chegando mais perto, se pondo na minha frente.

--- Então o que é?  Não parece gostar muito de mim, eu te incomodo? --- passa a mão por meu rosto,  segurando meu queixo.

Seus olhos escuros brilhavam, procurando contato visual comigo.

--- Se realmente quer saber, eu meio que odeio você.  Suas habilidades, técnicas. Seu ar de superioridade. Tudo em você me incomoda. --- digo ríspida. Posso ter exagerado um pouco,  mais estava irritada.

--- Nossa! Parece que gasta bastante tempo pensando em mim --- ri convencido, tirando um fio de cabelo em meu rosto.

Aliás, por que ele estava tão perto?

--- O que está fazendo? --- pergunto nervosa.  Meu coração palpitava.

Ele me olha de cima a baixo, molhando os lábios.

IMAGINES SEVENTEEN (+18) Onde histórias criam vida. Descubra agora