Capítulo 17 - ECO DE PASSADOS PERDIDOS

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Arena de Combate

A luta continuava tensa. Shego, com sua raiva renovada, atacava sem parar, suas garras de plasma verde brilhando intensamente a cada golpe.

Erza, embora conseguindo se defender, percebia que Shego estava ficando cada vez mais cansada. Cada movimento da vilã era carregado de desespero e determinação, mas também de exaustão.

Erza olhou para Shego com um misto de admiração e pena.

"Ela me lembra alguém" - pensou Erza.

"Alguém que também lutava com toda a sua força, recusando-se a desistir" - dizia Erza

Flashback: Passado de Erza Scarlet

As lembranças de Erza Scarlet a levaram de volta para um tempo sombrio, para um lugar onde ela e Jellal, seu amigo de infância, haviam compartilhado tanto sofrimento. A Torre do Paraíso, onde ambos foram escravizados, ainda assombrava seus pensamentos. Erza havia conseguido escapar daquele inferno, mas Jellal... ele havia sido corrompido pelas trevas.

Uma noite tempestuosa na Torre do Paraíso

Erza, agora mais velha e mais forte, estava diante de Jellal, que havia se tornado o antagonista de sua própria vida. Seus olhos, antes cheios de esperança e companheirismo, agora eram frios, consumidos por um desejo insaciável de poder e vingança. A escuridão que ele havia acolhido deformara sua mente, transformando-o em uma sombra do amigo que ela uma vez conhecera.

"Você realmente acredita que ainda há bondade em mim, Erza? Depois de tudo o que fiz? Eu estou muito além de qualquer redenção" - dizia Jellal com um sorriso amargo.

Erza sentia o peso de suas palavras, mas não recuou. Sabia que o caminho de Jellal estava manchado pelo ódio e pelas decisões erradas, mas ela acreditava que ele não estava completamente perdido. Havia uma parte dele que ainda podia ser resgatada a parte que ela conhecia quando eram crianças.

"Eu nunca deixarei de acreditar em você, Jellal. Não importa o que você tenha feito, eu sei que dentro de você ainda há a mesma pessoa que uma vez lutou ao meu lado" - dizia Erza com determinação.

Jellal se virou, incapaz de encará-la por mais tempo. As memórias de suas infâncias, de quando eram apenas duas crianças tentando sobreviver no inferno da escravidão, inundaram sua mente. Ele se lembrou de como Erza sempre acreditava que havia esperança, mesmo quando tudo parecia perdido.

Mas para ele, a esperança havia se transformado em um desejo distorcido por poder. E agora, seu caminho estava repleto de destruição.

"Tudo o que quero é ser livre dessas correntes, Erza. As correntes do meu passado. As escolhas que fiz... Não há como voltar atrás. Você não entende. A escuridão é a única coisa que me resta" - Falava Jellal olhando para o céu.

Erza aproximou-se, sua armadura reluzindo sob a luz da lua. Seu coração doía por ele, mas ela sabia que não podia desistir. Não apenas por ele, mas por tudo o que haviam compartilhado.

"As correntes do passado podem ser quebradas, Jellal. Mas não com vingança, não com destruição. Você não precisa fazer isso sozinho. Eu sempre estive ao seu lado, e estou aqui agora. A verdadeira força vem do desejo de proteger os outros, de lutar por aqueles que amamos, não de destruir. Você me ensinou isso, lembra?" - dizia Erza em um tom suave, mas firme.

Por um momento, o semblante de Jellal suavizou. Aquelas palavras mexeram com ele de uma maneira que ele não esperava. Ele se lembrava de uma época em que acreditava em proteger, em lutar por algo maior que o próprio poder. Mas esse tempo parecia tão distante agora.

"Eu não sei se consigo voltar, Erza. A escuridão... ela me consome. Eu..." - falava Jellal com uma voz quebrada.

Antes que ele pudesse terminar, Erza segurou sua mão, apertando-a com firmeza.

"Eu acredito em você. Eu nunca deixarei você cair completamente nas trevas. Juntos, podemos encontrar uma maneira de acabar com isso. Não é tarde demais, Jellal" - dizia Erza olhando diretamente em seus olhos.

O silêncio entre eles foi carregado de emoção. O conflito interno de Jellal era palpável. Ele queria acreditar, queria confiar em suas palavras, mas as sombras dentro dele eram profundas.

"Se ao menos fosse tão fácil, Erza..." - falava Jellal sussurrando, com os olhos cheios de dor.

Esses momentos mexeram profundamente com Erza, pois mesmo enquanto lutava contra ele, via a batalha interior de Jellal. Ela sabia que, no fundo, ele era uma boa pessoa, mas a escuridão que o envolvia tornava difícil para ele acreditar nisso. A dor que ele carregava, a culpa e a raiva, tudo isso era pesado demais para ele suportar sozinho.

"Eu nunca vou desistir de você, Jellal. Não importa o quanto o caminho seja difícil" - falava Erza sussurrando para si mesma.

Um Certo Dia

Em um certo dia, Erza estava caminhando quando, de repente, viu algo verde e brilhante enterrado no chão, com uma parte para fora.

Aquilo imediatamente chamou a atenção de Erza, que rapidamente retirou a esmeralda que estava enterrada.

"Nossa, está brilhando!" - exclamou Erza.

"Gostou dela, foi?" - disse uma voz. De repente, a bruxa apareceu atrás de Erza.

Erza rapidamente se afastou, mantendo distância.

"Quem é você?" - perguntou Erza.

"Por que todas fazem a mesma pergunta?" - pensou a bruxa.

"Bom, menina, isso não importa no momento, mas vou falar rápido: você está convidada" - disse a bruxa.

"Convidada?" - falou Erza, confusa.

"Sim, irá acontecer um torneio onde o vencedor pode fazer qualquer desejo" - explicou a bruxa.

"Qualquer desejo?" - perguntou Erza.

"Sim. Mas se você perder, você irá morrer" - disse a bruxa.

"Eu aceito" - respondeu Erza.

A bruxa olhou para ela, escondendo um sorriso no rosto.

Voltando para a Arena

De volta à arena de combate, Erza encarava Shego, sentindo uma onda de empatia.

"Ela também está presa pelas correntes do passado, assim como Jellal" - pensou Erza.

Shego lançou outro ataque, mas Erza, com um salto ágil, desviou facilmente. A guerreira ruiva sentia que a batalha não era apenas física, mas também emocional.

"Shego, você pode ser livre. Não precisa lutar contra todos. Encontre algo pelo qual valha a pena lutar, algo que lhe traga paz" - disse Erza.

Shego hesitou, suas garras de plasma diminuindo em intensidade. Por um breve momento, a vilã parecia considerar as palavras de Erza, mas logo a raiva voltou a dominar seu olhar.

"EU NÃO PRECISO DE SUA COMPAIXÃO!" - gritou Shego, avançando novamente.

Erza sabia que as palavras sozinhas não mudariam Shego, mas talvez, ao final desta batalha, ela pudesse plantar a semente da mudança.

A luta continuou, cada golpe ecoando pela arena, enquanto a plateia observava com atenção renovada. Erza estava determinada a vencer, mas também a ajudar Shego a encontrar seu verdadeiro caminho.

FIM DO CAPÍTULO

Guerreiras Supremas: O Torneio das LendasOnde histórias criam vida. Descubra agora