Capítulo 8 - VAZIO DE PODER

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Arena de combate

Na arena, a luta estava cada vez mais tensa, com a plateia, como sempre, fazendo muito barulho.

Azula parecia cada vez mais irritada do que animada com toda aquela situação.

"Que droga" - Azula respirava pesadamente.

Flashback: Passado de Azula

Ba Sing Se

Azula estava sentada em seu trono, uma postura perfeita de autoridade e poder, envolta em um manto vermelho e dourado, as cores da Nação do Fogo. Os generais e conselheiros ao seu redor falavam com reverência, detalhando os últimos avanços nas terras conquistadas e as estratégias futuras. Seus olhos, no entanto, estavam distantes, olhando para além das paredes do salão do trono.

Ela havia conquistado a cidade mais resistente dos Reinos da Terra com uma força implacável, utilizando não apenas suas habilidades como dobradora de fogo, mas também sua inteligência afiada. Nenhuma aliança, nenhum general inimigo, poderia igualar sua astúcia. Mas, mesmo no auge de seu poder, algo estava faltando.

"Princesa Azula, suas táticas são impecáveis, e a Nação do Fogo floresce sob sua liderança. Estamos prontos para o próximo ataque... aguardando suas ordens" - dizia General Iroh um dos conselheiros.

Azula acenou com a cabeça, uma pequena expressão de aprovação em seu rosto.

"Avancem. Não mostrem misericórdia. A força é a única linguagem que eles entendem" - falava Azula fria e distante.

Os conselheiros assentiram rapidamente, saindo da sala para seguir suas ordens. Quando o último deles saiu, o silêncio finalmente tomou conta do salão. A quietude pesava no ar, contrastando com o caos que ela havia criado lá fora.

Azula se levantou lentamente, suas mãos se fechando em punhos, faíscas de eletricidade azul crepitando ao redor de seus dedos. Ela sempre soubera que o poder absoluto era sua melhor ferramenta para manter o controle, mas agora, sozinha, ela sentia o vazio que esse controle não conseguia preencher.

Caminhou até a janela do palácio, olhando para a vastidão do seu império. O brilho do fogo iluminava o céu noturno, mas dentro dela, havia uma escuridão que nenhuma chama poderia dissipar. Era uma sombra que a seguia desde sua infância.

Desde que se entendia por gente, Azula sempre buscou a aprovação de seu pai, o Senhor do Fogo Ozai. Ele a moldou como uma arma, treinou-a para ser a guerreira perfeita, a líder implacável que ele queria. Seu irmão Zuko sempre foi considerado fraco, e isso a fazia sentir-se superior... até certo ponto.

"Eu fui a escolha certa. Ele sempre me escolheu. Então por que... por que sinto que nunca é o bastante?" - dizia Azula pensando.

Naqueles raros momentos de silêncio, a verdade que Azula tanto temia começava a se revelar. Ela sempre soube que o amor e a aprovação de seu pai eram condicionais. Não importava o quanto ela conquistasse, quão perfeita fosse. Para ele, ela era apenas uma extensão de seu poder, uma ferramenta para seu próprio sucesso.

Anos antes, em um campo de treinamento.

Azula, ainda uma criança, se levantava após uma queda durante um treinamento rigoroso com seu pai. Suas mãos estavam cobertas de feridas e sua respiração, ofegante, mas ela se recusava a parar. O olhar de Ozai era impassível, frio, avaliador.

"Levante-se. Você é minha filha, Azula. Não pode se dar ao luxo de ser fraca. Nunca se esqueça: só os fortes merecem respeito, só os vencedores governam" - dizia Ozai frio.

Guerreiras Supremas: O Torneio das LendasOnde histórias criam vida. Descubra agora