Décimo Terceiro Capítulo | Flashback

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𝕺 𝕻𝖗𝖊𝖈̧𝖔 𝖉𝖆 𝖁𝖊𝖗𝖉𝖆𝖉𝖊: 𝕾𝖊𝖒𝖊𝖓𝖙𝖊𝖘 𝕻𝖔𝖉𝖗𝖊𝖘.

⚠ Este flashback possui 5 dum limite de 5 de agressividade ou temas considerados inadequados para um público menor de idade ou sensível. O tema apresentado retrata luto, ansiedade, estresse pós-traumático. ⚠

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Mas você não precisava me afastar
Fingir que nós nunca acontecemos e que não éramos nada
E eu nem sequer preciso do seu amor
Mas você me trata como um estranho e isso é muito difícil

❜ ⌗ Somebody That I Used to Know - Gotye

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𝕬𝖖𝖚𝖎𝖑𝖊𝖘 𝖋𝖔𝖎 𝖚𝖒 𝖍𝖊𝖗𝖔́𝖎 𝖌𝖗𝖊𝖌𝖔, 𝖒𝖔𝖗𝖙𝖔 𝖕𝖔𝖗 𝕬𝖕𝖔𝖑𝖔, 𝖔 deus do Sol, em seu calcanhar, daí a famosa expressão " calcanhar de Aquiles " qualificada exatamente para os sentimentos de Zara, o seu ponto fraco, sendo a morte de seus pais. A jovem sentia-se arrasada, angustiada e com um vazio insuportável pela ausência dos seus pais, questionando-se poderia ter feito algo para evitar sua tragédia, isto é, caso tivesse uma máquina do tempo. Novamente o sentimento de estar perdida, sem referências e com medo do futuro a afetou.

Permanecia na areia, fitando o material, querendo enfiar sua cabeça e esconder-se de todos os seus sentimentos, tentando não levar a sério os seus sentimentos, ignorando-os, merecendo não serem expressos, sentindo-se, ao mesmo tempo, culpada por ter sentimentos egoístas. Nenhum pensamento formava-se na sua mente, como se fosse removido o ato de pensar. As lágrimas, como se fossem as Cataratas do Iguaçu caindo de seus olhos, a desidratavam-na, deixando Zara Watson fraca, de frente para o mar.

Luke Wallace, por sua vez, nos prolongados minutos de sua companhia, ficou mudo, estando disposto a ouvir e conversar com ela somente quando a garota se disponibilizasse, oferecendo um ombro amigo para ela. O que é a vida, senão a dor?, Luke indagou, mentalmente, fitando Zara, chorosa. Ele observou o local da explosão, policiais ainda fazendo sua presença, esquecendo-se de Zara e Luke, analisando o rastro do incidente causado por Elsie e a poeira se dispersando no ar, o corpo de bombeiros logo chegando.

── Qual o sentido disso tudo? ── Zara sussurrou, baixinho, porém Luke a ouviu. ── Qual o sentido de meus pais terem morrido? Eles não fizeram nada pra ninguém. ── soluçou.

── Elsie prefere ver o caos ao invés de destruir aquilo por completo. Eu sinto muito. A culpa é toda minha. Eu deveria tê-la impedido melhor. ── se culpou e quando Zara finalmente o olhou para encará-lo, soltou um riso irônico, negando com a cabeça, lentamente, voltando-se para o mar. Você não sabe da história toda, afinal., pensou.

O silêncio entre eles era mais pesado que o ar salgado que pairava sobre a praia. Ela, sentada na areia, fitava o mar, o azul agora tão escuro quanto a escuridão que se instalou em seu peito. Ele, ao seu lado, tentava encontrar palavras, mas nenhuma parecia suficiente.

── Você... você está bem?

── Como você acha que eu estou? ── ela respondeu, a voz fraca, mas carregada de um peso que o fez se encolher.

── Eu queria te ajudar. ── Luke falou, suas mãos tremendo.

── É muito gentil da sua parte, mas como você pode me ajudar? Você viu o que eu vi.

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