Terceiro Capítulo

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𝕹𝖔 𝖁𝖊́𝖚 𝖉𝖆 𝕴𝖑𝖚𝖘𝖆̃𝖔.

⚠ Este capítulo possui 3 dum limite de 5 de agressividade ou temas considerados inadequados para um público menor de idade ou sensível. O tema apresentado retrata estresse pós-traumático, borderline, depressão, fobia social. ⚠

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E se ela alguma vez voltar para a fonte de água
A maçaneta estará quebrada e enferrujada
Mas minha mão ela estará aberta e eu vou tentar consertá-la
Meu coração estará aberto e eu vou tentar entregá-lo
❜ ⌗ Water Fountain - Alec Benjamin

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𝕰𝖗𝖆𝖒 𝖘𝖊𝖙𝖊 𝖉𝖆 𝖒𝖆𝖓𝖍𝖆̃ 𝖊 𝖅𝖆𝖗𝖆 𝖆𝖈𝖔𝖗𝖉𝖔𝖚 𝖇𝖊𝖒 𝖈𝖊𝖉𝖔. Na realidade, nem dormir conseguiu: sua mente sentia-se repleta de coisas pensando no que fazer. Ela mal chegou em New York e agora teria de resolver uma situação chocante. Não queria ver um outro corpo, não desde o incidente do seus dezoito anos, nas marés revoltadas. Os seus planos eram: se divertir, arrumar um emprego e recomeçar sua vida, sendo independente dos pais. Mas claro que sabia da existência de obstáculos, só não imaginou um canibal nele.

Flopsi chochilava tranquila debaixo da cama de Zara, preferindo ali a sua verdadeira cama de cachorro. Vai ver Flopsi não gosta do estilo de Maya., brincou. O final de semana aproximava-se e detestou ela. Geralmente, as pessoas comemoram para a chegada do fim de semana, então Zara deduziu, tentando não colocar azar ou má-fé, que o seu fim de semana não seria dos melhores, também.

Olhou mais uma vez para o relógio analógico, afim de ver as horas. Teria optado pelo alarme do celular, mas o seu havia sido roubado. No entanto, sabia que para acordar revigorada na manhã, era necessário dormir cedo. Foi dormir dez horas da noite, mas acordou quatro; deu uma pequena chochilada e acordou às sete. Ou seja, dormiu no horário ideal para alguém de sua idade, mas parecia exausta, de qualquer maneira.

Levantou-se da cama, fazendo com que Flopsi também saísse e ficasse sem entender nada.

── Bom dia, Flopsi... ── saudou Zara, tentando falar com firmeza.

Zara de vez ou outra ia para cama em horários decentes e acordava em horários ideias, na grande maioria sempre ia para cama tarde, mas acordava no horário certo. Abriu as cortinas, e uma linda luz natural adentrou pelo seu quarto, rajando filetes de luz. Fez um pequeno alongamento enquanto mirava sua atenção para os prédios vizinhos, alguns ossos sendo estalados do seu corpo.

Foi até o banheiro para molhar o rosto e higienizar-se. Flopsi a seguiu, com a pata pélvica sendo erguida, coçando uma de suas orelhas. Zara sabia que quando Flopsi se coçava, era porquê alguma coisa a incomodava; desde que conheceu sua cachorrinha, nunca a tinha visto se coçar por vontade própria, mas sim por alguma coisa envolvendo a pele da boiadeiro-australiano, como um parasita.

Quando aproximou-se mais da Flopsi, notou algumas manchas vermelhas pelo seu corpo ── teve de chegar perto pois não usava óculos no momento. O focinho estava quente e seco, assim como as orelhas, mais quentes que o habitual. Se antes ficou preocupada, agora tornou-se mais ainda. Maya, para o seu desagrado, não encontrava-se no apartamento, e sim, no seu trabalho como zootecnóloga.

Flopsi deitou-se no chão geladinho do banheiro e deu um rosnadinho de leve. Será que ela comeu alguma coisa? Zara não era veterinária pra saber, mas acreditava que sua cachorra pegou uma febre. Saiu do banheiro e foi para o quarto de Margaret, percebendo que Flopsi não havia seguido-a de volta. Ligou o seu celular e buscou por Maya Wade nos contatos, procurando fazer uma ligação com ela. Porém, Maya Wade não atendeu.

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