Décimo Sétimo Capítulo

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𝕹𝖔𝖛𝖆𝖘 𝕰𝖘𝖈𝖆𝖒𝖆𝖘.

⚠ Este capítulo possui 1 dum limite de 5 de agressividade ou temas considerados inadequados para um público menor de idade ou sensível. O tema apresentado retrata afogamento, asfixia. ⚠

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Diga que você nunca, nunca, nunca, nunca precisará disto
Uma manchete, por que acreditar nela?

❜ ⌗ Everybody Wants to Rule The World - Tears for Fears

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𝖅𝖆𝖗𝖆 𝖂𝖆𝖙𝖘𝖔𝖓 𝖓𝖆̃𝖔 𝖈𝖔𝖓𝖘𝖊𝖌𝖚𝖎𝖆 𝖉𝖔𝖗𝖒𝖎𝖗, 𝖊 𝖊𝖗𝖆 𝖙𝖚𝖉𝖔 o que se podia descrever. A não ser, é claro, estando de pé às quatro da manhã, limpando as lentes dos seus óculos com o paninho, para enxergar melhor. Pouco relaxou, esse sendo um dos raros dias desde quando retornou à Oceania, provavelmente estando eufórica por conta do julgamento e, um acréscimo das cartas recebidas, alegando sua obrigação em se casar. Parecia coisa de Idade Média, mas era verdade.

Pegou o seu celular e Margaret Walker ainda não a tinha respondido, sequer visualizado suas mensagens, o que era de se impressionar com isso, pois ela apreciava responder na hora, exceto se estivesse ocupada demais. Mas com o quê?, Zara quis saber, tentando acalmar sua angústia. Flopsi não estava aqui para ajudar Zara nessa aflição, completamente sozinha. Abriu, então, o navegador, afim de saber quais horas eram em Nova York, e para o seu espanto, seu rosto aparecia no jornal, com o título de:

O Caso Ella Scott: Médica Culpada ou Inocente?

Mas que rápido!, a jovem exclamou, mentalmente. Mal se passou um dia inteiro desde sua ida ao tribunal, e os jornalistas criaram já suas páginas, expondo suas teorias e opiniões, mas Zara não entraria nesses sites agora. Precisava relaxar. E qual melhor lugar seria para ela? Nadar. Obviamente sem ser no local da morte de Sydney Wilson, como ela deduziu; existiam outros lugares e aproveitar, e como ainda era cedo, não haveria muitos olhares sob si.

Trocou de roupa, antes vestindo um pijama, optando por algo leve e com botões. Caso não nadasse, apenas aproveitaria a paisagem e as ondas do rio oferecidas pela mãe natureza. Escovou os dentes e desceu as escadas, agradecendo por não ter um outro bilhete ameaçador colado à sua porta, ainda com o mesmo pensamento de quem poderia fazer isso com ela. Não optou por pedir um táxi, exercitando suas pernas, mesmo quer fosse longe quer não.

O céu transparecia sua limpeza natural, no entanto, apesar de belo, como a jovem notava, olhando para cima, nesse horário da madrugada, o céu mostrava sua mais repleta escuridão, com pouca luz artificial visível, as estrelas brilhando intensamente. Ademais, fora estar acompanhada pelos mais belos corpos celestes, ninguém se atreveu a sair nesse horário fresco, por estarem dormindo ou por medo. Tanta coisa aconteceu na vida de Zara Watson, que sair de casa na madrugada não chegava aos pés de ser assustador.

Passou-se algum tempo, suspirando de alívio por chegar a tempo antes do sol nascer. Gostaria de pegar esse momento deslumbrante, principalmente se estivesse nadando, a baixa temperatura da água não sendo um demasiado problema para ela quando estivesse em sua outra forma. Andou muito, mas não se queixava do cansaço, vendo o assoprar das folhas das árvores, delicadas como uma cachoeira e a areia, que logo se tornaria dourada, confortável.

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