Saudades da gente!

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– Ya, desde quando você tem carro? – perguntei ao me deparar com um Gol moderno.

– Eu comprei tem uns dias – ela disse simples.

– acho que seu namorado não vai entrar aí não  – Grego disse no meu ouvido. – a gente mal deve entrar nesse carrinho de bonecas.

-Você é bem mais forte que ele.

– É, mas o cara é muito mais alto que eu. – Ri ao ver a cara de paisagem do Pedro no canto.

Tentei sentar no banco da frente mas estavam ocupadas com as sacolas de compras do Ya, então decidi sentar no banco de trás com os meninos.

– Pode sentar no meu colo – Pedro disse.

Aquele lugar estava muito apertado pra gente, eu estava sendo quase esmagado com aqueles garotos com o dobro da minha altura.

– Ele pode sentar no meu se quiser – Grego ofereceu, com um sorriso no rosto.

– Para! – disse olhando sério pro Grego, eu sabia que ele só estava fazendo aquilo pra provocar o Pedro.

– vai dizer que você não quer sentar no meu colo? – ele disse sorrindo de maneira safada.

Eu tive que segurar o Pedro pros dois não se socarem aqui dentro do carro.

Rebati mostrando o dedo do meio pra ele e sentando no colo do Pedro que colocou suas mãos na minha coxa.

Logo eu tirei o encarando mas depois ele colocou  de volta.

Ví o Grego travar o maxilar e ficar irritado. acho que vocês podem até imaginar o motivo né. 

O caminho foi longo até o aeroporto e no caminho Pedro falava coisas aliciosas no meu ouvido, tipo "como eu queria você mais vezes no meu colo"

Eu estava ficando louco com aquele homem me apertando no carro, decidi focar minha atenção no amanhecer do sol e ver o céu colorindo.

Acabei me perdendo nos meus pensando e sem querer me peguei olhando pro Grego, que estava sério e mesmo assim ele continuava lindo, seus olhos castanhos brilhando na luz do sol e seu cabelo meio bagunçado ao vento, meu coração se encheu e eu quase perdi o ar ao estar somente olhando pra ele.

– Grego! – o chamei e ele me olhou sério. Eu não sabia o que falar, eu só estava odiando ver ele irritado comigo.

Eu não disse nada e ele ficou me olhando esperando que eu dissesse alguma coisa, mas aí ele voltou a olhar pro nada.

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– Você tem mesmo que ir? –  fiquei na ponta dos pés para encara-lo.

– A gente se vê no Natal, princesa – ele
sussurrou em meu ouvido me abraçando pela cintura.

Deitei minha cabeça em seu peito forte,
e apenas aspirei seu cheiro por um
tempo.  Naqueles poucos minutos, não existia mais nada. Não havia reclamações sobre atrasos de
embarque, ou pessoas correndo de um
lado para o outro segurando um copo de café. Era apenas... nós dois.

– Manu – ele chamou

– O que, Pedro – minha voz saiu chorosa e ele trouxe meu rosto mais próximo ao seu. Senti sua respiração quente, seu halito que cheirava a morango, devido ao chiclete que mastigou por horas..

– Voou 287, compareçam a sala de embarque. – Meu corpo estava em chamas quando a voz feminina ecoou por todo o aeroporto.

– queria dizer que eu ja estou sentindo sua falta. – disse por fim, rouco.

Ele beijou minha bochecha, seguindo para se despedir do Grego e do Ya.

– Me liga quando chegar – disse.

Pensei em abraçar ele de novo mas eu odiava despedidas. Acho que seria mais doloroso se eu adiasse isso.

– Tchau Pedro – disse e ele encarou meus olhos cheio de lagrimas antes de sussurar um "não chora" e se virar.

Parte de mim queria ficar e vê lo partir. Mas decidi não fazê-lo.

Eu Odeio Amar Você ( Romance Gay )Onde histórias criam vida. Descubra agora