Chatice do Caralho

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Depois daquela discussão a semana foi bem esquisita. Ele parou de ir as festas mas mesmo assim ainda trouxe algumas garotas.

A gente não tem se falado e eu até me sinto culpado pelas coisas que eu disse. Acho que ele não merecia tudo aquilo.

Eu saí do meu quarto e mordia meu lábio inferior, esperando que ninguém saísse do quarto dele.

Minha cabeça doía pela ressaca da noite de ontem. Quando eu disse que eu nunca mais iria pra uma festa da faculdade eu estava mentindo.

Estar chapado era única parte parte boa do meu dia. Eu esperava por isso todos os dia. A sensação de despreocupação era a melhor.

Eu não me importava com o Grego, com a faculdade e nem com ninguém.

Eu desci as escadas, relutante e com o
rosto inchado de sono.

Escutei a porta do seu quarto abrir e ele passou por mim, estava sem camisa.

Droga por que ele tinha que ser tão gostoso com essa cara de marrento.

- então.. - eu comecei sem nem perceber que ele estava me olhando com um ponto de interrogação estampado na testa. - você pode me entregar sua metade do aluguel? - eu perguntei.

Me senti um idiota ao fazer a pergunta até porque o aluguel estava longe de vencer. Acho que a bebida de ontem afetou o meu cerebro.

Ele nem falou nada. Apenas me avaliou com aqueles olhos castanhos claros.

- você não vai falar nada? - perguntei depois de um tempo ainda me sentindo desconfortavel.

- E o que eu deveria falar? - ele diz com a voz rouca por ter acabado de acordar.

Reviro os olhos e mordo os labios assim que ele se põe na minha frente.

- sei lá! Talvez um "não tenho que te dar merda nenhuma" - eu disse falhando horrivelmente ao tentar imitar sua tonalidade de voz.

Eu vi o canto de sua boca subir em um pequeno sorriso, mas ele ainda me queimava com o olhar.

- Pra começar, eu não falo desse jeito. - ele disse andando pro quarto enquanto falava. - Aliás, minha voz é mais grossa.

Ele entrou e eu fiquei na porta do quarto como um idiota vendo ele abrir uma de suas gavetas do criado mudo onde tinham camisinhas jogadas, chaves e um monte de coisas, ele tirou de lá um bolinho de dinheiro amassado e me entregou.

- Obrigado! - eu disse.

Ele continuou me encarando com a sua cara de mal e eu tento puxar o ar e desviar o olhar.

Ele umedece os labios.

- se você não tem mais nada pra ver comigo então.. - ele diz começando a fechar a porta.

- espera! - eu digo, deixando escapar meu desespero mais do que eu gostaria.

Ele não fala nada e por um tempo eu também não.

- e..eu preciso da sua ajuda. - disse e ele ergue as sobrancelhas mas não me interrompe. - preciso de uma carona sua pro Shopping do centro.

- E por quê eu faria isso? - ele disse finalmente.

- E por quê não faria? - eu rebato, já que não tenho argumentos melhor que esse.

- Pra começar, você está me ignorando desde a semana passada. E eu não quero levar você. Além do mais, você falou varias vezes pra mim que me odeia, que eu sou idiota, que..

- não importa o que eu disse. Eu previso que você me leve pro centro. - eu digo tentando ser definitivo.

Ele sorri, provavelmente pela ironia de eu ser bem menor que ele e simplesmente mandar ele me levar pro centro.

- Não - ele disse tentando fechar a porta mas eu coloco o pé antes que ele pudesse fazer tal coisa.

- eu prometo nunca mais te odiar se você me levar.

Ele me avalia outra vez, passando as mãos sobre os cabelos recém cortados. Eu amava quando ele cortava o cabelo assim.

Acho que eu não tô bem.

- só deixa eu colocar uma blusa. - ele disse por fim, indo em direção ao seu armário.

- ótimo, porque eu preciso me arrumar. - disse saindo da porta do seu quarto antes que ele pudesse mudar de ideia.

Eu não demorei no banho, só o necessário pra conseguir tirar minha cara de porre e pentear o meu cabelo que até tinha crescido.

Optei por um blusão do Pedro e um short curto, ele passou pelo banheiro e ficou me olhando de cima abaixo enquanto eu passava meu rimel transparente só pra dar um realce.

- O que foi? - disse ao ver que ele me encarava de modo estranho.

Ele mordeu os lábios.

- acho você deveria por mais roupa. - ele solta e eu faço uma cara feia pra ele.

- não me entenda mal. Eu só estou dizendo isso porque está um frio do caralho lá fora. - ele explica.

Termino de passar o rimel e vou até meu quarto tirando moletom que alcançam minhas coxas expostas.

- Vamos! - eu disse não esperando qualquer outro argumento.

Ele me ajudou a subir na moto e me entregou o capacete. Logo depois ele subiu e eu me agarrei nele, talvez eu até estivesse gostando disso.

Como prometido, ele parou em um meio fio no shopping do centro, estendendo a mão para que eu pudesse te entregar o capacete.

- Pronto. Está entregue. - ele disse assim que eu desci da moto.

Por alguns minutos eu fiquei sem reação. Eu esperava que ele descesse comigo

- espera - eu disse outra vez.

- O que é agora? - ele disse com um tom de insatisfação, tirando o capacete.

- você vem comigo. - eu digo sem pensar.

- E pra onde?

- eu preciso de uma opinião sua sobre roupas. - ele voltou a me encarar como fez em casa - Quer parar de me olhar assim e responder alguma coisa?

- Você não pode chamar aquele seu amigo pra fazer isso pra você?

- É.. o Ya eu liguei pra ele e.. ele está.. ocupado. - Porra eu não sei menti.

Por um momento eu achei que ele colocaria de volta o capacete e sairia em disparada, mas ele apenas desceu da moto - vamos? - ele disse impaciente.

Eu estava com 300 reais no bolso do moletom, eu provavelmente não deveria sair por aí gastando o pouco dinheiro que eu tinha.

---------------- 2 horas depois... ------------------

Grego estava com cara de quem preferia levar um tiro a ficar mais uma hora comigo, e eu não podia culpá-lo.

Ele ficou horas sentado naquele salão me esperando finalizar o cabelo.

A parte que ele ficou mais puto, foi quando eu fiquei horas tirando e colocando varias roupas, eu perguntava se estava bom e em todas as vezes ele falava  "está ótimo, podemos levar e acabar logo com isso?"  Era irritante

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A parte que ele ficou mais puto, foi quando eu fiquei horas tirando e colocando varias roupas, eu perguntava se estava bom e em todas as vezes ele falava "está ótimo, podemos levar e acabar logo com isso?" Era irritante.

- Eu estava pensando em ir naquela loja que a gente viu. Acho que eu não gostei de nada aqui.

- Como se eu não estivesse sendo castigado o suficiente. - ele murmura e eu só ignoro.

...

Eu Odeio Amar Você ( Romance Gay )Onde histórias criam vida. Descubra agora