17- Pov's Katsuki Bakugou

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Pov's Katsuki

Izuku tinha as bochechas infladas e me olhava como se fosse capaz de fazer um buraco na minha testa. Era irritante e fofo ao mesmo tempo. Eu não resisti e apertei suas bochechas entre minhas mãos, o que o fez bufar ainda mais.

— Pare com isso, Katsuki! — ele protestou, tentando afastar minhas mãos, mas eu apenas ri.

Enquanto isso, o elevador parava e a corretora, cujo nome eu nem me importei em lembrar, começava a explicar sobre a planta do prédio e as vistas que tínhamos.

—Desde que não escute meus vizinhos transando já será suficiente. —Ele sussurrou, inclinando-se ligeiramente em minha direção, repúdio escorria de sua voz. Eu parcialmente entendia, passei boa parte dos últimos anos dividindo a casa com meus melhores amigos e às vezes sentia que poderia enlouquecer, imagine ter vizinhos que sequer considerava a opinião e bem estar dos outros.

— Aqui está, o futuro lar de vocês — anunciou a corretora, abrindo a porta de forma teatral e nos deixando entrar primeiro. Izuku entrou na frente, examinando tudo minuciosamente. Eu o segui de perto, fingindo prestar atenção às explicações intermináveis da corretora.

—O'Que achou senhor?

Izuku demorou meio segundo para notar que a pergunta havia sido dirigida a ele. —Ah, a vista é linda, adoro observar o pôr do sol no final do dia.

Satisfeita, a corretora nos conduziu em um tour detalhado pelos cômodos, sem economizar nos elogios ao imóvel. Permaneci na sala, observando a vista através da grande janela que revelava a Tokyo Skytree ao longe. O sol começava a se pôr, tingindo o céu de tons alaranjados e rosados, dando ao lugar uma aura quase mágica.

O apartamento, embora pequeno, tinha um certo charme.
Ainda assim, estava longe de se comparar aos lugares onde eu já morei. Mansões e coberturas luxuosas que eu frequentava eram de um outro mundo em comparação a este pequeno apartamento. No entanto, havia algo aqui que essas propriedades luxuosas não tinham: uma sensação de lar, de aconchego, algo que eu não conseguia definir completamente, mas que me atraía de forma inexplicável.

Izuku estava animado, movendo-se de um cômodo para o outro, verificando cada detalhe. Eu o observei com um sorriso, apreciando o entusiasmo dele. A corretora continuava seu discurso, mas minha atenção estava completamente focada em Izuku e em como seus olhos brilhavam enquanto ele imaginava sua vida naquele espaço.

Alguns minutos depois Izuku e a corretora estavam de volta e então nos sentamos no pequeno sofá para tratar dos assuntos mais sérios. Izuku estava ao meu lado e nunca deixaria essas pequenas oportunidades da vida passar; coloquei minha mão sobre o ombro dele, em um carinho singelo que ia do pescoço aos fios rebeldes em sua nuca.

Eu sabia que brincava com fogo, mas era tão excitante que simplesmente não podia parar.

A corretora estava ansiosa, mexendo em seus papéis e falando como seria benéfico morar ali.

—Eu ficarei com o lugar.

Se izuku tinha pretensão de olhar outros apes essa ideia foi embora assim que ele entrou aqui, por algum motivo eu já imaginava que ele escolheria esse.
A mulher quase deu um pulinho de alegria, mas conseguiu manter a compostura e passou os papéis de contrato para Izuku ler. Eu me aproximei mais, estava acostumado com contratos e pensava que poderia ajudá-lo caso houvesse qualquer cláusula duvidosa.

Ele leu atentamente, me surpreendendo ao fazer perguntas detalhadas sobre as condições do contrato, questões que a maioria das pessoas deixaria passar despercebidas, como uma multa por perturbação ao sossego dos vizinhos e outras cláusulas específicas. No fim, ele parecia entender tanto ou até mais do que eu sobre os termos.

A corretora, claramente não preparada para tantas perguntas, ficou visivelmente desconcertada. Ela tentou responder a todas, mas acabou admitindo que precisaria voltar em alguns dias com um contrato revisado e mais detalhado.

Izuku se despediu dela, que lhe entregou um par de chaves e prometeu voltar o mais breve possível. Ele já poderia se mudar hoje mesmo apesar do contrato.

—Gostou mesmo? 

Ele me olhou como se não estivesse acreditando que eu ainda estava ali.

—Já estive em lugares melhores, mas também já morei em alguns bem piores. Esse está agradável e é oque posso pagar no momento.

— Tem uma boa vista — disse Izuku enfatizando exatamente no mesmo tom que a corretora fizeram incontáveis vezes, com um sorriso tímido que logo se tornou uma gargalhada involuntária, balançando a cabeça não pude deixar de acompanhá-lo.— Não gosto do pôr do sol, prefiro o nascer. Geralmente sempre acordo cedo e estou tão focado em correr de um serviço para o outro que mal vejo as horas passarem, ou o dia virar noite. — confessou Izuku, olhando para o horizonte.

Olhei para ele com uma expressão surpresa e acabei rindo um pouco mais. Izuku era estranho e divertido, sempre trazendo uma perspectiva diferente. Eu não podia deixar de me sentir atraído por isso.

— Agora você pode largar do meu pé e voltar para a sua casa — ele disse, tentando soar sério, mas eu podia ver a suavidade em seus olhos. Quis acreditar que era por mim, mas sabia bem que ele estava se sentindo realizado pelo que acabara de conquistar.

— E você? — perguntei, arqueando uma sobrancelha.

— Vou voltar ao meu apartamento para buscar as minhas coisas — respondeu ele.

— Eu te ajudo — ofereci, determinado a me manter próximo.

— Dispenso — disse rapidamente, tentando me afastar. Eu neguei sua dispensa e permaneci parado o observando, esperando que ele entendesse que eu não seria facilmente convencido.

Izuku simplesmente sorriu e continuou olhando para o local. Se ele acha que vai conseguir me fazer desistir com esse jeito frio de fazer as coisas, está completamente enganado. Quanto mais ele me afasta, mais próximo eu quero estar.

— Vamos buscar as suas coisas, será mais rápido do que trazer de metrô — sugeri.

Ele não falou nada e apenas saiu do lugar, pegou as chaves e, assim que entramos no elevador, quebrou o silêncio:

— Uma dessas chaves deveria ficar com o seu marido, né?

Ele fez que ia me entregar a chave, mas acabou mostrando o dedo do meio. Sorri e peguei sua mão, entrelaçando meus dedos aos dele, que relutava em puxá-los.

— Me solta — disse ele, rindo.

— Nem pensar — sorrindo travesso lhe respondi.

Ficamos assim até entrar no carro. Dirigi até o apartamento de Izuku, mesmo ele quase me obrigando a ficar no carro. Agora entendo porque ele aceitou tão rapidamente aquele apartamento; esse aqui nem deveria estar sendo ocupado.

O apartamento de Izuku estava bem arrumado apesar de haver caixas por todo lado.

— Já deixou tudo pronto? — perguntei olhando em volta e vi que estava meio vazio.

— Queria sair daqui o mais rápido possível — respondeu ele, suspirando.

Assenti e peguei as caixas que ele estava segurando. Quando estava saindo, ouvi barulhos do outro lado da parede... não acreditei quando percebi o que era... gemidos. Izuku olhou para mim com uma expressão de "Viu? Era isso que eu estava falando" e eu concordei, rindo.

Enquanto carregamos as caixas para o carro, tentei novamente:

— Sabe, se precisar de ajuda para organizar as coisas no novo apartamento, posso ajudar.

Izuku me olhou, claramente tentando decidir se aceitava ou não. Finalmente, ele deu de ombros.

— Veremos, Katsuki. Veremos.

Sorri, satisfeito com o progresso. Talvez, só talvez, estivesse começando a quebrar as barreiras dele.

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Just Let Me Love You |BakuDeku|Onde histórias criam vida. Descubra agora