Capítulo 12 | Plano infalível

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Eu achei que tivesse sido machucado antes
Mas ninguém nunca me deixou tão ferido
Suas palavras cortam mais fundo do que uma faca
Agora preciso de alguém para me fazer respirar de novo

Stitches — Shawn Mendes

2 de Setembro, Segunda, 5:00 horas da manhã

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2 de Setembro, Segunda, 5:00 horas da manhã

Ainda sonolenta, abri os olhos com dificuldade e senti uma aversão instintiva ao despertador que insistia em interromper meus sonhos.

Queria arremessá-lo contra a parede por apitar incessantemente.

Com um movimento desajeitado, alcancei o aparelho na cômoda ao lado e o bati, silenciando finalmente aquele som insuportável.

O vento da manhã fria e escura chicoteava as cortinas do meu quarto, enquanto a porta da sacada permanecia entreaberta, produzindo um som ritmado ao bater contra as paredes.

Já não bastava o despertador, agora era a porta!

Odiava ficar na penumbra e só a fechava quando não tinha preguiça de ligar o abajur para ter alguma fonte de luz no quarto.

Pisquei algumas vezes para me familiarizar com a habitual manhã gélida e senti cada centímetro do meu corpo arder sob a coberta que me cobria dos pés à cabeça.

A agonia dos ferimentos rasgando minha carne fazia gemidos baixos escaparem da minha garganta seca, junto com um pedido desesperado por um pouco de água, me forçando a engolir a saliva em seco, enquanto o estômago roncava e doía de fome.

Não comer nada durante uma tarde inteira e reprimir a vontade por não conseguir levantar da cama, mesmo depois de arrastar meu corpo do banheiro até o quarto, eram sensações dolorosas. Parecia que meu corpo estava sendo atrofiado, torcido ao meio.

A fraqueza misturada ao calor extremo emanando de dentro de mim, exacerbado pela sensação de febre que me consumia, era o combo perfeito para um verdadeiro mal-estar.

Passei a noite toda tremendo, mesmo tendo tomado dipirona e analgésicos para aliviar as dores das feridas.

O efeito dos medicamentos se dissiparam, e as dores retornaram com mais intensidade. Mas isso não me pararia hoje, não quando tenho um plano para colocar em prática e pedir desculpas a duas pessoas que estão bravas comigo, e com razão.

Com esforço, agarrei a borda da cama, forçando meu corpo a se levantar, e finalmente me sentei.

Na cômoda ao lado, notei uma caixa de jujubas, meu doce favorito. A visão me pareceu tão surreal que precisei esfregar os olhos para acreditar.

Lembrei-me de ter ouvido passos leves durante a madrugada, quando Benjamin entrou no quarto, o ranger da porta se abrindo me despertando e acionando um alerta imediato na minha mente. Era um aviso para ficar atenta, para não deixá-lo erguer a manta e ver todos os meus machucados. Meu irmão ficaria assustado ao ver como eu realmente sou.

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