PRÓLOGO

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Minha mãe costumava dizer
Bebê, me deixe orgulhosa
Você tem um rosto tão bonito
Mas uma boca tão suja

My Way — Ava Max

Durante toda a minha vida, cheguei a pensar que a existência era apenas uma miragem, uma ilusão tecida pelos caprichos do destino, que desaparecia ao retirar os óculos que cobriam meus olhos

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Durante toda a minha vida, cheguei a pensar que a existência era apenas uma miragem, uma ilusão tecida pelos caprichos do destino, que desaparecia ao retirar os óculos que cobriam meus olhos.

Ao tirar os véus, revelava-se não a beleza, mas a podridão da existência humana. Podridão essa que permeava as entranhas das almas, transformando vítimas em algozes e perpetuando o ciclo vil do sofrimento.

Aquela menina que um dia sonhou com uma vida tranquila, distante de agruras, ansiando pelo abraço do príncipe encantado que a resgataria da torre sombria, nunca passou de uma quimera.

Sua essência foi dilacerada desde o nascimento, sem sequer ter o ínfimo espaço para tecer sonhos enquanto crescia.

Nunca pôde brincar com outras crianças, sujar-se na lama, ou sentir o vento nos cabelos enquanto pedalava numa tentativa desajeitada de equilíbrio.

Restou-lhe apenas a sina de uma Malévola sem final feliz, condenada a labutar incessantemente, a velar por tudo e todos, enquanto sua própria vida se esvaía entre os dedos.

Porém, ao contrário da heroína dos contos de fadas, não houve um príncipe para me estender a mão.

Apenas eu mesma, confiando nas minhas próprias forças, ou, talvez, no diabo que cruzou meu caminho, deixando um rastro de destruição por onde passava, indiferente às consequências de seus atos.

Por que ele se preocuparia em obedecer às leis, senão as suas próprias?

E por que se interessaria por alguém destinado ao abismo, alguém que nada tinha a oferecer além de dor e desespero?

Por que se intrometeu onde não era chamado, jurando vingar aqueles que me feriram?

Não possuía respostas, apenas uma incerta confiança nele, talvez...

Não temia a ele nem a outros, mas sim àqueles que se diziam minha família, única fonte de apoio até sua chegada, que só trouxe consigo mais destruição ao meu ser.

Uma dolorosa e viciante ilusão.

Insta: @ autora_maribel

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