Há algumas coisas que posso sentir, mas não consigo sentir meu rosto
Há algumas coisas que eu gostaria de poder, mas não posso substituir
Acho que é uma doença, ser tão egoísta, sim
Estou precisando de uma testemunha
Eles sempre me dizem, sim, 'Nunca esqueça disso'If We Being Rëal — Yeat
31 de Agosto, Sábado, 5:00 horas da manhã
Os sons dos socos ecoavam pela academia como trovões distantes em uma noite tempestuosa. A cadência dos impactos contra o saco de pancadas reverberava pelas paredes, cada golpe projetando o objeto para trás com uma força controlada, apenas para ele retornar com uma precisão calculada. O sol ainda não havia despontado no horizonte; a única iluminação na sala vinha das luzes externas, criando uma penumbra que delineava minha figura contra o piso de cerâmica branco.
A raiva da noite passada, reprimida em meu corpo, precisava ser liberada de alguma forma — ou acabaria entrando em colapso por causa daquela pirralha que se atreveu a cruzar meu caminho. Ela me obrigou a manter uma calma controlada na sua presença, mas não tinha ideia do tumulto que fervilhava na minha mente. Pensando em diversas maneiras de puni-la e, mesmo sabendo que estava errado, jamais admitiria meu erro para alguém. Era assim, e nada mudaria.
— Caralho, Stefano! Ainda são cinco da manhã. — Enrico surgiu, acendendo a luz e iluminando o ambiente ao meu redor, repleto de aparelhos.
Parei o que estava fazendo para encará-lo. Seus olhos, atentos a tudo, ainda se ajustavam à claridade.
Seu quarto era ao lado da academia, e cada barulho o deixava desconfortável — isso explicava por que havia acordado tão cedo.
— Ninguém te mandou sair da cama, levantou à toa. — Desviei minha atenção, voltando a socar o saco com mais força, assustando-o com os barulhos repentinos, um atrás do outro.
— Vou pedir para mudar de quarto, não sou obrigado a aguentar essa merda. — Reclamou, aproximando-se da esteira e deitando sobre ela, cruzando os braços atrás da cabeça.
— Quem te irritou? Você só treina cedo quando alguém tira sua paciência.
— Uma garota...
— A matou? — Perguntou despreocupado.
— Infelizmente não. — Tirei meus olhos do saco à minha frente e me virei em sua direção, sentindo o saco se chocar contra minhas costas, empurrando-me um pouco para frente. — Quase a atropelei ontem à noite.
Uma expressão de choque espalhou-se pelo seu rosto, e ele levantou automaticamente da esteira, sentando, suas mãos balançando no ar de um jeito exasperado.
— Você mal acabou de sair da prisão, Stefano. Ficou doido!? — Como lembrasse de algo, sua face de choque se transformou em horror. — A-a Dominique... a Dominique estava com você! — Balançou o dedo perplexo.
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A Ilusão
Romance❗️ESSA OBRA É UM DARK ROMANCE | +18❗️ Ayla não buscava apenas alguém para preencher sua solidão; ela ansiava por um amor verdadeiro que durasse eternamente. Contudo, sufocada pelos rumores e pela pressão de corresponder às expectativas de ter um co...