Capítulo 8 | Memórias que partem a alma

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Então, quando você vai dizer a ela
Que nós fizemos isso também?
Ela acha que é especial, mas é tudo reaproveitado
Este era o programa sobre o qual nós conversamos
Toquei para você as músicas que ela está cantando agora
Quando ela está com você

Deja vu — Olivia Rodrigo

31 de Agosto, Sábado, 12 horas antes do assassinato

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31 de Agosto, Sábado, 12 horas antes do assassinato

Encarei a foto daquela cabana vermelha no meio do mato, incapaz de mover um único músculo sequer. Meus dedos tremiam ao segurar o papel, cujas bordas ainda se encontravam imaculadas, um símbolo de que ele havia sido guardado a sete chaves.

As memórias do que acontecia ali traziam de volta gatilhos de um passado que estava cravado na minha alma: dores, saudades de pessoas que não estão mais aqui e daquela que mais me magoou com toda a sua rejeição, mesmo quando pensei que não faria. E ainda assim, eu o amo. Não aquele amor que as pessoas consideram obsessão, mas um amor pela pessoa que ele era antes de partir meu coração.

Aquele maldito amor enraizado como uma árvore em meu coração, com o medo insano de tudo o que ele sabia ir pelos ares. Não tinha ideia de que Caius pudesse perpetrar tal perfídia, me trair desta maneira e a ira da minha família se voltar em dobro contra mim, correndo o risco de meu irmão ficar nessa merda, carregando todo o fardo que um dia foi meu. Esperava de coração que ainda existisse um pingo de compaixão por mim, mesmo depois de ter ido embora.

Iria fazer um ano após sua ida para outro país, um ano que ele quebrou nossa amizade por vários fatores.

O primeiro, porque só me via como uma amiga e não queria nada além disso, me usando apenas para se aproximar da Natalie.

Os dois namoram à distância, mas sabia que ele poderia voltar a qualquer momento para visitá-la. E eu não aguentaria ver meu ex-melhor amigo flertando descaradamente com minha irmã depois do que fez comigo, depois de me apunhalar pelas costas com aquelas palavras horríveis.

Sempre pensei que uma garota com apenas dezessete anos poderia viver uma vida normal como qualquer outra adolescente, sem se preocupar com sua mente traiçoeira. No entanto, eu não era essa garota. Estava destinada a viver em um mundo cheio de monstros que só esperavam um deslize meu. Eles esqueciam todas as coisas boas que eu fiz e apenas apontavam meus erros para me julgar, até quebrarem cada fiapo de esperança da minha alma.

— Lírio, pode me ajudar com uma atividade?

Sem demora, sequei os vestígios das lágrimas nos cantos dos olhos ao ouvir sua voz e seus passos ligeiros se aproximando, e guardei a foto dentro da gaveta, trancando-a.

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