Capítulo 13 | Os espinhos sempre acompanham a rosa

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Mãe, olhando pra mim
Me diga: O que você vê?
Sim, eu perdi minha cabeça

Papai, olhe pra mim
Algum dia serei livre?
Será que eu passei do limite?

All The Things She Said — t.A.T.u

3 de Setembro, Terça, 8 horas e 30 minutos da manhã

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3 de Setembro, Terça, 8 horas e 30 minutos da manhã

...

10 anos atrás

13 de Maio de 2010, Quinta, 8 horas e 10 minutos da manhã

— Para onde você vai? — Questionei curiosa.

Sentada em cima dos blocos de concreto, puxei meus cabelos para cima, tentando amarrá-los em um coque, mas o resultado foi um penteado desajeitado, com mechas soltas caindo teimosamente sobre os ombros.

Meu olhar seguia cada movimento do papai enquanto ele ajeitava algumas coisas no porta-malas do carro.

Ao lado dele, minha mãe se movia com pressa, carregando bolsas grandes e pesadas, colocando-as uma a uma dentro do compartimento do veículo

Eles pareciam apressados, como quem estava prestes a sair.

— Nós vamos, meu amor — Disse, aproximando-se e afagando o topo da minha cabeça. Sua figura alta e imponente se ergueu sobre mim, bloqueando o sol com sua sombra protetora. — Nós vamos visitar os seus avós.

Ao ouvir a menção de que iríamos à casa deles, um sorriso sutil brotou em meu rosto, e eu pude ver o reflexo de meu próprio entusiasmo nos olhos de meu pai.

— Eu vou poder comer aquele bolo de cenoura recheado de chocolate hoje?

Sempre que visitávamos meus avós, Kora fazia questão de me privar dos doces, insistindo que era para o meu próprio bem, embora eu soubesse que era apenas uma maneira de me controlar, e porque minha avó materna brigava com ela, exigindo que não deixasse suas filhas se entupirem de guloseimas.

Mas agora, a ideia de me deliciar com aquele bolo tão querido acendia uma faísca de felicidade dentro de mim.

— Tudo o que você quiser... Alya já deve ter preparado eles para você.

Eles?

— Você não gosta só de bolo de cenoura, não é? — Relembrou, com um sorriso brincalhão, erguendo uma sobrancelha como se estivesse desafiando minha memória. Assenti rapidamente, sem querer prolongar a conversa.

Apollo me pegou nos braços com a facilidade de quem já fez isso centenas de vezes, ajeitando minha blusa azul-bebê enquanto me segurava firmemente.

— Agora, mocinha, vamos arrumar suas roupas.

A IlusãoOnde histórias criam vida. Descubra agora