O baile de máscaras de Lady Fairfax estava sendo o mais comentado da temporada até então. Todos ansiosos para poderem colocar suas máscaras e fingirem serem outras pessoas enquanto dançam e fofocam sobre a vida alheia. Mas o que havia deixado todos os moradores da alta sociedade londrina ansiosos, era a tal "presença ilustre" que faria a bondade de comparecer ao evento. Toda a grande cidade ficou sabendo dos preparativos demorados e do quanto a velha mulher estava empenhada em fazer o baile perfeito. E com a ajuda de várias outras famílias, como os Ashford e até mesmo os Mcnewy, Lady Fairfax conseguiu finalizar o trabalho árduo.
E quando finalmente o dia tão aguardado chegou, Londres parecia festejar de ansiedade. A noite parecia mais clara, as nuvens se afastaram, deixando a Lua brilhando no topo do céu. Durante todo o período da tarde, Lady Kate deixou os criados ocupados para ajudá-la com o vestido e a roupa de Nicholas, e enquanto isso, o homem de fato teve que ir resolver algo que surgiu sobre seu título de visconde. Após ouvir muita lorota e ter que assinar um termo sobre suas terras, ele retornou ao clube Whinters, onde passou um bom tempo tagarelando com Nigel e Kennedy - bebendo bem pouco desta vez. E após algumas horas, ele retornou a residência Blackwood, onde encontrou sua mãe tomando seu chá enquanto conversava com sua governanta, Mary. Uma mulher baixa, de corpo grande e cabelo preto com vários fios grisalhos a mostra. Nicholas se aproxima e beija gentilmente a mãe na bochecha.
- Boa noite, mamãe. - ele olha para a criada e sorri educadamente. - Boa noite, Mary.
- Boa noite, querido. - a mãe o responde após a empregada, que pede licença logo em seguida e se retira, dando espaço para Nicholas se sentar em umas das cadeiras da mesinha ao lado da janela. - O que houve para ter demorado tanto com os assuntos do título?
- Ah, tive que escutar alguns homens dizendo de que maneira eu deveria lidar com as nossas terras e como eu priorizava a diversão do que o compromisso. - o homem apoia a cabeça sobre as mãos, suspirando cansado. - São uns idiotas.
- Não ligue para isso. Esses homens pensam que sabem de alguma coisa, mas na verdade apenas querem se pagar de charlatões. - Nicholas escuta a mãe bebendo mais um gole do chá e deixando a xícara na mesa. Ele ergue a cabeça e sorri para a mulher, cruzando os braços sobre o peito.
- Não ligo, mas sou obrigado a assinar o que eles querem e seguir seus conselhos. - o homem observa enquanto a mãe começa a servir chá para ele sem ao menos perguntar se ele queria. Nicholas analisa o líquido escuro e sente o vapor quente subindo para seu rosto. - Imagino que esteja fervendo de ansiedade para o baile, falta apenas algumas horas.
- Você nem imagina, acho que nunca estive tão animada para um evento antes. Pelo pouco que conheço de Lady Fairfax, imagino que queira entrar para a história das temporadas londrinas. - Nicholas gargalha baixinho antes de beber um gole do chá, que desce quente pela garganta e acaba com o rastro alcoólico que estava desde a tarde por ali. - Falando nisso, vou me arrumar. Aconselho que faça o mesmo.
A mulher se retira da sala e Nicholas a escuta subindo as escadas e conversando com Mary sobre o baile. O homem termina o chá em um gole, e se levanta para seguir o que a mãe disse.
- Por favor, peça para alguém retirar a bandeja de chá da sala. - o homem pede gentilmente para um dos criados assim que sai da sala, que apenas concorda com a cabeça e se retira de perto. Nicholas sobe a escada e caminha até seu quarto, sentindo a ansiedade lhe tomar aos poucos.
***
Nicholas ficou mais tranquilo após colocar a máscara, que se encaixou com perfeição em sua cabeça, lhe deixando com um ar mais místico. Seus cabelo loiro meio bagunçado destacando a máscara preta e os olhos azuis. Todas as preocupações e problemas que obteve ao conversar com aqueles homens desapareceram, afinal, era só ele dar mais atenção as suas terras que eles não o incomodaria. Apesar disso ser a única coisa que ele faz.
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𝑨𝑴𝑶𝑹𝑬𝑺 𝑬 𝑹𝑨𝑵𝑪𝑶𝑹𝑬𝑺 | 𝐎𝐒 𝐀𝐒𝐇𝐅𝐎𝐑𝐃 - 𝟏
Romance| " Ela o desejava, e odiava sentir algo tão profundo por ele que não fosse ódio. Ela precisava odia-lo, não poderia sentir algo além por alguém com ele... Mas por que sua respiração parava só de estar ao seu lado?" | 𝐄𝐌 𝐌𝐄𝐈𝐎 𝐀𝐎 𝐄𝐒𝐏𝐋...