Isabella passou pela multidão com uma velocidade impressionante. Seu corpo queimava, respondia a todos os sentimentos que estava sentindo naquele momento. Seu coração forçava contra o espartilho, querendo sair de dentro do peito. Isabella não podia acreditar que deixara aquilo acontecer, que permitiu-se arruinar sua dignidade para alguém como Nicholas Blackwood. Seus ideais que tanto queria proteger... acabaram, ela não se reconhecia mais.
Ela sentia vontade de chorar, mas ao mesmo tempo sentia todos os seus nervos querendo dar meia volta, agarrar Nicholas Blackwood e terminar o que estavam fazendo. Se Kennedy Pastring não tivesse chegado naquela hora... provavelmente Isabella já teria cometido o maior erro de sua vida, e essa ideia não lhe assustava, o que deixava ela assustada. Isabella não sabia mais se o odiava ou se o desejava, se queria soca-lo ou beija-lo, se queria se isolar em sua casa ou voltar até ele. Tudo em sua mente a confundia, e claramente as pessoas ao redor perceberam isso, pois a encaravam curiosos e assustados, tentando entender o motivo da tão famosa Isabella Ashford estar parecendo uma desmiolada no meio de um baile da alta sociedade.
A mulher se esbarra em um rapaz, com os ombros largos que ocupava todo o caminho na qual ela percorria, ele a segura pelo ombro tentando segura-la caso caísse. Isabella se apoia no homem, olhando para o rosto de quem a salvou de um queda vergonhosa na frente de todos. Lorde Luccas Samson.
— Senhorita Ashford! Aparentemente você têm o costume de sair as pressas pelos bailes. — só de estar perto dele Isabella sente toda a sensação que estava sentindo se transformando em puro ódio. Ela se solta de seus braços rapidamente, se afastando do homem.
— Pensei que tivesse lhe dito para nunca mais encostar as suas mãos em mim. — Luccas a olha com uma expressão desprezível, como se a mulher fosse apenas uma formiguinha perto dele.
— Está explicado o por que da rainha ter escolhido a sua irmã como o diamante da temporada... Você com certeza não tem modos para isso. — a mão da mulher já estava indo em direção ao seu rosto quando alguém a puxa e entra na sua frente, Isabella reconhece o irmã mais velho só pela postura reta e o cabelo castanho escuro meio bagunçado.
— Repita o que disse e lhe juro que amanhã você não acordará para ver o nascer do sol, Lorde Samson. — Luccas ficou quieto no mesmo instante, mudando sua expressão e se afastando, a música havia parado e as pessoas estavam reparando.
— Me desculpe, Lorde Ashford! Não era minha intenção ofender sua irmã.
— Não é o que parece. — Isabella vê a mãe surgindo na multidão e caminhando até eles com a face na cor de um tomate. Edward o encara nos olhos e diz por fim: — Saía imediatamente daqui!
— Filho, não faça nenhuma besteira, o Lorde Samson já aprendeu a lição. — Lady Catherine segura o braço do filho, sussurrando em seu ouvido enquanto reparava na multidão os encarando. Lorde Samson apenas assente e se vira, caminhando na direção da saída da residência Crewvil. Quando Isabella suspirou aliviada, Edward o viu parar a caminhada e se virar novamente com um sorriso no rosto.
— Você não manda em mim, Ashford! Eu ficarei no baile o tempo que eu quiser! Não é você que vai me expulsar. — desta vez Isabella ajuda a mãe a segurar o irmão antes mesmo que ele possa mover um músculo, os nervos surgem na pele branca de Edward, estampando sua ira. Luccas caminha de volta, mas antes que pudesse continuar uma mão lhe barrou no meio do salão, próximo aos músicos.
— Então serei eu! — Kennedy o empurra para trás, levando ele até a direção da saída. — Não ouse mais pisar em qualquer baile que eu esteja, escutou Samson?
As pessoas os acompanham com os olhos, sendo guiados até a porta de saída onde só restam as vozes de Kennedy gritando com Luccas, que teve a devida lição. Todos dirigem o olhar para os três Ashford presentes, Isabella encara todos sentindo um aperto no peito, como se o seu coração não fosse aguentar tantas emoções em uma noite só.
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𝑨𝑴𝑶𝑹𝑬𝑺 𝑬 𝑹𝑨𝑵𝑪𝑶𝑹𝑬𝑺 | 𝐎𝐒 𝐀𝐒𝐇𝐅𝐎𝐑𝐃 - 𝟏
Romance| " Ela o desejava, e odiava sentir algo tão profundo por ele que não fosse ódio. Ela precisava odia-lo, não poderia sentir algo além por alguém com ele... Mas por que sua respiração parava só de estar ao seu lado?" | 𝐄𝐌 𝐌𝐄𝐈𝐎 𝐀𝐎 𝐄𝐒𝐏𝐋...