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Hoje é o dia da formatura da Valentina e Luiza. Alguns dias antes, elas haviam apresentado a peça de "Romeu e Julieta", que foi um sucesso absoluto. Elas estavam radiantes por terem entregado uma performance impecável, exatamente como haviam ensaiado. A plateia, composta por professores e colegas, aplaudiu de pé, tornando aquela noite mágica e inesquecível. A felicidade delas era palpável, e sabiam que aquela memória seria guardada para sempre.

- Valentina se olhou no espelho, ajeitando o terno com a blusa branca social por baixo e alisando o cabelo com um toque final. Ajustou o broche que havia sido presente de sua mãe, preso na lapela do terno, e sorriu para o reflexo. - Estou linda, ok, eu sou linda!, afirmou, piscando um dos olhos para si mesma, como sempre fazia quando se sentia particularmente bem.

A mãe da Valentina entrou no quarto e observou com um sorriso. "Uau!

— Como estou? Gostou? – Valentina deu uma voltinha, segurando a lapela do terno para exibi-lo.

— Está deslumbrante, minha filha.

— Obrigada, realmente sua filha é linda. Olha esse decote abertinho? Se eu -  fosse a Lu, colocaria novamente a aliança no meu dedo.

A mãe balançou a cabeça, sorrindo.

– Vamos, mas a senhora também está uma coroa linda. Cadê meu pai?

— Coroa é tua avó. Eu ainda estou na flor da idade.

— Sim, achei esse bojo bem ousado da sua parte.

— Era só o que me faltava, Valentina. Me deixe, viu.

— Ui, ficou melhor do que eu imaginei, – disse Verônica, entrando no quarto e olhando para o vestido da mãe.

— Só podia ser coisa sua! – Valentina revirou os olhos.

— O que é, criança? – Verônica sorriu. - Deixa de se ciumenta.

– Uhm, vamos. Não quero chegar atrasada na minha formatura.

— A bunda dela, mãe, está bem apertadinha – Verônica riu.

— Deixa minha bunda em paz... eu, hein.
– E esse decote aí, a Elen vai cair pra dentro - sorriu.

— Uhm rum – murmurou, dando de ombros.

— Ih, credo, brigou?

— Valentina, abre o portão pela fé! - disse Verônica, suspirando.

Luiza chegou à formatura, com o vestido esvoaçando ao redor dela enquanto caminhava pela entrada da escola. Havia uma pequena escada na entrada do salão, e os alunos esperavam lá embaixo para subir ao palco. Valentina, assim que a avistou, aproximou-se para ajudar - Luiza a subir as escadas. Mas antes que Valentina pudesse agir, André, com um sorriso e um olhar decidido, estendeu a mão para Luiza.

– Obrigado, André -  agradeceu Luiza, aceitando a ajuda com um sorriso.

— André sorriu de volta, fazendo um gesto cavalheiresco. – Cavaleiros e assim que se faz - disse ele, olhando para Valentina com um tom provocador.

Valentina lançou um olhar frio para André, claramente incomodada pela sua atitude. Ela se manteve de braços cruzados, observando o gesto com uma expressão de desdém.

— Que educação, André — murmurou Valentina, sem esconder o desagrado.

— Você está com esse vestido belíssimo, Lu, e esses saltos... Não poderia correr o risco de uma — dama escorregar.

— Você é tão gentil, né, cara? Mas essa dama já tem dona, rebateu – Valentina, séria.

– Vamos, é melhor subirmos – sugeriu Luiza, tentando suavizar o clima. Ela puxou gentilmente Valentina para subir a escada.

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