Quente Como O Inferno

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A vampira havia voltando para a sua casa corroída pelo ódio e pela raiva. As palavras que saíram da boca da enfermeira foram o estopim para ela socar o vidro com força partindo em pedaços.

   " Sua mãe veio aqui semana passada e ela acabou gritando com o seu pai, ele quase teve uma parada cardíaca mas conseguimos fazê-lo voltar a respirar. Tiveram que tirá-la à força do hospital. "

Assim como os estilhaços de vidro no chão, a vampira estava partida em vários pedaços. Seus olhos se transformando em um vermelho intensos que não se escondia atrás da lente. Era algo surreal, como se ela tivesse se despedaçando diante de seus olhos.

Rangendo os dentes ela saiu do hospital, disposta a dirigir para longe dali. E na metade do caminho, suas unhas perfuraram o volante com força o rasgando. A força de seus pés quebrando a embreagem.

Ela socou o volante com raiva o quebrando por completo ao perceber que estava parada na frente de sua antiga casa. Isabella saiu do carro abrindo a porta e a fechando em um baque poderoso.

Distante de suas emoções, ela agarrou os cabelos e começou a andar para lá e para cá se perguntando se a sua mãe tinha alguma demência para ter feito aquilo com Charlie, que sempre foi um homem tão bom, e ela, uma cabeça oca.

Se perguntava ainda mais onde estava Alecsander. Se ele havia ido embora e a deixado sozinha naquele meio turbulento de suas emoções, claro que ela se lembrou das palavras dele, você pode acabar machucando alguém inocente no processo, um vampiro com emoções é muito poderoso.

— Por que ele sempre tem que ter razão de tudo!? — ela gritou jogando o sofá com tudo na Tv.

O vampiro, por si, estava caminhando pela floresta de Forks. Admirando a paisagem nublada e gélida. Seus olhos rolaram entre os animais pequenos que passavam pela trilha.

Seu coração, mesmo morto e parado, sentiu um peso sem igual, como se estivessem enfiando uma estaca bem a fundo o impossibilitando de bombear.

Ele não se importava gratificamente com seus sentimentos. Até por que eles só atrapalham suas escolhas e percepções, mesmo que calculasse seus passos corretamente para não cometer um deslize.

Se esforça para não repetir os seus erros e condenar todo mundo a um sofrimento terrível, assim como houve com seu irmão, que agora é um desleixado que vive traindo todo mundo que vê pela frente. Da última vez, Alecsander não pensou duas vezes em se separar do irmão e o deixar sozinho, e por causa disso, ocorreu uma série de consequências.

Pessoas machucadas...
Corações partidos...
Dor...
E
Ódio...

Nunca iria se perdoar por isso, e agora ele tinha que cuidar de Isabella para ela não sofresse as mesmas consequências. Entendia o que ela estava passando, mas isso não seria motivo para ela acabar com metade da cidade em um surto vampirico.

Virando a trilha, Alecsander sentiu suavemente o cheio fresco de sangue humano, seus olhos acentuando para o vermelho mais intenso como o fogo.

Não podia esperar pelo anoitecer para se alimentar e muito menos iria esperar as coisas esvaziar. Ele não era muito de seguir regras quando se estava aflito.

Foi então que ele ouviu as risadas. Jovens, despreocupados, bebendo como se não houvesse amanhã. Alecsander se moveu rapidamente, um borrão entre as árvores ao redor que pareciam sufocá-lo, as sombras se fechando enquanto ele avançava, cada galho estalando como se protestasse contra sua presença.

Sem hesitar, ele atacou. O primeiro jovem mal teve tempo de gritar antes que as presas de Alecsander se cravassem em seu pescoço. O sangue quente e pulsante trouxe uma momentânea sensação de alívio, antes de jogar o cadáver no chão, o restante dos adolescentes gritavam e tentaram correr, mas foram mortos e drenados como sucos ambulantes.

Crepúsculo - Lua VermelhaOnde histórias criam vida. Descubra agora