Breve Segunda Vida - Observados

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Após esconderem os três corpos, Bree e Diego resolveram ficar conversando, não queriam voltar tão cedo para a casa, e ouvir Riley berrando com Kevin e o garoto loiro.

Seria tedioso e irritante ter que escutar ele falar as mesmas coisas mil vezes, sabendo que ninguém iria ouvir.

— Por que Riley permite que você tenha tanta liberdade? — Bree perguntou, especulando sobre que tipo de relacionamento havia entre eles.

— Riley sabe que pode confiar em mim para limpar minha sujeira — ele sorriu de leve — Falando nisso, você se importa de irmos resolver uma coisinha rápida?

Bree estava começando a se divertir com aquele garoto estranho. E estava curiosa sobre ele.

— É claro — respondeu.

Diego correu pelo píer para a estrada paralela ao litoral. Ela foi atrás dele. Percebendo o cheiro de alguns humanos, mas sabia que estava muito escuro e que estavam muito longe para que eles nos vissem.

O vampiro preferiu se deslocar por cima dos telhados novamente. Depois de alguns saltos, reconheceu seu cheiro e o dele. Ele refazia o caminho que haviam percorrido antes.

Voltaram à primeira rua escura onde Kevin e o outro garoto haviam cometido a estupidez com o carro.

— É inacreditável — Diego grunhiu.

Kevin e companhia haviam partido pouco antes, aparentemente. Dois outros carros estavam empilhados sobre o primeiro e um punhado de espectadores e transeuntes foram adicionado à contagem dos corpos.

Os policiais ainda não haviam chegado, porque qualquer pessoa que pudesse denunciar a carnificina já estava morta.

— Ajude-me a dar um jeito nisso aqui — Diego pediu.

Bree apenas acenou.

Desceram do telhado, e Diego arrumou rapidamente a pilha de carros de outro jeito, criando a impressão de que haviam colidido, em vez de ter sido empilhados por um bebê gigante fazendo birra. Bree pegou os dois corpos secos e sem vida abandonados no meio da rua e os enfiou no ponto onde, aparentemente, ocorrerá a colisão.

— Acidente terrível — comentei, quase segurando o riso.

Diego sorriu com sarcasmo. Usando um isqueiro que tirou de um saco plástico em seu bolso, ele começou a atear fogo às roupas das vitimas.

Bree pegou seu isqueiro, Riley os devolvia quando saiamos para caçar, e Kevin deveria ter usado o dele, mas era estúpido demais. Bree se dedicou a incendiar o estofamento. Os corpos, secos e contaminados pelo veneno inflamável, queimaram rapidamente.

— Afaste-se — Diego ordenou. Bree logo viu que ele havia removido a tampa do tanque de combustível do primeiro automóvel.

Pulou para a parede mais próxima e se empoleirei para observar. Ele recuou alguns passos e riscou um fósforo. Com pontaria perfeita, arremessou-o no pequeno buraco. No mesmo instante, saltou e aterrissou ao seu lado.

O estrondo da explosão sacudiu a rua inteira. Luzes começaram a se acender a partir da esquina.

— Bom trabalho — comentei.

— Obrigado pela ajuda. Vamos voltar para a casa do Riley?

Ela franziu a testa.

— Temos mais algum tempo — Diego comentou, lendo sua expressão — Não precisamos voltar agora, se não quiser.

— Queria ter alguma coisa para ler — ela cochichou.

— E eu queria ter novas músicas — ele sorriu — Vamos fazer compras.

Crepúsculo - Lua VermelhaOnde histórias criam vida. Descubra agora