Depois de uma tarde horrível, Nina me convenceu a sair para beber, apenas alguns drinks. Não queria, por causa do clima pesado em casa, mas meu pai insistiu que seria bom eu sair.
Olhei para as roupas no meu armário e não conseguia me decidir. Tudo parecia repetido, já usado e reutilizado. Acabei escolhendo um vestido verde escuro, justo no corpo, que ia até as coxas e tinha uma abertura nas costas. Coloquei saltos baixos e branco, com brilhos discretos na lateral. A maquiagem foi básica: base, pó, blush, contorno, sombra e apenas curvei um pouco mais meus cílios com rímel. Finalizei com um batom rosa puxado para o nude.
Nina estava impecável. Usava um vestido preto com uma fenda rendada nas costas. O vestido era um pouco mais comprido, mas tinha um decote de tirar o fôlego. A maquiagem forte destacava seus olhos, tornando-os ainda mais sedutores, e o batom vermelho completava o look. Ela estava pronta para fazer todos os caras se apaixonarem.
Saímos, mas eu só pensava em voltar. Não estava nem um pouco animada. Depois que fiz 20 anos, minhas festas favoritas passaram a ser em casa, com um bom filme. Acho que vivi demais quando era mais nova.
Chegamos a uma boate mais tranquila, para o desagrado de Nina, que queria algo mais animado. Mas ela entendeu e aceitou, mesmo emburrada. Entramos, havia jogos de luzes e pessoas dançando na pista. Vi o balcão e fui direto para lá, sentando-me em uma cadeira e pensando no que escolher. Senti Nina olhando por cima dos meus ombros.
— Que tal uma tequila? — ela sugeriu.
— Acabamos de chegar, vamos com calma — respondi, pedindo dois drinks de morango.
— Você é muito controladora. Nem sabia se era isso que eu queria — ela disse, finalmente se sentando ao meu lado.
Enquanto esperávamos nossos drinks, olhei ao redor, observando as pessoas dançando e conversando animadamente. A música não estava alta demais, o que era um alívio. Eu podia sentir a tensão do dia começando a se dissipar, mesmo que ainda estivesse presente em algum lugar no fundo da minha mente.
Nina tomou um gole do seu drink e me observou por um momento, antes de perguntar:
— Você está realmente bem, Candy? — sua voz estava mais suave, preocupada.
Suspirei, dando um gole no meu próprio drink antes de responder.— estou sim — menti e ela voltou a me olhar, parecia pensativa.
Ela assentiu, compreensiva. Sabia que poderia contar com ela, como sempre. Mesmo assim, uma parte de mim se sentia desconectada, como se estivesse vivendo em uma névoa.
Nina sorriu e mudou de assunto, tentando animar o ambiente.
— Você viu o DJ? — ela perguntou, apontando discretamente com o queixo. — Ele é um pedaço de mal caminho!
Olhei na direção que ela indicava e vi um rapaz alto, com um sorriso carismático e cabelo bagunçado. Ele estava concentrado em ajustar a música, mas dava para ver que era atraente. Ri, agradecida pela tentativa dela de me distrair.
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𝐀 𝐁𝐚𝐛𝐚́ - 𝐣𝐨𝐝𝐢𝐜𝐞
FanfictionDesesperada por uma oportunidade profissional sólida, Candice decidiu se reinventar... como babá? Às vezes, nos vemos em papéis que não imaginávamos, mas é nesses momentos que a vida nos reserva as maiores surpresas.