Capítulo 104

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Any (olha Poncho e murmura): eu já sei – Poncho lhe olha, preocupado e sem entender.

Poncho: sabe o que? – morde o lábio, tentando controlar o choro.

Any: eu ouvi sua conversa com Chris lá na piscina – Poncho arregala os olhos, e sente o peito doer.

Poncho: Any, eu... – hesita, sem saber o que dizer. Estava envergonhado, e se sentia um lixo por fazê-la chorar.

Any: por isso que você tava distante depois que te contei sobre a minha virgindade... – Poncho abaixa a cabeça, triste – E eu boba, pensando que você tava fazendo uma surpresa pra mim – abraça as pernas voltando a chorar – porque não me contou que não queria transar comigo? – Poncho lhe olha, surpreso – Me senti uma idiota por ficar me insinuando pra você, achando que sentia atração por mim, que me queria – maneia a cabeça – Eu sou tão burra! – soluça escondendo o rosto nos joelhos e Poncho arregala os olhos, assustado.

Poncho: Que??? Do que você ta falando, Any? Eu nunca disse isso! – Any limpa as lágrimas, mas elas insistiam em cair.

Any: eu ouvi você dizer pro Chris que tava fugindo de mim porque o problema era minha virgindade!

Poncho: mas eu não falei que não te queria, que não te desejava! Você ouviu toda minha conversa? – Any balança a cabeça.

Any: não, já tinha ouvido o suficiente – Poncho levanta da cama e põe a mão no rosto, desesperado.

Poncho (resmunga): eu sou um idiota. Um imbecil.

"Você é um burro, Alfonso! Por que não ouviu o Chris?", pensa Poncho.

Se tivesse conversado com Any sobre seus medos, ela não estaria agora chorando e se sentindo indesejada.

Poncho (se ajoelha de frente para Any): meu amor, me perdoa. Eu sou um idiota – a olha, desesperado – um babaca por te fazer pensar essas coisas. Eu deveria ter te contado a verdade – Any volta a chorar, arrasada e Poncho segura a mão esquerda dela – por favor, me escuta. Não é isso que você tá pensando. Me deixa explicar.

Any (solta sua mão): não precisa, eu já entendi – funga limpando as lágrimas que não paravam de descer – Eu só acho que você podia ter me falado isso naquele dia mesmo – funga – teria me poupado de passar vergonha – maneia a cabeça – eu fiquei me oferecendo igual uma boba pra você! – volta a chorar com as mãos no rosto.

Poncho (suspira, arrasado): meu amor... – se levanta e volta a sentar na cama de frente para ela – não é nada disso que você tá pensando – ela soluça e ele sente o coração apertar – Não faz assim comigo... eu odeio te ver chorar – acaricia o joelho esquerdo dela e percebe ela se encolher ainda mais – Olha pra mim, por favor – tira as mãos dela do rosto – quando você me contou que era virgem, eu fiquei muito surpreso. Realmente não esperava ouvir isso porque você é tão linda e tão sexy que não passou pela minha cabeça que você nunca tivesse se relacionado com alguém antes – abaixa a cabeça e acaricia as mãos dela com o polegar – e de repente eu me vi com medo – Any lhe olha, confusa.

"Medo? De que?", pensa Any. E como se pudesse ler seus pensamentos, Poncho responde.

Poncho: e se você não gostasse? E se quisesse terminar comigo pra viver outras experiências? 

Any (abre a boca e fecha, sem saber o que falar): Poncho... – ele levanta a cabeça e lhe olha, triste – você ta falando sério?

Poncho: me desculpa, eu deveria ter conversado com você sobre isso – beija as mãos dela.

Any: você tá inventando isso só pra eu não me sentir mal né? – solta as mãos dele e volta a abraçar as pernas.

Poncho (desesperado): Não! Mas é claro que não meu amor – suspira e desvia o olhar – Eu não me orgulho disso, mas você sabe que eu era um galinha – Any assente com a cabeça – curti muito minha vida de solteiro e hoje em dia não sinto a menor falta – a olha – porque nunca fui tão feliz como agora – Any sente o coração se acalmar – só que eu pensei que você também tivesse curtido, que tivesse ficado com outros caras antes de mim – faz careta, tentando não imaginá-la com outro homem – mas você não teve outras experiências e agora que a gente tá junto, eu não tenho intenção ou vontade de ter outra mulher na minha vida que não seja você – Any sorri, boba – eu não sei o que você pensa sobre isso – desvia o olhar e ela ri, genuinamente.

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