Capítulo 36

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Any: isso é incrível.

Poncho: você tem amigos dessa época?

Any: tenho duas amigas e dois amigos da época da escola que são meus amigos até hoje – Poncho sorri – uma tá estudando medicina na CSUN, a outra faz engenharia na UCLA já até apresentei ela pra Mai, um se mudou ano passado pra São Francisco a trabalho, e o outro faz administração na UCLA, o Chuck – Poncho fecha o sorriso – eu te apresentei ele, lembra? – ele assente – cada um agora tem sua vida e seus horários então é difícil a gente se ver com a mesma frequência de antes, mas a amizade continua intacta – sorri.

Poncho: isso que importa – sorri de canto.

Ficam em silêncio por mais alguns minutos. Os dois então voltam a se sentar de frente para a cascata, observando-a.

Logo algumas pessoas começam a chegar e a entrar na água.

Poncho: daqui a pouco isso aqui vai estar cheio. Vem muita gente pra cá no fim de semana – comenta.

Any: ai mas aqui é tão lindo que se eu morasse perto ou tivesse casa aqui viria todo dia – ri e o olha apoiando a cabeça nos joelhos de novo.

Os olhos dela estavam num tom de azul cristalino, de tirar o fôlego e era exatamente assim que Poncho estava agora: totalmente sem fôlego.

Any: que foi? – sorri, corando.

Poncho (maneia a cabeça acordando de seus devaneios): seus olhos... estão muito claros agora – sorri, encantado.

Any (cora mais ainda): ah sim – sorri tímida – eles mudam com a luz, com meu humor e já reparei que às vezes até por causa da roupa ou maquiagem que tô usando.

Poncho (ri): com seu humor também?

Any (ri): sim, por exemplo, quando tô com muita raiva eles ficam mais escuros, mas isso tudo é só uma ilusão de ótica – dá de ombros – imagino que com você deve ser a mesma coisa – se aproxima mais e ergue o dedo indicador – seus olhos são cor de mel – acaricia sua sobrancelha direita observando atentamente seus olhos – mas dependendo da luz podem ficar verdes como estão agora – sussurra já bem próxima de seu rosto – certo?

Poncho assente sem nem piscar. Estava hipnotizado pelos olhos dela. Ele podia sentir a respiração dela soprando seu rosto.

Eles ficam se olhando assim por alguns segundos, mas os latidos distantes de Luna e a gritaria de crianças os desperta.

Any (levanta depressa): Luna – olha ao redor – meu Deus, ela tá assustando as crianças! – ameaça correr, mas ele segura seu braço.

Poncho (levantando): deixa que eu pego ela pra você! – sai correndo em direção a Luna.

Luna adorava crianças e estava tentando brincar com elas, mas por ser grande e desconhecida acabou por assustá-las.

Poncho a chama e pede desculpas as famílias voltando com ela para perto de Any.

Any (coloca as mãos na cintura): você não tem jeito né, sua safada? Eu já te falei que não pode fazer isso – Luna late e balança o rabinho fazendo-a rir.

Casa de Campo (11:30)

Paty (se aproximando): gente o molho e a maionese já estão prontos, o arroz já tá quase e a Mai vai fazer agora a farofa.

Chris e Ucker estavam na churrasqueira preparando as carnes enquanto bebiam e conversavam.

Ucker: beleza. Agora só falta a Any e o Poncho né?

Paty: já liguei mil vezes, mas só da fora de área.

Chris: também não tive sucesso.

Ucker: eles estão demorando demais. Será que aconteceu alguma coisa?

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