Capítulo 50

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Como pôde acreditar que conseguiria conquistar um homem como Alfonso?

Duas meninas entram no banheiro rindo, animadas e Any limpa o rosto rapidamente, segurando o choro.

Paty e Mai não poderiam vê-la dessa forma. Ela sabia que teria que explicar o motivo mas não conseguiria.

Só queria sumir e esquecer.

Não poderia ir embora do aniversário de sua amiga sem se despedir dela, mas não estava com condições de falar com ninguém.

Quanto à esquecer, nem que fosse por algumas horas, o álcool seria essencial para lhe ajudar.

Com esse pensamento, ela seca as últimas lágrimas, limpa o rosto e segue para o bar.

Na mesa do grupo

Poncho se aproxima dos amigos e percebe que Any não havia retornado.

Poncho (olha para Chris): cadê a Any?

Chris: ela foi lá fora tentar ligar pra Leigh, não deve ter conseguido falar com ela.

"Por isso que eu não encontrei com ela" , pensa Poncho.

No bar

Any pedia vários drinks para Charlie e levava até a entrada da cozinha, longe da movimentação da festa e dos convidados. Queria beber e ficar sozinha para esquecer.

Mas parece que quanto mais bebia, mais lembrava dele.

...

20 minutos depois, Leigh se aproxima da mesa.

Leigh: demorei mas cheguei. Oi gente! – cumprimenta um por um, sorrindo.

Paty (levanta e a abraça): cara achei que tu não vinha mais.

Leigh: tudo culpa da minha mãe que me deu um pepino pra resolver de última hora, tava no escritório dela até agora. Mas pelo menos to aqui e vou conseguir curtir um pouco.

Paty: é a Any comentou com a gente, mas que bom que ta aqui. Senta aqui do meu lado – Leigh senta – já encontrou a Mai?

Leigh: já e ela me deu um puta esporro – ri – mas me perdoou. E a Any, cadê?

Poncho (confuso): ué ela não tava com você? – Leigh balança a cabeça, sem entender.

Paty: tem meia hora que ela foi lá fora te ligar porque você tava demorando. Achei que tivesse encontrado com ela na portaria.

Leigh (mexe no celular): ela não me ligou não e nem tava lá fora.

Poncho (levanta da mesa): eu vou procurar ela no salão. – sai sem esperar a resposta dos demais.

O salão estava cheio, não seria fácil encontrá-la.

Ele caminha pela pista de dança, depois no bar, mas não a vê.

Ao cogitar que ela pudesse estar do lado de fora, Poncho consegue encontrar Any cambaleando em direção à saída do salão, esbarrando em algumas pessoas.

Poncho (caminha sem tirar os olhos de Any): ela ta bêbada? – acelera os passos, desviando das pessoas que dançavam.

Any enxuga as lágrimas e continua andando.

Ao contrário do que imaginou, a bebida não lhe fez esquecer, só intensificou seu sofrimento.

Não tinha outra saída, precisava sair dali, mas sente alguém puxar seu braço. Ao olhar para cima, seus olhos voltam a lacrimejar e comprime os lábios, tentando controlar o choro. Ele era última pessoa que poderia vê-la daquela forma.

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