Capítulo 86

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Na noite anterior, Any acreditou que a distração de Poncho fosse pelo cansaço, mas agora estava revendo os sinais em sua mente como o início de um desinteresse dele por ela. 

"Será que ele enjoou de mim?", pensa Any, lembrando dos momentos que foi mais carinhosa com ele, que se deixou levar pelo amor que sentia. 

"Mas ele tava tão empolgado em viajar comigo", pensa Any.

Ela disfarça sua preocupação para os amigos e começa a interagir com todos da mesa. 

Alguns minutos depois, o grupo sai em direção a praia que ficava a poucos passos da entrada da casa.

Eles passam a manhã inteira na praia aproveitando o sol entre conversas e risadas. 

Any sugere ir ao mercado para fazer as compras da casa e poder preparar o almoço com Poncho, mas todos discordam e a convencem de almoçar no restaurante e fazerem as compras depois para ficarem na praia mais tempo.

Claro que aquilo fazia parte do plano de Poncho. Quando voltassem da praia, ele a chamaria para almoçar, a sós, e faria o pedido no restaurante.

Enquanto isso, do outro lado do bairro, Poncho finalmente encontrou o grupo de Mariachis que tanto buscava. 

Depois de alguns minutos acertando os detalhes e a música que escolheu, ele sai em direção a floricultura para comprar um buquê para Any.

Ele chega na loja e observa cada arranjo de flores montado nas vitrines. Apesar de lindos, nenhum tinha lhe agradado. 

Atendente (chama atenção de Poncho): com licença, bom dia! – sorri, simpática.

Poncho (sorri): bom dia!

Atendente: precisa de ajuda? 

Poncho (olhando para os arranjos na lateral da porta): eu preciso de um buquê de flores pra minha namorada.

Atendente: gostou de algum? 

Poncho (a olha, sem jeito): pra ser sincero, não – a atendente ri – as flores são lindas, mas não encontrei um arranjo que seja a cara dela. Não sei se me entendeu ‐ a atendente sorri.

Atendente (assente com a cabeça): eu entendi sim... – o olha – qual seu nome? 

Poncho: Alfonso – responde com o sotaque latino.

Atendente (percebendo a pronúncia do nome): você fala espanhol? – Poncho assente com a cabeça.

Poncho: si soy mexicano – sorri.

Atendente (sorri surpresa): Chido! Soy Roberta – se apresenta – puedes decirme las flores que le gustan a tu novia y puedo armar el ramo para ti, ¿qué te parece?

Poncho (sorri): ¡Perfecto!

Ele indica as flores para Roberta e descreve as características de Any. 

Quando Roberta começa a montar o buquê, o celular de Poncho toca e ele fica apreensivo, tentando pensar em alguma desculpa antes de atender.

~ Ligação ~

Poncho (sorri, nervoso): oi Any!

Any: oi sumido, tudo bem? 

Poncho: tudo bem e com você? 

Any: tudo bem também – ri, sem graça – eu te mandei mensagem pra saber que horas você vem pra cá encontrar a gente, mas não me respondeu aí pensei que tivesse acontecido alguma coisa.

Ela respira fundo, odiando fazer aquilo. Não gostava de cobrar satisfação, já que não gostava de ser cobrada. Mas não aguentou. Sua cabeça fervilhava pensando no que estava acontecendo com Poncho e no motivo dele estar agindo de forma tão estranha com ela.

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