•Lenta e controlada

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O silêncio na cabana era quase tangível, carregado de algo que eu não conseguia nomear, mas que fazia cada segundo parecer eterno. Estávamos ali, lado a lado no sofá, tão próximas que eu podia sentir o calor que emanava de Gabi. Ainda assim, nenhuma de nós fazia qualquer movimento para quebrar aquele silêncio. Era como se estivéssemos esperando, testando os limites de algo que estava prestes a se transformar.

Eu podia ouvir minha própria respiração, lenta e controlada, enquanto tentava acalmar as batidas descompassadas do meu coração. Gabi também estava quieta, mas havia uma tensão em seu corpo que eu não podia ignorar. Aquela proximidade, a intimidade do momento, era quase demais para suportar, mas ao mesmo tempo, eu não queria que acabasse.

Ela virou a cabeça para me olhar, seus olhos fixos nos meus com uma intensidade que fez o tempo parar. Havia um fogo ali, algo que eu não tinha visto antes, e que fez meu estômago revirar. Por um instante, ninguém se moveu. Nós apenas ficamos ali, nossos olhares travados, como se estivéssemos ambas esperando por um sinal.

Foi Gabi quem quebrou o impasse. Com um movimento lento e deliberado, ela ergueu a mão e a colocou suavemente no meu rosto, seu polegar traçando uma linha delicada ao longo da minha bochecha. Meu coração deu um salto, e eu senti uma corrente elétrica percorrer meu corpo, indo direto para o lugar onde sua pele tocava a minha.

Gabi: Nala... - A voz dela era baixa, quase um sussurro, mas o som do meu nome em seus lábios era como uma melodia que eu queria ouvir repetidamente.

Eu não consegui responder. Estava hipnotizada pelo jeito como ela me olhava, pelo calor de sua mão em meu rosto. Havia algo inevitável naquele momento, algo que parecia ter sido construído desde o momento em que nos conhecemos, e agora estava prestes a explodir.

Sem quebrar o contato visual, Gabi se aproximou mais, seus lábios a milímetros dos meus. Eu podia sentir sua respiração, quente e irregular, misturando-se com a minha. O mundo ao nosso redor desapareceu, e tudo o que restou foi o som de nossos corações batendo em uníssono.

E então, finalmente, ela me beijou.

O toque de seus lábios foi suave no começo, uma carícia delicada que enviou ondas de calor por todo o meu corpo. Mas havia algo mais, algo contido, como se ela estivesse esperando para ver como eu reagiria. E quando eu retribuí, movendo-me contra ela com a mesma intensidade, senti o controle dela se esvaindo.

O beijo se aprofundou, e o que começou como uma carícia tímida rapidamente se transformou em algo mais intenso, mais urgente. Gabi me puxou para mais perto, seu corpo pressionando-se contra o meu enquanto seus dedos se enredavam no meu cabelo, segurando-me firmemente, mas com uma delicadeza que me fez querer mais.

Eu não sabia ao certo quando minhas mãos encontraram o caminho até sua cintura, mas quando percebi, estava puxando-a para mim, querendo senti-la mais próxima, mais real. O mundo ao nosso redor desapareceu completamente; só havia o calor de nossos corpos, o som de nossa respiração ofegante, e o gosto dela em meus lábios.

Havia uma fome em nosso beijo, uma necessidade de explorar, de descobrir cada pedaço da outra, como se estivéssemos tentando absorver tudo de uma vez só. Gabi era tudo que eu imaginava, e ao mesmo tempo, muito mais. Ela me guiava com uma confiança que me deixava tonta, mas também me permitia tomar as rédeas, me deixando explorar, me deixando perder.

Quando finalmente nos separamos, ambos estávamos sem fôlego, nossos rostos a centímetros de distância, enquanto nossos olhares permaneciam conectados. Havia um brilho nos olhos dela, algo selvagem e ao mesmo tempo terno, que fez meu coração bater ainda mais rápido.

Gabi: Nala...- Ela disse meu nome novamente, mas dessa vez havia algo diferente na sua voz. Um calor, um desejo inegável.

Eu não respondi. Apenas sorri, um sorriso tímido e atrevido ao mesmo tempo, antes de puxá-la de volta para mim, sem querer que aquele momento acabasse. O beijo seguinte foi mais desesperado, mais apaixonado, e eu sabia, sem sombra de dúvida, que estava exatamente onde deveria estar.

Nós nos perdemos uma na outra, naquele pequeno refúgio que agora era nosso.

Quando o segundo beijo começou, senti algo mudar na maneira como Gabi me segurava. A suavidade inicial deu lugar a uma intensidade crescente, como se o fogo que estávamos tentando conter finalmente tivesse se libertado. Ela tomou o controle, suas mãos firmes na minha cintura enquanto me puxava ainda mais para perto, o desejo evidente em cada movimento.

Gabi interrompeu o beijo por um breve momento, apenas o suficiente para me olhar profundamente nos olhos. Havia uma mistura de determinação e ternura em seu olhar, algo que me fez estremecer de antecipação. Sem dizer uma palavra, ela me puxou suavemente, guiando-me a me posicionar sobre o seu colo. Eu segui seu movimento sem hesitar, meu coração batendo descontroladamente enquanto sentia o calor de seu corpo debaixo do meu.

Assim que me acomodei, Gabi segurou minha cintura com mais firmeza, seus dedos pressionando levemente minha pele através da roupa. Ela olhou para mim por um segundo, como se estivesse verificando se eu estava bem com aquilo. E quando eu acenei sutilmente, ela sorriu, aquele sorriso que sempre me desarmava, antes de inclinar a cabeça e me beijar novamente, desta vez com mais urgência.

O beijo era mais profundo, mais faminto. Eu podia sentir a necessidade dela em cada movimento de seus lábios contra os meus, em cada toque firme de suas mãos em meu corpo. Meus braços se enroscaram ao redor de seu pescoço, e me entreguei completamente àquele momento, deixando que ela me guiasse, que ela tomasse as rédeas.

Gabi explorava minha boca com uma paixão que me deixava sem fôlego, seu beijo se tornando mais exigente, mais voraz. Eu podia sentir sua respiração acelerar, assim como a minha, enquanto suas mãos deslizavam lentamente pelas minhas costas, criando ondas de calor que percorriam meu corpo.

Ela inclinou um pouco o corpo para trás, me ajustando mais firmemente contra ela, de forma que cada parte de mim estava em contato com ela. O calor que irradiava de nossos corpos entrelaçados era quase insuportável, mas de um jeito que eu não queria que parasse. Pelo contrário, queria me perder mais naquilo, me afundar na sensação de estar nos braços dela, completamente entregue ao momento.

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