•Obra de arte

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Gabi...

De todos os momentos da minha vida, não consigo me recordar de algum que tenha sido tão bom, tão leve assim. Eu amo com todas as minhas forças os momentos em que eu estou em quadra, mas agora, definitivamente, posso dizer que tenho amado mais estar com a Nala nos meus braços. Quando a abraço, posso dizer que sinto como se eu estivesse abraçando o mundo, pois é exatamente assim que eu me sinto.

É incrível como ela tem o poder de tornar tudo sobre ela, sem nenhum esforço. Ela é uma pessoa incrível, iluminada, que me deixa envolvida pelo seu cheiro, encantada com o seu sorriso e com toda a sua beleza, que verdadeiramente me faz acreditar que ela é uma obra de arte esculpida pelos deuses.

Observando o seu corpo nú sobre o meu, vou acariciando os seus cabelos e me recordando do momento incrível, que deixou a cama extremamente molhada. Sinto o seu cheiro no travesseiro que eu estou deitada e o seu gosto delicioso ainda está nos meus lábios. Um sorriso se forma quando a sinto se mexer, e quando ela levanta a cabeça, os nossos olhos se encontram, fazendo meu coração bater de modo descompassado.

Me encarando por alguns instantes, ela dá o sorriso mais lindo que já vi em toda a minha vida, me fazendo dar risada pela sequência de beijos que ela distribui pelo meu rosto.

Nala: Como você consegue ser tão linda assim?

— Acho que eu quem deveria estar lhe fazendo essa pergunta, não acha?

Nala: Deveria?

— Com toda certeza! Sabia que você é a mulher mais bonita que eu já vi em toda a minha vida? Sem exageros... Lhe ver naquele ginásio, foi como ser contemplada com a honra de poder apreciar a beleza de um anjo. Porém, quero que me esclareça uma coisa...

Nala: O que seria?

— Você é um anjo, uma deusa, uma obra de arte, um delírio da minha mente, ou o que mesmo? Quem é você?

Nala: Eu sou uma mulher que é completamente fascinada por você! Não digo mais somente em quadra, mas agora, fascinada pelo seu cheiro, pelo calor do seu corpo, pelo gosto do seu beijo, pelo seu abraço, em estar assim, bem aconchegada nos seus braços, sentindo que esse é o lugar que eu quero estar!

Selando os nossos lábios com um beijo sereno e muito calmo, vamos aproveitando o momento, até que após trocarmos os lençóis, nós nos deitamos novamente. Depois de uma troca de carícias que termina novamente em sexo, nós duas adormecemos juntas.

Acordei sentindo o calor do corpo de Nala junto ao meu. A luz suave do amanhecer entrava pelas frestas da cortina da cabana, iluminando seu rosto sereno, com os cabelos espalhados pelo travesseiro. Era um daqueles momentos em que o mundo parecia parar, em que a paz que eu sentia ao seu lado me fazia esquecer de tudo. Sorri, passando delicadamente meus dedos pelos seus cabelos, e ela se mexeu suavemente, abrindo os olhos devagar.

— Bom dia, minha princesa — murmurei, inclinando-me para beijar sua testa.

Nala: Bom dia, linda —  ela respondeu, a voz ainda rouca de sono. Seu sorriso preguiçoso era uma das coisas que eu mais amava.

Enquanto nos espreguiçávamos, o celular de Nala vibrou na pequena mesa ao lado da cama. Ela estendeu o braço para pegá-lo, ainda meio sonolenta, e eu vi seu rosto se transformar enquanto ela lia a mensagem. O sorriso sumiu, substituído por uma expressão de confusão.

— O que foi? — perguntei, sentando-me para olhar melhor. Havia algo no jeito que ela franzia as sobrancelhas, na forma como seus olhos percorriam a tela, que me deixou inquieta.

Nala: É… estranho. Recebi um e-mail de um remetente desconhecido, —  ela respondeu, hesitando. — E tem um enigma aqui.

Ela me passou o celular, e eu li a mensagem junto com ela:

"Nem sempre o sangue é visível nas veias, 
Mas a verdade oculta nas palavras e nos gestos, 
Procure o símbolo que não é teu, 
E encontrarás a família que sempre foi tua, 
A chave está onde o tempo parou, 
E as raízes se entrelaçam."

Fiquei em silêncio por um momento, tentando entender o significado daquelas palavras. Senti um arrepio percorrer minha espinha, uma sensação de que algo importante estava prestes a ser revelado.

Nala: O que acha que isso significa? —  perguntou, sua voz trêmula. Havia uma nota de medo ali, algo que nunca tinha visto nela.

— Não tenho certeza, mas parece estar falando sobre sua família, —  respondi, escolhendo minhas palavras cuidadosamente. — Pode ser que… haja algo que você ainda não sabe.

Nala balançou a cabeça, como se tentasse afastar a ideia, mas havia algo em seus olhos, uma incerteza que eu nunca tinha visto antes.

Nala: Minha família sempre foi… normal dentro do possível. Pelo menos, eu acho. Eles tem os seus defeitos, mas eu não acredito que guardem um segredo comprometedor. — Ela parecia perdida em pensamentos, seus dedos tamborilando no celular.

— Podemos tentar descobrir o que isso significa, juntas, — sugeri, segurando sua mão. Queria mostrar a ela que, independentemente do que estivesse por vir, eu estaria ao seu lado.

Ela assentiu lentamente, apertando minha mão com força.

Nala: Sim, juntas. Mas isso… isso me assusta, linda . E se for algo que muda tudo?

— Então enfrentaremos isso juntas. Não importa o que seja, — prometi, olhando-a nos olhos.

Nala respirou fundo, tentando se recompor.

Nala: Vamos descobrir o que isso significa. Mas agora… acho que precisamos começar a procurar por esse ‘símbolo que não é meu’.”

Enquanto Nala se levantava, puxei-a para perto de mim, abraçando-a. Havia uma tensão no ar, uma sensação de que nossa paz estava prestes a ser abalada, mas eu sabia que enfrentaríamos isso, não importava o que viesse. O enigma havia despertado uma nova realidade, uma que talvez revelasse mais sobre Nala do que qualquer uma de nós poderia imaginar.

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