Capítulo 1: Ângulo de Rogério

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O despertador toca às 5h30 da manhã, e eu me levanto com dificuldade. O cansaço já faz parte da rotina, mas hoje parece pior. Na cozinha, Mariana já está preparando o café. Seu rosto mostra o mesmo cansaço que sinto, mas ela mantém o sorriso.

"Você pode pegar pão na volta?" pergunta Mariana, enquanto arruma a mochila da Ana.

"Claro, sem problema," respondo, dando-lhe um beijo rápido. Sinto que deveria passar mais tempo com ela, mas a correria não deixa.

Tento aproveitar o café da manhã, mas tudo é apressado. Lucas, nosso adolescente, ainda está emburrado por causa da discussão sobre suas notas.

"Pai, o Wi-Fi não está funcionando direito," ele reclama, sem nem me olhar.

"Eu olho isso mais tarde. Agora, vamos lá, ou você vai se atrasar," digo, tentando manter a calma. Sei que preciso ser mais paciente, mas é difícil.

Ana me mostra um desenho. "Olha, papai! É um prédio, igual você faz no trabalho!"

O sorriso dela é contagiante. "Ficou lindo, minha filha." Eu me sinto culpado por não poder dedicar mais tempo a eles.

Termino o café e me despeço. "Tchau, gente. Juízo hoje!"

No caminho para o trabalho, a cabeça está cheia de preocupações: contas para pagar, tarefas do dia. Mariana e eu discutimos sobre a falta de tempo em família, e eu prometi que tentaria melhorar. Mas como? Parece que as horas do dia nunca são suficientes.

A caminhada até o canteiro de obras é meu momento de preparar-me mentalmente. Às vezes, gostaria de ter alguém para dividir esse peso, mas não posso reclamar. Tenho uma família maravilhosa.

Enquanto sigo para o transporte, percebo que preciso usar o banheiro. Dirijo-me rapidamente a um mictório próximo antes de pegar o ônibus. O banheiro parece estar agitado, com um fluxo constante de homens entrando e saindo.

A pressa para aliviar-me é interrompida quando reparo em alguns homens que estão trocando olhares discretos, mas intensos. A situação parece estranha, e, enquanto me apresso para urinar, noto que alguns estão se masturbando no mictório, escondendo suas ações sob a cortina de privacidade.

Sinto-me intrigado e um pouco desconfortável. "Por que tantos homens aqui parecem agir dessa forma? E o que leva alguém a deixar a esposa esperando enquanto se entrega a isso no banheiro?"

O espetáculo inesperado me deixa constrangido e curioso ao mesmo tempo. Tento focar no que estou fazendo, mas o que vejo não sai da minha mente. O que é essa hipocrisia, esse comportamento secreto que contrasta tanto com as aparências conservadoras que mantemos?

Com um sentimento de desconforto crescente, termino rapidamente e me afasto, tentando evitar olhar mais. Saio do banheiro com um sentimento de desilusão e confusão, pensando: "É tanta hipocrisia nesse mundo Sinto-me intrigado e um pouco desconfortável. "

O espetáculo inesperado me deixa constrangido e curioso ao mesmo tempo. Tento focar no que estou fazendo, mas o que vejo não sai da minha mente. O que é essa hipocrisia, esse comportamento secreto que contrasta tanto com as aparências conservadoras que mantemos?

Com um sentimento de desconforto crescente, termino rapidamente e me afasto, tentando evitar olhar mais. Saio do banheiro com um sentimento de desilusão e confusão, pensando: "É tanta hipocrisia nesse mundo.

Finalmente chego ao canteiro de obras, ainda um pouco perturbado pelo que testemunhei na rodoviária. Preciso me concentrar no trabalho agora, então deixo aqueles pensamentos para trás.

O chefe de obras me chama e explica a tarefa do dia: um projeto importante que precisa ser finalizado até o final da semana. "Você vai ter um ajudante novo hoje," ele diz. "Ele está começando agora, mas é experiente. Se chama Lázaro."

Vou até onde Lázaro está e o vejo imediatamente. Ele é parecia homem simpático, com um sorriso acolhedor e uma postura confiante. Parece ter aproximadamente a minha idade, talvez um pouco mais jovem.

"Rogério, certo?" ele diz, estendendo a mão. "Prazer em conhecê-lo. Espero que possamos fazer um bom trabalho juntos."

Aperto sua mão, impressionado com sua firmeza e calor. "Igualmente, Lázaro. Vamos fazer isso acontecer."

Enquanto começamos a discutir os detalhes do projeto, percebo que Lázaro tem um jeito de falar que coloca as pessoas à vontade. Ele é direto e bem-humorado, características que considero essenciais em um ambiente de trabalho tão intenso quanto o nosso.

Durante o dia, trabalhamos lado a lado, e a conversa flui naturalmente. Descubro que ele tem uma família parecida com a minha, o que nos dá bastante assunto em comum. Entre marteladas e medições, compartilhamos histórias sobre nossos filhos e as pequenas batalhas do dia a dia.

A presença de Lázaro é um alívio bem-vindo. Sua energia é contagiante e, por um momento, faz com que eu esqueça as preocupações e os pensamentos perturbadores que me acompanharam desde a manhã. No final do dia, sinto que encontramos um bom ritmo de trabalho, e estou ansioso para ver o que mais podemos realizar juntos.

Enquanto trabalhamos juntos, a conversa entre Lázaro e eu flui naturalmente. Ele tem um jeito leve de falar, e sua companhia torna o dia mais agradável.

"Então, Rogério, você já trabalhou em obras desse tamanho antes?" pergunta Lázaro, enquanto ajusta um suporte.

"Ah, já faz um tempo. As coisas eram mais fáceis quando eu era jovem e cheio de energia," digo, rindo. "Agora, só me resta fingir que ainda sou jovem."

Lázaro ri e balança a cabeça. "Bem, pelo menos eu não tenho cabelo branco. Ainda. Eu já estou começando a ficar preocupado."

"Dizem que cabelo branco é sinal de sabedoria. Ou talvez seja só stress mesmo," respondo, dando uma piscadela.

"Sabedoria, claro. É isso que vou dizer para a minha esposa da próxima vez que ela me chamar de velho."

Entre marteladas e ajustes, o trabalho vai progredindo. Lázaro olha para o projeto e comenta: "Sabe, acho que se a gente terminar isso rápido, podíamos pedir um aumento. Ou pelo menos um café melhor."

"Um café melhor seria um milagre," digo, lembrando do café aguado que bebemos na pausa. "Mas vou deixar você liderar essa campanha por melhorias."

Lázaro faz uma pausa dramática e coloca a mão no peito. "Senhoras e senhores, eu prometo não descansar até que tenhamos café decente! Ou até que o chefe me mande calar a boca, o que vier primeiro."

Eu rio, apreciando seu bom humor. "Eu votaria em você, sem dúvida. Precisamos de mais líderes visionários assim."

Ele sorri e me dá um tapinha nas costas. "Juntos, Rogério, vamos conquistar o mundo. Ou pelo menos, essa obra."

Ao final do dia, já sinto como se conhecesse Lázaro há muito tempo. Sua presença torna o trabalho mais leve, e percebo que não é apenas um bom colega, mas também alguém com quem posso compartilhar um pouco mais do que apenas o cotidiano do trabalho.

Desconstrução (Thriller Gay Erótico)Onde histórias criam vida. Descubra agora