Capítulo 12: Ângulo de Lázaro

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O fim de semana passou, e a nova equipe chegou ao canteiro de obras. Tento esconder meus sentimentos por Rogério, mas o esforço é visível. Ambos estamos tentando disfarçar durante a apresentação dos novos colegas.

“Olá, pessoal. Sou Lázaro e vou coordenar a equipe aqui no canteiro,” digo, esforçando-me para manter uma expressão profissional.

Angelo, um homem robusto com um olhar confiante, se aproxima e aperta minha mão com firmeza.

“Prazer, Lázaro. Estou aqui para ajudar no que for preciso. Sempre bom conhecer a equipe,” diz Angelo, com um sorriso.

Lucas, com um jeito relaxado e um olhar de desdém, faz uma saudação breve.

“E aí, Lázaro. Vamos ver o que essa obra tem para oferecer,” diz Lucas, com um tom indiferente.

Miguel, mais reservado, acena timidamente.

“Olá, Lázaro. Estou aqui para aprender e ajudar,” diz Miguel, com um tom cauteloso.

Jesus, o mais extrovertido, chega com um sorriso largo e um tom brincalhão.

“E aí, pessoal! Espero que estejam prontos para a nossa chegada. Estou pronto para fazer barulho e muito trabalho,” diz Jesus, com entusiasmo.

Forço um sorriso e apresento Rogério para os novos colegas.

“Este é Rogério, nosso encarregado. Ele vai estar trabalhando junto com a gente,” digo, tentando manter a formalidade.

Os novos ajudantes são rapidamente integrados à equipe, mas logo o ambiente começa a se encher de conversas machistas e sexuais. Observando com desconforto, tento esconder meu desagrado. É difícil não sentir um nó na garganta ao ver como a atmosfera que tanto valorizei começa a ser preenchida por um tipo de energia que não desejo para o espaço em que estou. Mesmo assim, procuro manter a compostura, focando no trabalho e tentando proteger o pouco de privacidade e respeito que consegui manter.

"Cara, vocês viram as garotas que passaram por aqui ontem? Não dá pra acreditar como algumas são liberadas," comentou Angelo, rindo.

"É, o que não falta é mulher disposta a agradar," respondeu Lucas, com um sorriso sarcástico. "Quem gosta de um pouco de diversão?"

"E nem vou falar das histórias que ouvi por aí. Parece que tem cada uma..." acrescentou Miguel, balançando a cabeça.

Enquanto ouço a conversa, sinto um nó na garganta. Tento não mostrar meu desconforto, mas é impossível não me sentir irritado com o tom desrespeitoso e as piadas machistas. Olho para Rogério, que tenta manter uma expressão neutra, mas posso perceber o desconforto em seus olhos também.

"E aí, Rogério, como você está?" pergunto, tentando manter um tom casual, para desviar a atenção da conversa desagradável.

"Estou bem. Só esperando que o dia passe rápido," responde Rogério, com um sorriso contido que não esconde completamente sua frustração.

Sinto um misto de desejo e frustração. A ideia de ter que compartilhar o tempo com esse grupo de novos ajudantes e lidar com conversas tão desrespeitosas está me deixando cada vez mais irritado. Quero estar mais próximo de Rogério, compartilhar momentos a sós como antes, e não ter que esconder meus sentimentos em meio a essa nova dinâmica.

O dia continua, e apesar de tentar manter a compostura e a profissionalidade, minha mente está focada em como as coisas mudaram e no desejo de estar mais próximo de Rogério. As conversas dos colegas me afetam mais do que eu gostaria de admitir, e meu desejo por Rogério só aumenta à medida que me sinto cada vez mais desalentado com a nova realidade.

Desconstrução (Thriller Gay Erótico)Onde histórias criam vida. Descubra agora